Paloma assustou-se a ponto de perder a alma.
Ela desviou-se para o lado, aproveitando para acender a luz.
Na cama, Kléber encolhido em um pequeno monte, mas a expressão feroz em seu rosto não tinha nada de infantil, assemelhava-se exatamente ao pequeno demônio de seus sonhos.
Ele ainda segurava uma faca artesanal, com a lâmina afiada voltada para ela.
Paloma estava coberta de suor frio, pensando que se acordasse apenas alguns segundos mais tarde, a criança provavelmente teria cravado a lâmina em seu rosto.
Ela segurou a mãozinha dele, tentando tirar a faca, mas inesperadamente, a criança lançou-se contra ela com a fúria de um louco.
Preocupada com o bebê em seu ventre, Paloma soltou a mão e tentou sair da cama.
No entanto, Kléber lançou-se sobre ela, ainda segurando a faca.
Paloma nunca imaginou que pudesse ver tanto ódio nos olhos de uma criança tão pequena; ele parecia mais um super-herói em fúria do que uma criança com autismo.
Ela estendeu a mão e empurrou-o para debaixo da cama.
Ouviu-se apenas um choro alto quando a criança começou a chorar.
Paloma, sem conseguir evitar, olhou e viu que a faca havia se cravado na mão dele, de onde o sangue fluía abundantemente.
Ela franziu a testa. Embora achasse que ele merecia, agachou-se para examinar o ferimento.
Nesse momento, Sófia entrou abruptamente pela porta, gritando "Socorro!".
Rapidamente, Fausto também entrou, ao ver o sangue na mão de Kléber, seu rosto se contorceu de horror e ele empurrou Paloma para o lado.
Paloma caiu sentada no chão, sentindo uma dor aguda em seu ventre.
Ela cobriu a barriga com as mãos, o suor frio brotando com a dor.
"Fausto, minha barriga dói." Ela disse, meio assustada, buscando ajuda de Fausto.
A atenção do homem estava toda na criança, ele pressionou o ponto de sangramento do menino e o levou para fora.
"Srta. Lemos, não adianta se fazer de vítima, a sua dor de barriga pode ser mais grave que o ferimento do pequeno Senhor? Se a criança tem algum problema, bastaria conversar ou, na pior das hipóteses, dar umas palmadas, mas nunca recorrer a uma faca, isso é querer tirar a vida da criança." Sófia a repreendeu do alto de sua superioridade.
Mas antes que pudesse completar a ligação, sentiu o mundo girar e caiu.
Nesse momento, um carro preto parou suavemente, e um homem jovem e bonito desceu do assento do motorista.
Ele deu uns tapinhas no rosto de Paloma, "Senhorita, acorde."
Paloma, reunindo suas últimas forças, disse: "Por favor, me leve... ao hospital."
...
No pronto-socorro do Hospital de Conforto.
Paloma olhou para o homem à sua frente com a camisa branca manchada de sangue, incapaz de expressar sua gratidão.
"Obrigada por me salvar, se não fosse por você, eu provavelmente teria..."
"Não foi nada, você é irmã da Célia, e eu sou professor dela, isso é o nosso destino."
Esse homem era o Prof. Aleixo, mencionado por Célia, chamado Nuno Aleixo, com quem ela já havia se encontrado antes para tratar de alguns assuntos. Paloma nunca imaginou que encontraria ele quando desmaiou, e ainda bem que o encontrou.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Não Culpe Minha Partida, Sem Sentir Seu Amor
Nossa que chato, pq não excluem esse sem final!!...
Não terá mais atualização??...