O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 138

Celina se virou de imediato, surpresa.

— O quê?

— Isso mesmo que você ouviu. O poderoso chefinho perguntou por você. E não foi só isso. Ele disse que as coisas vão mudar.

Celina cruzou os braços.

— É claro que vai. O casamento dele tá chegando...

Zoe deu de ombros com fingida inocência.

— Pois é, né? Mas como você mesma disse que entre vocês não tem mais volta, então está tudo tranquilo da sua parte, né?

Ela terminou a frase cutucando Celina de leve na costela, fazendo-a rir e revirar os olhos.

Celina se levantou com um sorriso.

— Vamos pra cozinha porque alguém aí disse que ia fazer nosso jantar...

Zoe levantou animada.

— E você vai perder ele se continuar mentindo pra si mesma!

— Aff... — Celina bufou, já indo em direção à pia.

— Agora cadê o moreno alto, bonito e sensual que ia cozinhar pra gente peladão, só de avental? — disse Zoe, colocando a mão na cintura e jogando o cabelo pro lado, como se posasse para uma propaganda.

Celina gargalhou alto.

— Se ele aparecer pelado aqui, vai sair com um rolo de macarrão na cabeça! — respondeu, ainda rindo.

As duas foram pra cozinha entre piadas, risadas e pequenas trapalhadas culinárias. Fizeram macarrão ao alho e óleo, improvisaram uma salada, frango grelhado e até inventaram uma sobremesa de última hora com sorvete e biscoito triturado. Jantaram na mesa da cozinha, com copos de suco e conversa leve.

— E o livro? — perguntou Zoe, depois de uma garfada.

— Já mandei o material pra editora avaliar. Agora estou escrevendo mais capítulos.

— Você vai conseguir. Tenho certeza — disse Zoe, confiante.

Celina sorriu, emocionada.

— A comida tá uma delícia. Obrigada por estar aqui.

Elas terminaram de comer. Zoe lavou a louça com música tocando no celular e Celina, pensativa, saiu do transe e se levantou. Escovou os dentes no banheiro, passou um batom suave, ajeitou o cabelo diante do espelho e voltou à cozinha com uma expressão decidida.

— Amiga... eu vou até ele. Agora.

Zoe soltou um grito:

— Juraaa?!

— Mulher, olha os vizinhos! — disse, Celina rindo.

O coração parecia bater no ritmo de um tambor tribal, descompassado, urgente. As mãos suavam, e ela por diversas vezes as esfregava discretamente na saia do vestido. Aquela decisão de ir até a cobertura de Thor fora impulsiva. Tão impulsiva quanto verdadeira. Algo a empurrava naquela direção, uma força que ela tentava negar, mas que agora se erguia com toda a sua intensidade.

Ela lembrava dos olhos dele naquela tarde — a forma como ele a segurou pela cintura, o tom de voz baixo e quase culpado ao pedir desculpas. Por que aquilo mexeu tanto com ela? Era só um toque. Mas não era. O toque dele ainda queimava em sua pele como uma lembrança que seu corpo se recusava a apagar.

Depois de alguns minutos, a voz do motorista a trouxe de volta à realidade:

— Chegamos, senhora — disse ele com um sorriso gentil, enquanto parava o carro em frente ao edifício luxuoso onde Thor morava.

Celina respirou fundo, como se estivesse prestes a saltar de um penhasco, e respondeu com um sorriso tenso:

— Obrigada. Boa noite.

Desceu do carro, ajeitou a alça da bolsa no ombro e encarou o prédio por alguns segundos. Era elegante, moderno, com colunas de vidro que refletiam a cidade. Ela conhecia bem aquele lugar. Já havia estado. Mas tudo agora parecia diferente. Havia um peso, uma expectativa que a envolvia por completo.

Seus passos eram lentos, quase hesitantes. Cada passo soava como um eco de dúvidas: E se ele não quiser me ver? E se estiver com outra pessoa? E se eu estiver cometendo um erro?

Mas continuou andando. Passou direto pela recepção com um breve aceno. O porteiro, já acostumado com a presença dela, apenas sorriu e autorizou sua entrada no elevador privativo que levava direto à cobertura.

Assim que as portas do elevador se fecharam, o silêncio tomou conta do espaço fechado. Celina encostou-se na parede espelhada e olhou para seu reflexo. Seus olhos estavam brilhantes, intensos, e sua boca ligeiramente entreaberta como se mal respirasse. Seus dedos apertaram a alça da bolsa com mais força.

“E se ele me mandar embora?” — pensou.

O elevador subia em uma lentidão torturante, como se quisesse que ela enfrentasse cada segundo daquele turbilhão interno. O silêncio era cortante, e o som do próprio coração parecia preencher o ambiente.

Ela fechou os olhos e tentou controlar a respiração. Thor. O nome dele ecoava em sua mente com o peso de tudo o que haviam vivido — e de tudo o que não haviam dito.

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