O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 187

O relógio marcava 10h40 quando o celular de Celina vibrou em cima da mesa. Ela ainda estava revisando alguns trechos do novo capítulo quando viu o nome de Zoe aparecer na tela. Atendeu com um sorriso, já sentindo o peito aquecer.

— Zoe! Que saudade de você! — disse Celina, colocando o telefone no ouvido e apoiando o cotovelo na mesa.

— Amiga, eu que tô morrendo de saudade! — respondeu Zoe com a voz animada, mas com uma pontinha de emoção. — Sério, você está fazendo muita falta aqui.

Celina sorriu, sentindo a falta recíproca apertar o coração.

— Eu também sinto. Mas, uma hora nós vamos conseguir nos ver pessoalmente. E você? Como está?

— Bem... muito bem, na verdade. Tem mais de um mês que eu estou saindo com o Arthur, sabe? E Celina, eu estou... apaixonada. De verdade.

Celina se ajeitou na cadeira, surpresa.

— Uau! Assim, tão rápido?

— Eu sei! Nem eu esperava. Mas ele é diferente, me trata com tanto carinho, tanta leveza. Só que... ainda não me pediu em namoro.

— Calma, Zoe. Se ele está investindo esse tempo com você, é porque gosta de você. O pedido virá na hora certa. Aproveita esse momento.

— E você? Me conta alguma novidade boa!

Celina sorriu largo.

— Eu fechei um contrato exclusivo com a editora.

— Mentira!

— Verdade. Recebi o e-mail hoje mais cedo. Achei que fosse spam! Mas era real. Exclusividade, publicações futuras, investimento em divulgação. To em êxtase até agora. Gabriel vai me levar pra sair hoje à noite pra comemorar.

— Falando nele... seja sincera, você acha que pode rolar algo entre vocês dois?

Celina ficou em silêncio por um segundo.

— Gabriel é um fofo. Eu seria muito feliz se me apaixonasse por ele. Mas... da minha parte é só amizade. Ele é um porto seguro, um amigo que apareceu na minha vida no momento certo.

Zoe suspirou do outro lado da linha.

— Entendo. Mas eu torço pra você encontrar alguém que faça você feliz, viu?

— Obrigada, amiga. Mas no momento, estou focada em mim. Na minha carreira, na minha independência. O resto... o destino dirá.

Depois da ligação, Celina tentou mergulhar no trabalho, mas não conseguia se concentrar. Por mais que tentasse afastar os pensamentos, a imagem de Thor com a modelo voltava à sua mente. A raiva misturada com a tristeza criava uma inquietação que ela não conseguia disfarçar nem de si mesma.

Quando Gabriel chegou no final da tarde, encontrou Celina sentada no sofá com o notebook no colo, mas a tela ainda estava no mesmo parágrafo de horas atrás.

— Por que ainda não está pronta? Achei que fôssemos comemorar hoje.

Celina fechou o notebook e suspirou.

— Desanimei... acho que prefiro ficar em casa.

Gabriel se aproximou, franzindo a testa.

— O que aconteceu?

— Nada...

— Celina. Não mente pra mim.

Ela desviou o olhar, mas não disse nada. Gabriel cruzou os braços.

— Tô bem, só... ansiosa. Hormônios, talvez. — Ela tentou brincar.

— Hum... — Gabriel estreitou os olhos com expressão desconfiada, mas seguiu com o assunto. — Você tem todo o direito de estar radiante, sabe disso, né? Não é qualquer um que recebe um contrato exclusivo com editora em tão pouco tempo.

Celina agradeceu com um olhar e uma leve inclinação da cabeça.

Quando a comida chegou, ela mexeu em seu prato sem muito entusiasmo. Gabriel, sempre observador, não deixou passar.

— Cel, me diz uma coisa... você não quer mesmo me contar o que está te incomodando?

Ela ergueu os olhos para ele, sem saber como começar. Sabia que não fazia sentido sentir aquilo. Ela e Thor tinham terminado, ele podia estar com quem quisesse. Mas o incômodo queimava como um carvão aceso em seu peito.

— Eu vi uma notícia mais cedo — começou ela, tentando parecer casual. — Coisa de celebridade. — Deu de ombros, sem entrar em detalhes.

Gabriel não insistiu, mas entendeu. Em seu olhar, havia compreensão.

— Entendi... — disse com voz baixa. — E isso te deixou assim?

Celina respirou fundo.

— É estranho, sabe? Eu não quero sentir nada, não devo sentir. Mas... ver aquela imagem me trouxe tudo de volta. Eu não tô triste por ele. Tô... irritada comigo por ainda me importar.

Gabriel a olhou com ternura.

— É completamente humano sentir isso. Não se puna. Você viveu muita coisa com ele. O tempo vai colocar tudo no lugar.

Celina desviou o olhar, tentando conter as emoções. Mudou de assunto rapidamente.

— E você, como anda o trabalho? Tá conseguindo respirar?

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