Zoe caminhava apressada pelo corredor da empresa, com um leve sorriso nos lábios e o celular já nas mãos. Era seu horário de almoço e, como de costume, precisava dividir com Celina o que estava atravessando seu peito desde o dia anterior. Ela mal conseguia esperar mais um minuto. Apertou o botão de chamada e levou o celular ao ouvido.
— Zoe, de novo? — atendeu Celina, rindo. — Está ocupada?
— Eu que te pergunto isso, mulher! — Zoe rebateu em tom animado. — Está ocupada? Pode falar?
— Não, acabei de parar de escrever. Estava preparando meu almoço, mas confesso que hoje não tô com muita fome... Acordei meio enjoada.
— Ixi... Enjoada? Vida de grávida ativada com sucesso!
— Deve ser alguma coisa que comi ontem e os bebês não aceitaram ou ansiedade. Sei lá. — Celina respondeu, tentando minimizar. — Mas fala, que voz é essa de quem tá prestes a explodir?
— Amiga... — Zoe começou, arrastando a palavra como se fosse um suspense de novela mexicana. — Eu ia na tua casa hoje à noite só pra te contar isso olhando no fundo dos teus olhos, mas não tô mais conseguindo segurar a língua!
Celina riu do outro lado da linha, já acostumada com o jeito dramático da amiga.
— Zoe do céu, fala logo! O que tá acontecendo?
— A nova secretária do poderoso chefinho... — Zoe começou, como quem vai soltar uma bomba. — É nada mais, nada menos que... EU!
Celina ficou em silêncio por dois segundos, depois soltou uma gargalhada leve e surpresa.
— Meu Deus! Sério?! Boa sorte, minha filha... — disse com humor. — Você vai precisar.
— Olha... — Zoe respondeu, num tom brincalhão. — Já comecei sentindo o peso da gravata invisível dele. Mas confesso que tá sendo até divertido. Eu amo cutucar aquele homem! Pena que ele tem aquele jeitão arrogante, mas por dentro, eu sei, é tudo miolo de pão.
— Zoe... — Celina suspirou sorrindo. — Só você mesmo.
— Sério agora, tô sentindo falta de almoçar contigo... — Zoe murmurou, com um leve tom de saudade.
— Mas você pode jantar aqui, ué. Uma certa pessoa prometeu fazer um jantar pra mim.
Zoe arqueou a sobrancelha e abriu um sorriso cheio de malícia.
— Jura? Ele prometeu? — Zoe riu. — Ah não, agora que eu vou mesmo. Quero ver esse homem cumprir promessa!
Thor assentiu em silêncio e sentou-se. Seu corpo ainda carregava o peso dos últimos dias. A noite na mansão, a despedida, a decisão de doar tudo, de apagar rastros, de tentar — pela primeira vez em muito tempo — abrir-se para o presente.
— Hoje... — ele começou, após alguns minutos de silêncio — eu dei um passo difícil. Doeu como um soco no estômago. Mas... ao mesmo tempo, senti que era necessário.
— Você se permitiu dizer adeus? — Helena perguntou suavemente.
— Sim. Me despedi da Karina. Do nosso filho. Da casa. Das roupas. Dos sonhos... — Thor baixou a cabeça. — Mandei doar tudo. Até as joias dela eu dei. Pedi que vendessem a mansão. Não quero mais viver cercado de fantasmas.
— E como se sentiu ao tomar essa decisão?
— Como se tivesse arrancado algo de mim. Literalmente. — Thor levou as mãos à cabeça, massageando as têmporas. — A dor é física. Mas também... me sinto mais leve.
Helena apenas anotava, observando. Sabia que aquele homem blindado, tão acostumado a esconder tudo sob uma couraça de aço, estava, aos poucos, cedendo ao processo.
— E a Celina? — ela perguntou.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...