O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 141

Era Thor. Ele, ainda febril, mas com os olhos semicerrados, a segurava.

Ela se virou rapidamente, sentou-se ao lado dele, levando a mão ao rosto dele com carinho.

— Estamos aqui, minha vida. Fica tranquilo. Estou cuidando de você...

Ele não respondeu. Apenas deixou a cabeça pender suavemente sobre o travesseiro e adormeceu.

Celina respirou fundo, com os olhos cheios d’água. Passaria a madrugada inteira ali, ao lado dele. E se preciso fosse, passaria o resto da vida. Cuidando. Amando. Lutando.

Porque aquele homem, mesmo em delírio, mesmo em febre, mesmo fraco... era o amor da vida dela. E ela jamais o deixaria sozinho naquele estado.

A madrugada avançava, e Celina permanecia ao lado de Thor, trocando as compressas frias, murmurando palavras de amor e esperança. A febre persistia, mas ela não desistia. Cada gesto seu era carregado de ternura e determinação.

Em um momento de exaustão, ela se recostou na poltrona ao lado da cama, observando o rosto suado de Thor. As lembranças dos momentos felizes que compartilharam invadiram sua mente, fortalecendo sua determinação de não deixá-lo sucumbir à febre.

Ao amanhecer, os primeiros raios de sol filtraram-se pelas cortinas do quarto, lançando uma luz suave sobre o ambiente. A noite havia sido longa, exaustiva. Celina, vencida pelo cansaço, adormeceu por alguns instantes na poltrona ao lado da cama de Thor. Seu corpo clamava por repouso, mas seu coração inquieto pulsava por ele, por aquele homem que, mesmo em delírio, a chamava, a buscava, a amava.

Thor ainda ardia em febre, o rosto avermelhado, o corpo suado e inquieto sob os lençóis. Celina estremeceu levemente no sono leve, mas foi desperta bruscamente por uma voz estridente que cortou o silêncio da manhã:

— O que essa vagabunda está fazendo aqui?!

Celina acordou num sobressalto, o coração disparado. Seus olhos buscaram a origem do grito. Na porta do quarto, em pé e furiosa, estava Isabela, com o rosto contorcido de raiva e desprezo.

— Fala baixo! — Celina sussurrou num impulso, levantando-se rapidamente da poltrona. — Você não percebeu que o Thor está doente? Ele precisa de silêncio, de cuidados, não de escândalos.

Ela se aproximou da cama, colocou a mão na testa de Thor e sentiu a febre ainda queimando. O desespero voltou a apertar-lhe o peito.

Mas Isabela não demonstrava um pingo de preocupação. Avançou sobre Celina, agarrou seu braço com força e vociferou:

— Você não tem o direito de estar aqui! Vai embora sua vagabunda! Eu que tenho que cuidar dele! A noiva dele sou eu! Some daqui!

Celina, com firmeza, arrancou o braço do aperto da outra e respondeu com coragem:

— Daqui eu não saio! — respondeu com firmeza, os olhos marejados. — Eu passei a madrugada cuidando dele, vi quando ele delirava, troquei compressas... Eu não vou sair enquanto ele estiver assim.

O olhar de Isabela se incendiou ainda mais. Num rompante, ela se jogou sobre Celina, puxando-lhe os cabelos com força brutal.

— Você é uma intrusa! — gritou Isabela — Some daqui, sua vagabunda!

— Me solta, sua maluca! — gritou Celina, tentando se livrar das mãos dela, os cabelos sendo puxados com força, os pés arrastados pelo chão.

O barulho da briga ecoou pelo corredor, e Angélica apareceu, correndo, com o olhar chocado diante da cena.

— O que significa isso, Isabela?! Solta ela!

Isabela, sem largar Celina, respondeu, em fúria:

— Ela vai sair daqui agora! — ela gritava fora de si, com os olhos injetados de raiva.

Angélica aproximou-se rápida e segurou as mãos de Isabela com força, tentando separá-las.

— Solta a Celina, agora!

Celina, respirando com dificuldade, gritou:

Angélica conduziu-a gentilmente até o sofá da sala e sentaram-se juntas.

— Como ele passou a madrugada? — perguntou a mãe de Thor.

— A febre subiu muito, ele delirava, não conseguia dormir direito. Fiz compressas, consegui que ele tomasse um pouco de água... — Celina respirou fundo, as lágrimas começando a escorrer. — Ele não conseguia me reconhecer. Foi desesperador.

Angélica segurou a mão da jovem.

— Obrigada, Celina. Por tudo que você fez pelo meu filho.

Ela pausou por um instante, depois continuou com um tom cuidadoso:

— Mas... para evitar mais escândalos, eu vou pedir que você volte pra casa. Eu prometo te dar notícias.

Celina a olhou, com os olhos marejados.

— Eu quero cuidar dele.

— Você já cuidou, minha filha. Agora deixa que eu assumo o posto. Eu só quero evitar brigas neste momento tão delicado. Especialmente por causa do estado de Isabela.

Ela segurou o rosto de Celina com carinho.

— Você me fez uma promessa. Eu sofro por ter feito você prometer isso, mas é pelo meu neto. Não sei o que te faz voltar aqui, mas eu te peço: continue longe. Só até a criança nascer.

Celina se levantou, o sofrimento estampado em cada traço do seu rosto.

— Mesmo ele sendo o amor da minha vida, mesmo doendo como está doendo agora... eu não posso ficar num lugar onde claramente não me querem. Por respeitar o estado dele, eu vou... Mas não me peça pra cumprir essa promessa. Eu não vou me afastar dele. Me perdoe, mas eu também tenho algo que me une a ele. Ninguém vai me fazer desistir dele. Desistir de nós.

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