Isabela apertou a mão de Thor com força, como se o toque pudesse mantê-lo preso ali.
— Fica, por mim… pelo nosso bebê. A gente precisa de você. Eu preciso de você… Só hoje. Só esse dia. Me deixa sentir que ainda tem uma chance pra gente…
Thor permaneceu em silêncio por alguns segundos. Seus olhos estavam fixos nela, mas não havia suavidade em seu olhar. Respirou fundo antes de responder, a voz baixa, firme, sem hesitação:
— Eu entendo o que você tá sentindo, Isabela. Mas o que você precisa agora não é de promessas, é de equilíbrio emocional. Se continuar se desestabilizando assim, quem vai sofrer é o bebê. E eu não vou deixar que isso aconteça.
Ela o olhou, implorando por qualquer traço de emoção, mas Thor não cedeu.
— Eu vou conversar com a médica e ver se consigo reorganizar meu dia — disse, sem tocar em sentimentos, sem consolar. — Mas só se você se comprometer a comer tudo e manter a calma. Você precisa fazer sua parte.
Isabela assentiu com a cabeça rapidamente, as lágrimas escorrendo de novo.
— Eu prometo… prometo que vou tentar. Só… não vai embora.
Thor soltou a mão dela devagar e se levantou, ajustando a camisa com um gesto contido.
— Se quiser que eu fique, prove que consegue ser forte. Isso agora não é mais sobre você ou eu. É sobre o bebê. E é por ele que eu tô aqui.
Ele olhou para ela uma última vez, sem expressão, e caminhou até a porta para buscar a médica.
Para Isabela, aquele vazio no olhar dele doía mais do que qualquer grito. Porque não era ódio… era ausência.
As horas avançavam lentamente, e Celina já havia perdido a conta de quantas vezes olhou para o celular. O enjoo insistente, somado à ausência de Thor e de qualquer mensagem sua, a deixava inquieta. Pegava o aparelho, pensava em ligar, mas logo se lembrava do que ele dissera: "Confia em mim." Então, precisava tentar confiar… mesmo que os fantasmas do seu passado batessem à porta da sua mente com frequência irritante.
Para ocupar a cabeça, Celina aproveitou o tempo livre e marcou os exames de pré-natal. Também começou a pesquisar apartamentos para alugar. Já passava da hora de ter seu próprio espaço, de recomeçar.
Quando o relógio marcou meio-dia, e o telefone ainda estava em silêncio, alguém bateu na porta de sua sala. O coração de Celina deu um pulo. Ela se levantou rápido, os olhos acesos de esperança.
Mas, ao abrir a porta, deu de cara com Zoe. Seu semblante despencou visivelmente.
— Uau — disse Zoe, colocando as mãos na cintura e arqueando uma sobrancelha. — Não sabia que minha presença causava tanto desgosto assim. Se eu soubesse, teria vindo antes só pela sua cara.
Celina levou as mãos ao rosto, sem graça.
— Me perdoa, Zoe. Eu achei que fosse…
— O Thor, né? — completou Zoe, sacudindo as mãos no ar como quem afasta energia ruim. — Chega, vamos espantar toda essa negatividade! Levanta, mulher, vamos almoçar! E não me venha com “não”, que hoje estou no modo “sim à vida”!
Sem conseguir resistir ao bom humor da colega, Celina pegou a bolsa e foi com ela até o restaurante onde Gabriel trabalhava.
Assim que entraram, ele as atendeu com aquele sorriso encantador de sempre.
— Boa tarde, senhoritas. Tudo bem com vocês?
— Tudo sim — respondeu Celina com um sorriso discreto.
Mas Gabriel percebeu que havia algo por trás daquele sorriso. Zoe, por sua vez, estava mais interessada em outra coisa.
— Quem é esse deus grego? — cochichou para Celina assim que Gabriel se afastou.
— São gêmeos.
— Minha nossa senhora da ovulação certeira! — Zoe exclamou. — Esse chefinho não brinca em serviço mesmo! O amigão dele lá embaixo é tão poderoso que já fez dois de uma vez! — Celina cobriu o rosto com as mãos, morrendo de vergonha. — Ah, não faz essa cara! — continuou Zoe, rindo. — Todo mundo transa, Celina! E duvido que você tenha ficado assim tímida na hora do vamos ver!
Elas riram tanto que chamaram a atenção de quem estava ao redor.
A comida chegou, e Celina conseguiu esquecer por um tempo da angústia no peito. Comeu pouco, mas o suficiente. Ao final, na hora de pagar, Gabriel entregou discretamente um bilhete para Celina. Ela abriu e leu silenciosamente um trecho de música. Ela sorriu.
— Como você está? Você sumiu. Peço desculpas mais uma vez Gabriel. — disse ela, encarando-o.
— Tô bem. — Ele deu de ombros. — Não precisa se desculpar, Celina. E eu não sumi. Só não quero causar mais problemas pra você. Mas você sabe onde me encontrar.
Elas se despediram e saíram. No elevador, Zoe estava curiosa.
— O que rolou com o Gabriel? Tô sentindo uma tensão no ar…
— O Thor teve um ataque de ciúmes e deu um soco nele — contou Celina.
— Ai, que máximo! Dois homens gostosos brigando por você! Isso só acontece nos meus sonhos! — disse Zoe, fazendo Celina gargalhar.
De volta à empresa, Zoe foi para o setor dela, e Celina voltou para sua sala. Thor ainda não tinha aparecido. Então ela decidiu ligar. Chamou… caiu na caixa postal.
Suspirou fundo e voltou ao trabalho. Uma notificação de e-mail a distraiu: era da imobiliária. Havia uma visita disponível para às 19h. Ela confirmou rapidamente.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...