POV MAGNOS.
Coloquei cada lobo do meu exército em alerta para rastrear Verônica. Sabia que Héctor tinha se tornado mais astuto com o tempo, então era óbvio que ele não teria levado Amélia para sua própria alcateia. Esse seria o primeiro lugar onde eu procuraria.
— Vamos mandar nosso exército para a alcateia de Hector? — perguntou Cecília, nervosa. A preocupação com Amélia pairava sobre todos.
Eu estava no meu escritório, cercado por Ivan, Morgana, Jake, Cecília e meus pais. Eles não se afastavam de mim nem por um instante, talvez com medo de que eu perdesse o controle e acabasse iniciando uma carnificina. Avisei o conselho do mundo sobrenatural para que não ousassem interferir ou tentar me impedir.
Já tinha denunciado Hector pelo sequestro de Amélia e pela infertilidade dos lycans. Todos estavam cientes de que eu queimaria o mundo inteiro se fosse necessário para encontrar minha companheira, e que não teria misericórdia com quem cruzasse o meu caminho. Olhei para Cecília e o desespero estava estampado em seu rosto, assim como no de todos os outros ali presentes.
— Não. Héctor foi esperto em mandar sua companheira sequestrar Amélia, então ele não está na própria alcateia. Seria o primeiro lugar que eu, ou o conselho, procuraríamos. Ela não está lá. Precisamos descobrir onde ele a escondeu… E depois, matarei Hector pessoalmente — afirmei, com frieza.
— Você não pode matar Hector — disse Morgana, com um olhar enigmático. Rosnei, ao ouvir o absurdo que ela estava sugerindo.
— Ficou louca? Ele levou Amélia, e você não quer que eu o mate? — rebati, minha voz cheia de fúria. Cosmo rosnou dentro de mim, e o sentimento reverberou por todos, incluindo meus pais e Cecília. Jake lançou um olhar ameaçador para Morgana.
— Pensei que fosse mais inteligente, lobinho — replicou Morgana, com uma risada sarcástica. — Quero aquele maldito morto tanto quanto você. Mas precisamos dele para quebrar a maldição. Usaremos o coração de Lys nele, e depois, o que sobrar… você pode eliminar como quiser. Está claro agora? — concluiu, com uma expressão sombria. Entendi o raciocínio dela. Essa bruxa, por mais malévola que fosse, sabia ser estrategista. Admirei sua ideia.
— O que quis dizer com o que sobrar? — perguntou Jake, confuso.
— O coração de Lys drena a força vital de quem o utiliza. Ele pode quebrar um feitiço, mas o preço é a própria vida daquele que a lançou ou a solicitou. Héctor ficará como um morto-vivo, e Magnos poderá fazer o que quiser com o que restar — explicou Morgana com tranquilidade.
— Você queria que minha irmã usasse essa coisa? Quem foi o louco que criou tal artefato? — esbravejou Jake, revoltado, referindo-se ao plano que tínhamos de usar o coração de Lys para libertar Amélia do feitiço que aprisionava sua loba e parte bruxa.
— Eu não sabia de todos os detalhes antes. Só fui informado quando Morgana me explicou — respondi. Mas toda essa conversa estava nos afastando do foco principal: encontrar Amélia e nossos filhotes. Quem sabe que horrores aquele maldito Héctor poderia estar fazendo com ela?
— Estamos perdendo o objetivo — disse meu pai, sua voz firme. — Já entendemos que Héctor precisa estar vivo por enquanto. Mas temos que encontrar Amélia. Hélio mencionou que os filhotes devem nascer no começo do próximo mês, mas ele teme que o estresse acelere o parto. Precisamos nos concentrar em achá-la antes que algo aconteça — contou. Senti um choque percorrer meu corpo ao ouvir essas palavras. Hélio não havia me contado nada sobre essa possibilidade.
— Quando Hélio disse isso? — perguntei, aflito.
— Eu sempre estou certa, lobinho. Agora vá se preparar, porque faremos uma pequena visita. Mal posso esperar para ver a reação das fadas quando a rainha das bruxas aparecer na cidade delas — disse Morgana, soltando uma gargalhada. A tensão entre as fadas e as bruxas era lendária, e eu podia imaginar a confusão que causaria. Apenas esperava que essa rixa não nos atrapalhasse.
— Ivan, Morgana, venham comigo. Pai, mãe, cuidem da alcateia. Cecília, Jake, preparem tudo para que meu exército esteja pronto quando eu der o sinal. Morgana, você pode teletransportar o meu exército se precisarmos? — perguntei, calculando todos os movimentos.
— Isso é fácil para mim — respondeu Morgana com um ar de superioridade. — Mas acho que não será necessário. Nós três podemos cuidar de Héctor. Ele já não tem mais Hera e seu bando de bruxas traidoras do lado dele. E mesmo que tenha alguma, elas não serão páreo para mim. Nós três seremos suficientes. — Sua confiança era evidente.
— Concordo com Morgana — disse meu pai, surpreendendo a todos, especialmente a própria Morgana. — Será mais discreto se forem apenas vocês três. O exército estará de prontidão caso seja necessário.
— Então, partimos nós três. Morgana, nos leve à cidade das fadas — ordenei. Ela sorriu novamente, mas algo no brilho dos seus olhos me dizia estar preocupada, embora escondesse isso por trás de seu comportamento provocativo. Morgana segurou minha mão e a de Ivan. Ele ficou tenso, seu instinto o fez rosnar.
— Calminha, garoto. Não me morda. Só não quero que você se perca no teletransporte. Se não estiver conectado a mim, suas moléculas podem se espalhar pelo ar, e isso seria um desastre. Então, não solte minha mão, entendeu? — disse Morgana, séria pela primeira vez.
Ivan, pela primeira vez desde que o conheço, arregalou os olhos, e Morgana apenas riu antes de começar a recitar palavras em um idioma antigo. O escritório desapareceu ao nosso redor, e tudo ao nosso redor entrou em movimento.
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