A quietude não durou muito e o celular de Fausto tocou, era um convite de vídeo.
Ele olhou para a mulher à sua frente e trocou para chamada de voz.
A voz doce e suave de Helena soou, "Fausto, por que você não faz vídeo comigo?"
"Não é muito conveniente."
"Entendi, eu queria ver como está o Kléber, ele está se comportando bem?"
Paloma se levantou, caminhou até a varanda, abriu a porta de vidro deslizante e saiu.
Fausto observava a silhueta esguia, respondendo de forma distraída.
Paloma não voltou para a sala de chá, e só viu Fausto novamente na mesa de jantar.
Provavelmente para celebrar a alta hospitalar da criança, a babá preparou uma grande quantidade de pratos, todos com um sabor doce, do gosto da criança.
Ao ver Paloma, Fausto puxou uma cadeira para ela, "Hoje é nosso primeiro jantar em família, vamos celebrar com vinho."
"Família", que palavra abstrata.
Paloma tocou sua barriga, "Vocês comam, não estou com apetite."
"Paloma!" O homem controlou sua irritação, "Não esqueça do que você prometeu."
Paloma se virou e sentou-se, pegando os talheres.
Ela realmente não conseguia comer nada.
Kléber, ao lado, de repente gritou, "Cadê a mamãe? Quero que a mamãe venha jantar."
Fausto apontou para Paloma, "De agora em diante, ela é a mamãe."
"Não é, ela é a mulher má, eu odeio ela", disse ele, jogando a colher no chão.
A expressão de Fausto piorou, mas ele ainda era paciente com a criança, "Kléber, você não pode agir assim."
"Não, quero a mamãe."
O homem pegou a colher, as veias de sua mão pulsando, claramente contendo sua raiva.
Mas a criança continuou chorando e fazendo birra, até derrubar o decantador de vinho, espalhando o líquido vermelho sobre a camiseta branca de Paloma, como sangue.
Paloma ficou exasperada, levantou-se para ir embora.
Paloma se assustou com seus próprios pensamentos.
“Não, Paloma, seja sensata, ele só é bom para o filho de seu primeiro amor, o seu, ele nem consideraria.” Ela pensou.
A refeição, sob a autoridade do homem, finalmente terminou de forma harmoniosa, e depois Kléber insistiu para jogar um jogo de pescaria com ele.
Fausto sentou-se no chão, colocando a criança em seu colo, os dois com sorrisos semelhantes em seus rostos.
Paloma baixou os olhos, afastando-se silenciosamente.
Fausto, que observava discretamente, franzia a testa.
Parecia que convencer ela a aceitar a criança seria um processo longo.
...
No meio da noite, Paloma sonhou com Kléber.
O menino tinha chifres de demônio e pequenos dentes afiados, rindo malignamente enquanto tentava sugar seu sangue.
Paloma acordou assustada, e no momento em que abriu os olhos, viu uma sombra avançar em sua direção, com uma faca reluzindo em sua mão.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Não Culpe Minha Partida, Sem Sentir Seu Amor
Nossa que chato, pq não excluem esse sem final!!...
Não terá mais atualização??...