GRÁVIDA DE UM ALFA POR ACIDENTE romance Capítulo 264

POV MAGNOS.

Saímos da mansão de Morgana e a brisa da noite envolveu meu rosto. O céu estava escuro, com as estrelas brilhando intensamente, quase como se testemunhassem o que estava por vir. Eu caminhava ao lado de Morgana, observando cada detalhe ao meu redor, sempre em alerta. Mesmo após tudo o que havíamos conversado, ainda havia uma parte de mim que não confiava completamente nela. Afinal, ela era uma bruxa, e bruxas eram mestres em esconder suas verdadeiras intenções.

Ela parou ao meu lado, seus olhos azuis brilhando no escuro. Um leve sorriso surgiu em seus lábios enquanto ela levantava uma mão, murmurando palavras que eu mal conseguia entender. A energia ao nosso redor mudou, como se o próprio ar estivesse se comprimindo.

— Pronto para viajar de uma forma diferente? — ela perguntou, sua voz carregada de malícia, mas também de algo mais suave, quase como se estivesse se divertindo com a minha inexperiência no que estava prestes a fazer.

— Como assim viajar de forma diferente, o que está tramando? — Perguntei não entendendo.

— Vou nos teletransportar. — Comentou.

— O quê? — Perguntei espantado.

— Você não esperava que eu corresse como uma louca para lá sei onde ou que eu montasse nas suas costas, não é mesmo? Eu nunca me prestaria a esse papel ridículo. — Comentou Morgana debochada.

— Essa coisa é segura? — Perguntei.

— Só depende de você. Então, se concentre no lugar a que devemos ir, ancorarei o feitiço na sua mente e para onde você quer ir. — Disse Morgana.

Fitei-a por um momento, avaliando suas palavras. Viajar de forma diferente? Eu nunca havia experimentado teletransporte antes. Como lobos, somos criaturas de terra, de velocidade, força bruta. Não precisávamos de magia para nos mover de um lugar para outro. E ainda assim, lá estava eu, prestes a ser levado para outro lugar em um piscar de olhos por uma bruxa.

— Não tenho escolha, não é? — retruquei, minha voz grave. Ela sorriu mais amplamente, o brilho nos olhos dela cintilando.

— Não se preocupe, Magnos. Não vai doer… muito. — disse Morgana debochada.

Antes que eu pudesse responder, Morgana estendeu a mão em minha direção. Relutante, eu segurei sua mão fria e, no instante seguinte, senti um puxão violento. Meu corpo foi envolvido por uma energia que não conseguia compreender completamente. Tudo ao meu redor desapareceu; a mansão, a floresta, o som do vento entre as árvores… tudo foi substituído por um vazio absoluto.

Meu estômago revirou. Não havia tempo, não havia espaço. Era como estar suspenso no nada, uma sensação completamente estranha para mim. Tentei me concentrar, mas era como se todas as minhas percepções fossem apagadas. O silêncio era ensurdecedor, e, por um instante, me senti vulnerável. Algo que eu detestava.

Então, tão rápido quanto começou, a sensação desapareceu. Meu corpo foi lançado de volta à realidade com uma força que me fez piscar algumas vezes para ajustar minha visão. De repente, estávamos de volta ao chão, mas o ambiente ao redor era completamente diferente. Havíamos deixado a floresta da mansão de Morgana e agora estávamos diante de uma base segura onde meu informante estava sendo mantido sob custódia com sua família.

— Ótimo — Morgana disse, soltando minha mão finalmente e se dirigindo para a entrada.

Eu respirei fundo, sentindo o chão sólido sob meus pés, algo reconfortante depois daquela experiência. Ainda assim, havia algo intrigante em sentir o poder de Morgana daquela forma. Era quase como se, por alguns segundos, eu tivesse tocado uma parte de um mundo diferente, um que era moldado pela vontade dela e não pelas regras que eu conhecia.

Ao entrarmos na base, os guardas nos observavam com desconfiança, seus olhares fixos em Morgana. Eles não estavam acostumados a ver bruxas, muito menos uma tão poderosa quanto ela. E eu entendia sua hesitação. Morgana não era apenas uma bruxa qualquer; ela era uma força a ser respeitada, mesmo por aqueles que nunca a haviam visto antes. Ivan caminhou ao meu lado, ainda ligeiramente desconcertado. Ele olhou para mim, esperando algum tipo de explicação sobre o que acabara de presenciar.

— Não se preocupe, Ivan. — Eu disse, dando um leve tapinha em seu ombro. — Foi só uma pequena demonstração do que Morgana é capaz. — Falei.

Ele assentiu lentamente, mas eu podia ver a cautela em seus olhos. Ivan sempre foi alguém que confiava na força e na lealdade da alcateia, e introduzir magia em nossa dinâmica era algo que, sem dúvida, o deixava desconfortável. E, para ser honesto, eu também não estava completamente à vontade com isso. Mas eu sabia que era necessário.

Chegamos à sala onde o informante e sua família estavam sendo mantidos. Assim que entramos, o silêncio tomou conta do ambiente. Todos os olhos se voltaram para nós. O homem, que antes parecia nervoso, quase exalava alívio ao me ver. Sua família, no entanto, estava visivelmente assustada, não apenas com a presença de Morgana, mas com toda a situação.

Morgana cruzou seus braços, avaliando a cena à nossa frente. Ela estava completamente no controle, como sempre. Eu, por outro lado, ainda estava processando a estranha viagem que havíamos feito.

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