Lembranças das noites quentes de verão romance Capítulo 105

- Onde você o encontrou? – Ele perguntou diretamente para mim.

- Gui, nós não vamos falar sobre isso.

- Você tem que me dizer... – Ele alterou a voz e a porta se abriu.

A mulher alta, esguia e de cabelos longos e levemente ondulados entrou, fechando a porta atrás de si. Tinha na mão um copo descartável com café. Os olhos eram claros, o tom dos cabelos levemente avermelhados, percebendo-se que eram tingidos. Usava uma calça jeans escura, justa e uma blusa com gola alta, que deixava sua aparência ainda mais refinada.

Eu nunca me achei feia, pelo contrário. Mas ela era digna de uma modelo de passarela, tamanha altura e peso muito bem distribuídos.

Entregou o copo para Guilherme e sentou-se na poltrona. Não consegui disfarçar minha curiosidade.

- Mãe... Esta é Sabrina Rockfeller. Ela é minha professora... E mãe da Melody. – Ele explicou.

Ela olhou na minha direção e disse, abrindo os lábios num sorriso forçado:

- Encantada, professora!

- Prazer. – Balancei a cabeça.

- Parente dos Rockfeller da gravadora? – Ela perguntou enquanto tirava o celular da bolsa, não olhando na minha direção.

- Não... – Me ouvi dizendo.

- Eu também sou Rockfeller. – Melody disse orgulhosa.

Mas a mulher não olhou na nossa direção, seguiu mexendo no celular.

- O nome dela é Kelly. – Guilherme disse, visivelmente sem jeito.

Agora eu entendia algumas atitudes do garoto. E também da avó, que o assumiu no lugar da filha.

- Você está vindo? – Ouvi a voz dela demonstrando irritação ao telefone.

Tentei não prestar atenção na conversa dela, mas era impossível, pois ela não fazia questão de esconder.

- Ponha no GPS, porra! Sabe o que é isso ou nunca ouviu falar? – esperou um pouco e completou – Já disse que meu filho sofreu um acidente de skate e vai passar a noite no Hospital. Eu vou ficar com ele porque minha mãe não está bem.

Sim, estava ali porque a mãe dela não estava em condições e não por causa do filho. Mulheres daquele tipo me repugnavam. Abri mão de tudo pela minha filha enquanto aquela tinha passado toda a responsabilidade de mãe para sua própria mãe.

Senti dó de Guilherme. Onde estaria o pai dele? O que tinha acontecido entre eles?

Não querendo continuar ouvindo aquela conversa e sabendo que tinha uma longa noite pela frente, perguntei para Melody:

- Que tal um chocolate quente?

- Acho muito bom. – Ela arregalou os olhos.

- Vou pôr marshmellows dentro. – Cochichei no ouvido dela, que sorriu e bateu palmas, com os olhinhos brilhando.

Levantei e olhei para Guilherme, que estava a me observar.

- Quer algo da cantina? – Perguntei.

- Chocolate quente com marshmellows. – Ele sorriu, comprimindo os lábios logo em seguida.

A mãe dele seguia no telefone.

Cinco anos sozinha em Noriah Sul e um reencontro em menos de 12 horas com Charles e Colin, trazendo de volta o passado em tão pouco tempo.

- O que você faz aqui no Hospital? Está tudo bem com você?

- Minha filha caiu da escada... Quebrou a perna – sorri, sem jeito – Ela é muito travessa.

- Não consigo imaginar você com uma criança.

- Hum, mas imagine. E acredite, ela é linda e apaixonante.

- Eu imagino... Se for parecida com você, as duas coisas.

- Ela é a cara do pai. – Falei imediatamente.

- E... Vocês estão juntos?

- Em breve estaremos. – Me limitei a responder.

Ele me olhou sem dizer nada.

- Ainda está trabalhando na J.R Recording?

- Não... Você não soube o que aconteceu?

Arqueei a sobrancelha, curiosa:

- Não.

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