O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 142

Sem esperar resposta, Celina seguiu para a cozinha. Dona Sara estava terminando de lavar a louça.

— Dona Sara... obrigada por tudo. Eu vou embora agora. Mas, por favor, me mande notícias dele.

Ela pegou um caderno e uma caneta que estavam sobre a ilha da cozinha e anotou o número do celular.

— Por tudo que é mais sagrado pra senhora, me mantenha informada. E diga pra ele... diga pra ele que eu estive aqui. Que fui eu quem cuidou dele.

Dona Sara se aproximou, emocionada, e abraçou Celina com força.

— Pode deixar, minha filha. Você cuidou dele com tanto carinho... Eu nunca vou esquecer. Pode ir em paz. Eu vou te dando notícias.

— Quando ele acordar, dê a sopinha... Mas não diga pra elas que fui eu quem fiz.

Ela voltou ao quarto silenciosamente. Isabela não estava à vista. Thor dormia profundamente, o rosto mais tranquilo. Celina aproximou-se, fez carinho no rosto dele.

— Você não tem ideia do quanto eu te amo... — sussurrou em seu ouvido, com a voz embargada. — Luta, por favor. Fica bem. Por mim... por nós.

Beijou-lhe o rosto com ternura, pegou sua bolsa e saiu do quarto, fechando a porta com cuidado, sentindo o coração em pedaços. Mas com a certeza de que seu amor, por mais ferido que estivesse, ainda pulsava forte. E que ninguém, absolutamente ninguém, conseguiria destruí-lo.

Na sala, Angélica estava de pé, observando a saída da jovem com uma dor profunda nos olhos. Celina acenou com a cabeça entrou no elevador e saiu.

Lá fora, o sol já brilhava forte, aquecendo uma manhã que em nada refletia a tempestade que assolava seu coração. Ela chamou um carro no aplicativo. Quando chegou, entrou, passou o código de segurança e desabou em lágrimas silenciosas. Era injusto, era cruel, mas era real. E ela sabia que sua batalha ainda estava longe de terminar.

A corrida foi tranquila, porém o que não estava tranquilo era o interior de Celina. Ela chegou no prédio onde morava, subiu as escadas devagar, destrancou a porta do apartamento e entrou em silêncio. O céu limpo e azul contrastava cruelmente com o caos que habitava seu peito. O barulho da chave girando na fechadura soou vazio aos seus ouvidos. Cada passo dentro do apartamento parecia pesar toneladas. O lugar que antes lhe oferecia abrigo e paz agora a recebia como um túmulo silencioso, indiferente à sua dor.

Sem tirar os sapatos, ela seguiu direto para o quarto, como se estivesse sendo empurrada por uma força invisível. Ao se sentar na beirada da cama, sentiu o corpo finalmente ceder. E então chorou.

Chorou com a alma. Chorou pelo medo, pela impotência, pela raiva, pela tristeza. Chorou por Thor. Por ele estar doente, febril, e ela não poder cuidar dele como gostaria. Chorou porque foi "expulsa" de lá, enxotada como uma ameaça, quando tudo o que queria era ajudá-lo. Chorou por ter sentido, nos olhos dele, a mesma dor que sentia agora — e por não poder fazer nada. A cena se repetia em sua mente como um pesadelo: o corpo quente de Thor, suado, fraco, e ela ali, impedida de sequer tocar em sua testa.

Com o semblante carregado, Angélica saiu do quarto e chamou Isabela até a sala. A nora apareceu com passos lentos, carregando sua expressão habitual de falsa doçura. Sentaram-se no sofá, uma de frente para a outra.

— Isabela, precisamos conversar — disse Angélica, sem rodeios.

— Claro, sogra. Está tudo bem?

— Não. E é exatamente por isso que estou chamando você. Eu não concordo com o que você fez hoje com a Celina. Foi irresponsável. Desnecessário. E, acima de tudo, perigoso.

Isabela bufou, cruzando os braços.

— Mas sogra… Aquela mulher quer tirar o Thor de mim! Você viu! Ela ficou o tempo todo se fazendo de vítima… Mas ela quer ele!

— Isabela, você precisa ouvir o que eu estou dizendo com maturidade — Angélica interrompeu, firme. — Agressão nunca leva a nada. Nunca. Nem para você, nem para o bebê que está carregando. Você tem noção de que poderia ter perdido seu filho hoje?

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