POV AMÉLIA.
Eu e Cecília estávamos sentadas na sala de convivência da casa de Magnos. Me acomodei no sofá e me estiquei toda nele, colocando meu pé machucado em cima de uma almofada para ficar elevado. Estou ansiosa para tirar logo essa bota imobilizadora ortopédica.
Não gosto de ser carregada e ficar dependendo dos outros para me locomover. — Se bem que você gostou de ser carregada pelo Magnos. — Falou a voz de meu pensamento. Aquela voz que escutamos quando pensamos. Digo ser minha voz da mente. Nem sempre eu a escuto e acabo me ferrando. Cecília interrompeu meus pensamentos.
— Então Amélia vamos começar, os lobisomens foram criados pela deusa da Lua, nossa mãe. Não entrarei agora na história da deusa Lua, que pode ser chamada de Selene ou Luna. Outra hora lhe conto com detalhes como fomos criados e os tipos de transformações que temos. Existe uma hierarquia em todas as alcateias. Somos liderados pelo alfa, o lobo mais forte e poderoso da alcateia, abaixo do alfa está o beta que é seu braço direito. Em seguida temos o gama, o delta e por último o ômega, eles são os lobos mais fracos de uma alcateia. — Explicou Cecília. Até agora estou entendendo.
— E como é escolhido quem é alfa, beta ou os outros? — Perguntei interessada.
— Nós já nascemos assim. — Respondeu Cecília.
— É uma divisão de casta então, certo? — Perguntei.
— Pode se dizer que sim. Todos abaixo do alfa, lhe devem obediência. — Falou Cecília.
— E se um lobo não quiser obedecer? — Perguntei.
— Não existe isso de não querer. Um alfa tem a chamada dominância. O que permite que ele mande e nós obedecemos. Nenhum lobo pode resistir a um comando de um alfa. Sua dominância nos faz sofrer se tentarmos ir contra as suas ordens. — Falou Cecília.
— Foi por isso que você e seus pais se ajoelharam para Magnos no meu quarto? — Perguntei curiosa. Esse assunto está me agradando.
— Sim, quando um alfa usa a sua voz de comando, não conseguimos permanecer em pé. Temos que nos submeter e expor nossa parte vulnerável. Mostramos nossos pescoços em forma de submissão. — Falou. Nesse momento quis saber mais sobre o Cosmo.
— Entendi. Pode me fale sobre o Cosmo? — Pedi.
— Cosmo, o lobo do Magnos? — Perguntou Cecilia confusa.
— Sim, ele mesmo. Conversei com ele. Como é essa coisa de ter um lobo dentro de vocês? Quero dizer outra mente em sua cabeça, como é isso? — Perguntei. Cecília me olhou estranho.
— Amélia, como você conversou com Cosmo? — Perguntou.
— Ora conversando, do mesmo jeito que estou falando com você. — Respondi não entendo sua pergunta idiota.
— Magnos te deixou conversar com o lobo dele? — Perguntou espantada.
— Você tem companheiro? — Perguntei.
— Ainda não encontrei, às vezes levam décadas para os companheiros se encontrarem. — Falou e parecia triste. Resolvi mudar de assunto.
— Magnos me disse que vai arrumar algo, para mim, fazer e não ficar à toa. Como é a distribuição de trabalho por aqui? — Perguntei.
— Aqui é divido por hierarquia. Os ômegas ficam com os trabalhos de base… — Ela estava falando, mas eu a interrompi.
— De base, não entendi. — Falei.
— É o serviço braçal. Eles cuidam da preparação da terra para o cultivo, plantam e colhem. Cuidam da limpeza de toda a alcateia e das residências, e do serviço doméstico. Por serem fracos, não podem ocupar cargos de chefia. — Explicou. Está me parecendo que os ômegas são os escravos aqui.
— Fraco? Não acho isso não. Eles são muito fortes, a meu ver. Pois cuidam dos serviços mais pesados. Onde isso é fraqueza? — Perguntei.
— Eles são considerados fracos em combate. Um ômega é uma presa fácil numa batalha; por isso, são considerados fracos. Eles só ganham dos humanos que são mais fracos que eles. Vocês são inúteis, um ômega é mais forte que vocês. — Falou Cecília com uma certa superioridade.
Como ela ousa me chamar de inútil. Não gostei, eu ainda mostrarei como essa humana aqui pode ser superior a esses vira-latas pulguentos. Rosnei em minha mente. O que, eu rosnei? Acho que estou sendo influenciada por aquele ogro.
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