O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 135

Zoe caminhava apressada pelo corredor da empresa, com um leve sorriso nos lábios e o celular já nas mãos. Era seu horário de almoço e, como de costume, precisava dividir com Celina o que estava atravessando seu peito desde o dia anterior. Ela mal conseguia esperar mais um minuto. Apertou o botão de chamada e levou o celular ao ouvido.

— Zoe, de novo? — atendeu Celina, rindo. — Está ocupada?

— Eu que te pergunto isso, mulher! — Zoe rebateu em tom animado. — Está ocupada? Pode falar?

— Não, acabei de parar de escrever. Estava preparando meu almoço, mas confesso que hoje não tô com muita fome... Acordei meio enjoada.

— Ixi... Enjoada? Vida de grávida ativada com sucesso!

— Deve ser alguma coisa que comi ontem e os bebês não aceitaram ou ansiedade. Sei lá. — Celina respondeu, tentando minimizar. — Mas fala, que voz é essa de quem tá prestes a explodir?

— Amiga... — Zoe começou, arrastando a palavra como se fosse um suspense de novela mexicana. — Eu ia na tua casa hoje à noite só pra te contar isso olhando no fundo dos teus olhos, mas não tô mais conseguindo segurar a língua!

Celina riu do outro lado da linha, já acostumada com o jeito dramático da amiga.

— Zoe do céu, fala logo! O que tá acontecendo?

— A nova secretária do poderoso chefinho... — Zoe começou, como quem vai soltar uma bomba. — É nada mais, nada menos que... EU!

Celina ficou em silêncio por dois segundos, depois soltou uma gargalhada leve e surpresa.

— Meu Deus! Sério?! Boa sorte, minha filha... — disse com humor. — Você vai precisar.

— Olha... — Zoe respondeu, num tom brincalhão. — Já comecei sentindo o peso da gravata invisível dele. Mas confesso que tá sendo até divertido. Eu amo cutucar aquele homem! Pena que ele tem aquele jeitão arrogante, mas por dentro, eu sei, é tudo miolo de pão.

— Zoe... — Celina suspirou sorrindo. — Só você mesmo.

— Sério agora, tô sentindo falta de almoçar contigo... — Zoe murmurou, com um leve tom de saudade.

— Mas você pode jantar aqui, ué. Uma certa pessoa prometeu fazer um jantar pra mim.

Zoe arqueou a sobrancelha e abriu um sorriso cheio de malícia.

— Jura? Ele prometeu? — Zoe riu. — Ah não, agora que eu vou mesmo. Quero ver esse homem cumprir promessa!

Thor assentiu em silêncio e sentou-se. Seu corpo ainda carregava o peso dos últimos dias. A noite na mansão, a despedida, a decisão de doar tudo, de apagar rastros, de tentar — pela primeira vez em muito tempo — abrir-se para o presente.

— Hoje... — ele começou, após alguns minutos de silêncio — eu dei um passo difícil. Doeu como um soco no estômago. Mas... ao mesmo tempo, senti que era necessário.

— Você se permitiu dizer adeus? — Helena perguntou suavemente.

— Sim. Me despedi da Karina. Do nosso filho. Da casa. Das roupas. Dos sonhos... — Thor baixou a cabeça. — Mandei doar tudo. Até as joias dela eu dei. Pedi que vendessem a mansão. Não quero mais viver cercado de fantasmas.

— E como se sentiu ao tomar essa decisão?

— Como se tivesse arrancado algo de mim. Literalmente. — Thor levou as mãos à cabeça, massageando as têmporas. — A dor é física. Mas também... me sinto mais leve.

Helena apenas anotava, observando. Sabia que aquele homem blindado, tão acostumado a esconder tudo sob uma couraça de aço, estava, aos poucos, cedendo ao processo.

— E a Celina? — ela perguntou.

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