Parte 2...
Ela sabia que poderia haver um neto e ao ter essa certeza isso tocou fundo, ela mudou um pouco, dava para sentir, apesar de tudo. Não tinha como negar que o baque foi grande.
Não poderia deixar que Anelise se fosse e levasse seu filho. Ele a queria ali e teria que fazer algo para que ela visse isso. Ele se recusou a ser digno de pena, mas aproveitou que estava sozinho no quarto e chorou.
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Anelise estava terminando o café com as crianças quando Luiza chegou.
— Posso falar com você... À sós? - sorriu para as crianças.
— Claro - ela levantou — Terminem tudo e depois vão ficar com Ludimila.
As duas foram para a área de trás onde ficava um pequeno jardim e sentaram embaixo da cobertura do gazebo.
— Pode falar.
— Eu estou pensando... Se você me permite levar as crianças... Para minha casa - ela apertou as mãos ansiosa.
— E para que?
— Eu gostaria de ter um tempo de avó com eles - ela gesticulou apreensiva.
— Não! - ela balançou a cabeça.
— Eu sou avó do menino - respirou fundo — Tenho direito de...
— Você não tem direitos - Anelise cruzou os braços — Não confunda as coisas - ela riu baixinho — Não vai haver uma família aqui, Luiza.
— Mas, eu pensei que...
— Então pensou errado - levantou — Não confunda minha boa criação, dada por minha avó, junto com a experiência de vida que ganhei ao lado de meu marido - pausou a olhando de modo irônico e depreciativo — Com a avó que você imagina que pode ser - riu de novo — De forma alguma eu vou deixar que influencie meus filhos com suas ideias.
— Não é isso o que eu quero. Apenas quero ter contato com o meu neto.
— Pois aproveite enquanto estivermos por aqui - ela se virou — Com a supervisão de Felipe ou Ludimila.
Luiza ficou olhando-a se afastar e levar sua esperança.
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— Vai ver ela deve querer que o Alan a veja como uma avó de verdade e só iso - Felipe disse.
— Pois ela que tire o cavalo da chuva. Iremos embora em breve - respondeu séria.
— Está segura disso? - ele se preocupou — E o filho?
— Antes de ir podemos fazer um acordo de visitas... Se é que ele vai querer isso.
— Acha que não?
Ela puxou o ar até encher o peito, pensando. Gostaria muito que ele quisesse sim.
— Não sei, realmente. Prefiro não criar expectativas com relação a Mathias.
Alan entregou um biscoito de aveia com gotas de chocolate para a irmã, sentada no colchão perto de Mathias. Ludimila estava de olho neles, mas estava sentada em uma cadeira de ferro na varanda, aproveitado a brisa e o calor ainda suportável do sol da manhã.
— Você pode comer biscoito de aveia? - Bianca perguntou, balançando as perninhas.
— Acho que posso sim - Mathias franziu o nariz.
Alan sentou ao lado dele, curioso sobre o homem que agora ele sabia que era seu pai.
— Você gosta de animais? - mordeu o biscoito.
— Gosto sim. Eu tenho alguns cavalos. Você gosta?
— Muito - ele assentiu — Minha mãe deixa a gente ter o animal que quiser - ele explicou — Ela diz que faz bem pra gente.
— Pois ela está certa - ele sorriu — Você vai ficar comigo na fisioterapia?
— Eu posso? - abriu bem os olhinhos.
— Pergunte à sua mãe primeiro, Alan - Ludimila disse.
— Eu vou perguntar a ela - coçou o olho — A Bia também pode ficar?
— Pode sim - ele sorriu feliz por ter o filho ali — Vocês já tomaram seu café da manhã?
— Já sim.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Nosso Passado
O poder do perdão é algo muito poderoso é realmente libertador......
Essa coisa de que ela tem q ficar persuadido ele como se ela fosse mãe e ele filho, tá um porre. Homem pode ser machista, liberal, idiota ou o q quiser, mas infantil e inconsequente não dá, pq o azar é dele, mulher não tem q ficar adulando infantilidade....