Celina se virou de imediato, surpresa.
— O quê?
— Isso mesmo que você ouviu. O poderoso chefinho perguntou por você. E não foi só isso. Ele disse que as coisas vão mudar.
Celina cruzou os braços.
— É claro que vai. O casamento dele tá chegando...
Zoe deu de ombros com fingida inocência.
— Pois é, né? Mas como você mesma disse que entre vocês não tem mais volta, então está tudo tranquilo da sua parte, né?
Ela terminou a frase cutucando Celina de leve na costela, fazendo-a rir e revirar os olhos.
Celina se levantou com um sorriso.
— Vamos pra cozinha porque alguém aí disse que ia fazer nosso jantar...
Zoe levantou animada.
— E você vai perder ele se continuar mentindo pra si mesma!
— Aff... — Celina bufou, já indo em direção à pia.
— Agora cadê o moreno alto, bonito e sensual que ia cozinhar pra gente peladão, só de avental? — disse Zoe, colocando a mão na cintura e jogando o cabelo pro lado, como se posasse para uma propaganda.
Celina gargalhou alto.
— Se ele aparecer pelado aqui, vai sair com um rolo de macarrão na cabeça! — respondeu, ainda rindo.
As duas foram pra cozinha entre piadas, risadas e pequenas trapalhadas culinárias. Fizeram macarrão ao alho e óleo, improvisaram uma salada, frango grelhado e até inventaram uma sobremesa de última hora com sorvete e biscoito triturado. Jantaram na mesa da cozinha, com copos de suco e conversa leve.
— E o livro? — perguntou Zoe, depois de uma garfada.
— Já mandei o material pra editora avaliar. Agora estou escrevendo mais capítulos.
— Você vai conseguir. Tenho certeza — disse Zoe, confiante.
Celina sorriu, emocionada.
— A comida tá uma delícia. Obrigada por estar aqui.
Elas terminaram de comer. Zoe lavou a louça com música tocando no celular e Celina, pensativa, saiu do transe e se levantou. Escovou os dentes no banheiro, passou um batom suave, ajeitou o cabelo diante do espelho e voltou à cozinha com uma expressão decidida.
— Amiga... eu vou até ele. Agora.
Zoe soltou um grito:
— Juraaa?!
— Mulher, olha os vizinhos! — disse, Celina rindo.
O coração parecia bater no ritmo de um tambor tribal, descompassado, urgente. As mãos suavam, e ela por diversas vezes as esfregava discretamente na saia do vestido. Aquela decisão de ir até a cobertura de Thor fora impulsiva. Tão impulsiva quanto verdadeira. Algo a empurrava naquela direção, uma força que ela tentava negar, mas que agora se erguia com toda a sua intensidade.
Ela lembrava dos olhos dele naquela tarde — a forma como ele a segurou pela cintura, o tom de voz baixo e quase culpado ao pedir desculpas. Por que aquilo mexeu tanto com ela? Era só um toque. Mas não era. O toque dele ainda queimava em sua pele como uma lembrança que seu corpo se recusava a apagar.
Depois de alguns minutos, a voz do motorista a trouxe de volta à realidade:
— Chegamos, senhora — disse ele com um sorriso gentil, enquanto parava o carro em frente ao edifício luxuoso onde Thor morava.
Celina respirou fundo, como se estivesse prestes a saltar de um penhasco, e respondeu com um sorriso tenso:
— Obrigada. Boa noite.
Desceu do carro, ajeitou a alça da bolsa no ombro e encarou o prédio por alguns segundos. Era elegante, moderno, com colunas de vidro que refletiam a cidade. Ela conhecia bem aquele lugar. Já havia estado. Mas tudo agora parecia diferente. Havia um peso, uma expectativa que a envolvia por completo.
Seus passos eram lentos, quase hesitantes. Cada passo soava como um eco de dúvidas: E se ele não quiser me ver? E se estiver com outra pessoa? E se eu estiver cometendo um erro?
Mas continuou andando. Passou direto pela recepção com um breve aceno. O porteiro, já acostumado com a presença dela, apenas sorriu e autorizou sua entrada no elevador privativo que levava direto à cobertura.
Assim que as portas do elevador se fecharam, o silêncio tomou conta do espaço fechado. Celina encostou-se na parede espelhada e olhou para seu reflexo. Seus olhos estavam brilhantes, intensos, e sua boca ligeiramente entreaberta como se mal respirasse. Seus dedos apertaram a alça da bolsa com mais força.
“E se ele me mandar embora?” — pensou.
O elevador subia em uma lentidão torturante, como se quisesse que ela enfrentasse cada segundo daquele turbilhão interno. O silêncio era cortante, e o som do próprio coração parecia preencher o ambiente.
Ela fechou os olhos e tentou controlar a respiração. Thor. O nome dele ecoava em sua mente com o peso de tudo o que haviam vivido — e de tudo o que não haviam dito.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...