O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 269

Celina fez que não com a cabeça, os olhos vermelhos de tanto chorar.

— Eu não quero dormir... eu preciso saber como ele está... por favor...

Zoe apertou sua mão, firme.

— Você não vai dormir, só vai conseguir respirar melhor. Confia na gente, amiga. Você precisa se acalmar ou vai acabar internada.

A enfermeira se aproximou com a seringa preparada. Celina hesitou, mas quando olhou para o monitor ao lado, mostrando seus batimentos tão descompassados, assentiu com um aceno fraco.

A picada foi rápida. O líquido morno percorreu seu braço como um abraço silencioso. Em poucos minutos, ela sentiu o corpo relaxar ligeiramente, como se a tensão nas costas e no peito desse uma trégua. Ainda estava alerta, mas menos sufocada.

— Isso... muito bem. — disse a psicóloga com doçura. — Agora continue respirando assim. O seu corpo precisa dessa pausa. Thor está sendo cuidado. Confie nisso.

Celina fechou os olhos por um momento. Sua mente ainda girava, tentando visualizar cada segundo da cena do jardim. Os tiros, o sangue, o desespero. Mas, aos poucos, com a medicação fazendo efeito, o pânico começou a dar lugar à exaustão.

— Zoe... — murmurou. — Fica comigo, por favor...

— Eu estou aqui. — respondeu a amiga, enxugando uma nova lágrima que escorria no rosto de Celina. — E ele também vai estar. Logo, logo você vai ver.

O silêncio envolveu a sala por alguns minutos. Zoe segurava a mão da amiga com carinho, observando sua respiração se acalmar. O monitor cardíaco indicava uma leve estabilização, e os bebês estavam seguros.

Os olhos de Celina, antes arregalados de pavor, começaram a pesar. A respiração ficou mais lenta. As mãos afrouxaram. Aos poucos, vencida pelo cansaço, pelas emoções intensas e pelo efeito da medicação, Celina adormeceu.

Zoe passou a mão com cuidado pelos cabelos da amiga.

— Dorme, amiga... descansa... Ele vai voltar pra você.

No outro dia, Celina despertou devagar, seus olhos se abrindo aos poucos, como se sua mente ainda estivesse se agarrando aos sonhos. Zoe dormia em uma poltrona próxima, com um casaco dobrado sobre o corpo como manta improvisada.

Uma enfermeira entrou suavemente no quarto.

— Bom dia, senhora Celina. Dormiu bem?

Celina assentiu com a cabeça.

— Sim. Acho que o cansaço venceu.

A enfermeira começou os procedimentos, medindo a pressão, checando batimentos e escutando os bebês.

— Tudo está normal. Pressão estabilizada, batimentos regulares e os bebês estão bem ativos. Agora, vamos tomar o café da manhã?

Celina fez um esforço para comer, embora a ansiedade a deixasse com pouco apetite. O coração batia mais forte de saber que finalmente poderia ver Thor. Depois do café, ela foi liberada para visitá-lo.

No caminho até o quarto, o nervosismo aumentava. Celina se via revivendo as cenas do dia anterior: os tiros, o sangue, o medo, a dor. Mas agora, ele estava vivo. E ela precisava ver com seus próprios olhos.

Ela entrou no quarto com passos lentos. Thor estava de olhos fechados, repousando. A visão dele deitado com a perna enfaixada fez as lágrimas brotarem imediatamente.

Celina puxou a poltrona para mais perto da cama e sentou-se com cuidado, pegando a mão dele entre as suas.

— Graças a Deus você está vivo... Eu não sei o que seria da minha vida sem você, amor. Eu fiquei com tanto medo de te perder. Por que você fez isso? Hein? — ela tentou sorrir no meio das lágrimas — Você merece levar uma coça, sabia? Você arriscou sua vida por mim!

Com os olhos ainda fechados, Thor respondeu, a voz rouca e suave:

— Quero essa coça na cama... com você... nua. E eu prometi que cuidaria de você e te faria feliz todos os dias da sua vida.

Celina levantou e se inclinou para abraçá-lo.

— Amor! Você está acordado!

Ela o envolveu com os braços com ternura, mas Thor soltou um leve gemido de dor.

— Ai... ai... devagar, meu bem...

Ela se afastou assustada.

— Me perdoa! Onde te machuquei? Foi aqui? Aqui?

— Calma... amor, só o corpo que está doendo um pouco. Mas estou bem. Melhor agora com você aqui.

Ela acariciou o rosto dele, o olhar marejado de emoção.

— Como você está se sentindo? Dormiu bem? Te medicaram direitinho?

— Nada disso. Eu vou te dar. Vem, abre a boca. — disse, pegando o talher e começando a alimentá-lo com carinho. — Olha que você está ganhando uma enfermeira exclusiva.

— Minha mente foi longe agora... Com você aqui, até soro vira banquete.

Depois de algum tempo, outra enfermeira entrou com uma seringa nas mãos.

— Hora da medicação. Essa vai causar um pouco de sonolência. Hora de descansar.

Ela aplicou o medicamento no soro, monitorou os sinais e sorriu.

— Boa recuperação, senhor Thor. Senhora, qualquer coisa, é só apertar o botão.

Quando a enfermeira saiu, Thor olhou para Celina.

— Vem aqui. Deita comigo um pouco. Quero dormir sentindo o cheirinho do seu cabelo.

Ela hesitou.

— Amor... e se eu te machucar? Meu cabelo nem está cheiroso.

— Eu já me ajeitei. A cama é espaçosa. E é impossível seu cabelo não está cheiroso. Só quero você aqui comigo.

Celina sorriu, os olhos brilhando de amor. Ela deitou ao lado dele com cuidado.

Thor a envolveu com o braço e acariciou seu rosto.

— Eu te amo... com tudo o que sou.

— Eu Também te amo. Você é minha vida!

Ele sorriu, os dedos fazendo carinho na barriga dela.

— Estamos juntos. Agora, descansa comigo... só por um tempo.

Ela fechou os olhos, o coração pulsando calmo. Thor já adormecia, o rosto em paz. Celina o observou por um instante antes de se render também ao sono.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR