O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 270

Zoe entrou devagarinho no quarto, com passos leves, como quem caminha sobre vidro. Ela se aproximou de Celina, que dormia abraçada a ele, encolhida, como se aquele contato fosse a única coisa mantendo-a de pé.

— Amiga... — Zoe sussurrou, tocando de leve no ombro dela. — Celina... acorda, amiga... acorda.

Celina abriu os olhos devagar, como se despertasse de um sonho onde finalmente estava segura. Olhou para Thor, beijou levemente seu ombro, se ergueu com cuidado e levantou da cama. Zoe a puxou pela mão, sorrindo com doçura.

— Vamos lá fora um pouquinho? Arthur está esperando e precisa falar com você.

Do lado de fora, Celina respirou fundo. O ar fresco do corredor era um contraste com o turbilhão de emoções que vivia desde o dia anterior.

— Como você está? — perguntou Arthur, com uma expressão preocupada.

— Bem... agora que sei que o Thor está fora de perigo, acho que estou bem. — respondeu Celina com um sorriso fraco. — Acho que dormi por horas. — disse, tentando se localizar.

— Você dormiu só uma hora. — Zoe comentou.

— Sério? Parece que dormi um século... — murmurou Celina.

Arthur se aproximou mais.

— Celina, eu preciso da sua ajuda com os trâmites do enterro. Thor me pediu para cuidar disso, mas preciso de você para algumas coisas básicas. Vocês tinham plano funerário?

— Sim, tínhamos. — respondeu ela, sem emoção.

— Ótimo, o plano cobre tudo. Só preciso dos documentos. Eles vão cuidar do cartório, transporte, tudo... Mas você precisa ir comigo para pegar os documentos.

— Arthur, não quero deixar o Thor sozinho. — disse ela, olhando para a porta do quarto com o coração apertado.

— Eu fico com ele. — disse Zoe rapidamente. — Vai tranquila.

— Prometo que vai ser rápido. — garantiu Arthur. — E é capaz dele ainda estar dormindo quando você voltar.

Celina respirou fundo, indecisa, mas cedeu. Entrou no quarto mais uma vez, se aproximou da cama, beijou a cabeça de Thor com ternura e sussurrou:

— Eu já volto, vida.

Na porta, virou-se para Zoe.

— Qualquer coisa, me liga.

— Vai tranquila, amiga. — respondeu Zoe, entregando a bolsa dela.

Arthur a guiou com rapidez.

— Vamos sair pelos fundos. A entrada principal está infestada de repórteres.

Quatro horas depois

Celina e Arthur retornaram ao hospital. A movimentação ainda era intensa, mas o clima dentro do hospital era mais calmo. Celina seguiu direto para o quarto e, ao entrar, encontrou Thor desperto. Com ele estavam seus pais, Angélica e Raul, e seus irmãos, Radassa e Hugo e Zoe.

Angélica foi a primeira a vir até Celina, emocionada.

— Minha querida, como você está? E os bebês? — perguntou com olhos marejados.

— Depois de tudo, estamos bem. Graças a Deus. — respondeu Celina com sinceridade.

— Fiquei tão preocupada. Queria ter vindo ontem, mas passei mal quando vi as notícias. Chegamos aqui e você já tinha saído. — disse Angélica, apertando sua mão.

Raul também se aproximou.

— Minha filha, está tudo bem mesmo? E os nossos netinhos?

— Estão bem, sogro. Eu fui monitorada, estão fortes.

Radassa e Hugo a abraçaram com carinho.

Celina então se aproximou da cama e beijou Thor.

— Como você está, amor?

— Pronto para mais uma. — respondeu ele com um meio sorriso.

— Não diz isso nem de brincadeira. — repreendeu ela, fazendo carinho em seu rosto. — Você está muito machucado.

— Mas você está livre. Isso é o que importa.

Arthur entrou no quarto naquele momento, cumprimentou todos e se dirigiu a Thor:

— Tudo certo, irmão? Vim deixar a Celina e levar a Zoe. Mais tarde ela volta para ajudar.

— Valeu, irmão. — respondeu Thor.

Zoe se despediu de todos e seguiu com Arthur.

— Está com dor?

— Agora não. Porque você está aqui comigo. — ele a beijou na testa. — O pior já passou.

Ela o observou por longos segundos.

— Amor, como você está com relação à Karina?

Thor respirou fundo.

— Aliviado. Por finalmente saber o que houve. Mas Karina é passado. Meu presente e futuro estão aqui, diante de mim. Amo você, Celina.

Ela sorriu, acariciando o rosto dele.

— Obrigada por tudo. Você arriscou sua vida por mim. Nunca vou esquecer disso.

— E se for preciso, eu faço de novo. Por você e pelos nossos filhos.

Ele passou a mão na barriga dela, sorrindo.

— Amor, você vai para casa mais tarde.

Celina se ergueu.

— De jeito nenhum. Só saio daqui com você.

Thor a olhou firme.

— Isso não é um pedido. Você não vai passar a noite aqui. Está desconfortável, você está grávida. Não quero que nada aconteça com vocês.

— Thor...

— Zoe vai com você para a cobertura. O Hugo fica comigo à noite. Amanhã você volta. Amor, não vou me perdoar se sua pressão subir de novo e algo acontecer. Por favor, não vamos discutir.

Celina respirou fundo, vencida pelo cuidado dele.

— Tá bom. Você tem razão. Mas amanhã cedo eu volto.

E deitou ao lado dele, segurando sua mão com carinho, desejando que aquele momento de paz durasse para sempre.

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