O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 348

Zoe e Arthur foram para o estacionamento em silêncio.

— Você tem alguma preferência de lugar? — perguntou Arthur, sua voz serena, mas carregada de expectativa.

Zoe hesitou. Os olhos vagaram pelo estacionamento do pavilhão, como se buscassem uma rota de fuga invisível. Respirou fundo, mas respondeu com neutralidade:

— Desde que seja reservado… não.

Arthur assentiu com um leve gesto de cabeça. Não disse mais nada. Apenas girou a cadeira de rodas em direção ao carro adaptado que o aguardava. Zoe o seguiu em silêncio, sem se permitir pensar demais no que estava fazendo. Era um campo minado entre eles, e qualquer passo em falso podia explodir tudo de vez.

O carro seguiu pelas avenidas de São Paulo em um silêncio que dizia mais do que qualquer grito. Zoe manteve o olhar fixo na janela, observando os prédios que passavam, a cidade correndo lá fora, como se nada tivesse acontecido. Mas dentro dela, tudo era caos.

— Onde estamos indo? — ela perguntou, depois de longos minutos de silêncio.

— Pra minha nova casa. — respondeu Arthur, sem tirar os olhos da pista.

Zoe se virou para ele, surpresa e incomodada.

— Lá eu não vou.

— Eu perguntei se você tinha alguma preferência e você disse que não — rebateu ele com firmeza. — Mediante à intensidade da nossa última conversa, eu achei melhor que fosse lá. É o único lugar em que podemos conversar com privacidade e sem interrupções.

Ela quis protestar, mas não disse nada. Apenas voltou a encarar a janela, mais calada do que antes. Estava exausta. Emocionalmente drenada.

A cobertura de Arthur era diferente da mansão que haviam compartilhado. O apartamento era amplo, moderno, com paredes de vidro que revelavam uma vista impressionante da cidade. Tudo ali era novo, menos o silêncio que preenchia o ambiente quando Zoe entrou.

Ela andou até o sofá e se sentou, ajeitando a bolsa no colo como se ela fosse um escudo. Cleide, a empregada, apareceu pouco depois.

— Senhor Arthur, deseja alguma coisa?

— Traz um lanche pra Zoe, por favor — respondeu ele, ainda observando cada gesto de Zoe.

— Não precisa, Cleide. Eu não quero nada. — disse ela, firme.

Arthur olhou o relógio de pulso.

— Pela hora que liguei pra sua mãe... já tem mais de três horas que você está sem comer. Cleide, pode preparar um lanche pra ela, por favor.

Zoe suspirou, cansada da insistência.

— Eu não estou com vontade de comer. Tenho enjoado muito.

— Frutas, você consegue comer? — perguntou ele, com calma.

— Sim.

Arthur então voltou-se para a empregada:

— Corta as frutas em pedaços pequenos. Não mistura. Um pouco de mel, bem pouco mesmo, e um toque de granola por cima... do jeito que ela gosta.

Zoe o olhou naquele momento. Havia uma pausa invisível entre eles. Um espaço onde tudo estava dito sem palavras.

A empregada saiu, e Arthur a observou.

— Errei alguma coisa?

Ela apenas balançou a cabeça em negativo.

— Então vamos conversar. — disse ele, ajustando a posição na cadeira.

Mas antes que qualquer um dos dois pudesse dizer algo, o celular de Zoe tocou. Era sua mãe.

— Oi, mãe.

— Como você está, minha filha?

— Estou bem. — respondeu Zoe, breve.

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