Parte 1...
Ao acordar Anelise viu que estava com a perna em cima dele e retirou rápido, com medo de machucá-lo.
— Bom dia - ele disse.
— Bom dia - ela respondeu lhe dando um beijo rápido no peito — Vou levantar.
— Agora não. Que tal me ajudar aqui? - ele indicou a ereção matutina.
— De jeito nenhum. Só quando o médico liberar você.
— Chata - ele resmungou e gemeu quando se mexeu.
— Viu só? - ela levantou — Vou chamar Vinícius para te ajudar. Não demoro.
Ele até ia reclamar, mas ela saiu depressa e retornou com o enfermeiro.
— Vou preparar uma bandeja com algumas coisas para você comer. Volto já!
O que ele queria mesmo era ficar mais tempo com ela. Acordou durante a madrugada e ela estava dormindo com o braço por cima dele em uma atitude protetora. Ele adorou isso. Foi uma sensação que nunca sentiu antes, porque nunca dormiram toda a noite juntos.
O enfereiro preparou as doses do medicamento e a injeção que teria que tomar pela manhã. Felipe entrou no quarto.
— Anelise me mandou trazer a bandeja com sua comida - colocou ao lado da cama perto dele — Disse que se você não comer tudo eu posso lhe dar um soco na cara.
— Como é? ele franziu a testa enquanto Vinícius ria — Pode experimentar pra ver o que lhe acontece.
— Não me tente que a ideia é boa.
— Você não vai com a minha cara, não é?
— Não, mas Anelise sim - deu de ombro — E você é o pai do pequeno. Posso aturar você por eles - disse sincero.
— Obrigado pela parte que me toca - sorriu irônico e torceu a boca — Eu também não gosto de você.
— E eu não me importo com sua opinião.
— Ok, senhores - Vinícius se meteu na conversa — Vamos lembrar que emoções fortes são proibidas aqui?
— Tem razão - Felipe assentiu — E não quero que piore... Apesar de tudo - fez uma cara de reprovação para ele.
Porque ela era tudo o que ele sempre quis, mesmo sendo um babaca que se deixou influenciar pelo casamento ruim dos pais e não via como isso poderia funcionar para ele. A queria muito, desde a primeira vez em que a viu e ainda hoje. Aí estava o motivo pelo qual todas as outras eram apenas um passatempo e depois que perdia o interesse as mandava embora.
Era ela quem estava por baixo de sua pele e era por Anelise que seu coração ficava feliz.
O controle, a competência e a segurança dela chegaram a enervá-lo, se sentindo até rebaixado. Antes ela era tímida e insegura e ele conseguia dominá-la. Agora ela o olhava com ironia e se afastava dele com facilidade, derrubando suas defesas e suas iniciativas.
Era mesmo ridículo que ela tenha se transformado na pessoa que ele achava que jamais chegaria. Foi só alguém lhe estender a mão e acreditar em seu potencial, coisa que ele não fez.
Passou anos como fraco, se sentindo frustrado e agoniado por não ter tido força para segurá-la. Foi tão ridículo que mesmo agora ele se sentia feliz com o pouco que ela lhe dava de atenção.
Ao vê-la de volta, chegou a pensar que teria um infarto de tanto que seu coração doeu. Precisava dela. Precisava de seu filho.
Agora tinha certa a medida da maldade que fizeram com ela. Que ele também fizera.
Ainda assim, ela agora tinha compaixão, segurança, disciplina e até carinho para com ele. Foi verdadeira ao revelar tudo para Alan. Seu filho que levava o sobrenome de outro homem.
E ele nem conseguia odiá-lo. Se não fosse por ele Anelise e Alan não estariam ali. Chegava a ser irônico.
Anelise hoje tinha mais dinheiro, nome e poder do que a família dele. Um grande golpe em sua mãe.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Nosso Passado
O poder do perdão é algo muito poderoso é realmente libertador......
Essa coisa de que ela tem q ficar persuadido ele como se ela fosse mãe e ele filho, tá um porre. Homem pode ser machista, liberal, idiota ou o q quiser, mas infantil e inconsequente não dá, pq o azar é dele, mulher não tem q ficar adulando infantilidade....