GRÁVIDA DE UM ALFA POR ACIDENTE romance Capítulo 262

POV MAGNOS.

Saí de casa com passos firmes, sentindo a tensão aumentar a cada segundo que passava. O ar pesado da floresta, que se erguia imponente atrás da minha mansão, parecia refletir meu humor sombrio. Eu estava focado, seguindo o cheiro de Morgana, aquela m*****a bruxa. Ela desapareceu na sala, levando Aurora, e embora sua presença fosse uma afronta, eu sabia que ela ainda estava em algum lugar dentro do meu território.

A raiva crescia dentro de mim enquanto corria pela mata. O cheiro dela me guiava, denso e inconfundível. Eu não precisava de mais do que alguns minutos para localizar uma construção enorme que surgira do nada na clareira próxima à minha residência. Aquela construção não existia antes. Meu sangue ferveu. Como ousou essa bruxa m*****a trazer sua casa para minha alcateia sem sequer me pedir permissão?

Me aproximei da casa e, como se ela soubesse de minha presença, a porta se abriu sozinha. Era claro que Morgana já me aguardava, talvez rindo das minhas tentativas de encontrá-la. Eu sabia que ela estava ciente da minha chegada. Inteligente como é, havia certamente colocado algum tipo de detecção mágica ou, quem sabe, apenas sentiu minha presença. Afinal, ela é a rainha das bruxas, e poder é o que não lhe falta. Cada movimento meu dentro daquele lugar parecia pré-orquestrado por ela.

Logo que entrei, sons de gritos ecoaram ao longe, abafados, como se as paredes tivessem isolamento acústico. O choque de reconhecer a voz de Aurora me atingiu com força. Meu corpo ficou tenso. O que essa bruxa poderia estar fazendo com Aurora? O que a fazia gritar daquela maneira? Meu instinto primitivo queria assistir, curioso sobre os métodos de tortura daquela mulher sombria.

Os gritos me guiaram até uma parede lisa. Subitamente, uma porta surgiu diante de mim. Quando se abriu, revelando uma escada que descia, um sorriso sombrio escapou dos meus lábios. Tinha que ser um porão.

Cada degrau que eu descia parecia afundar mais e mais nas trevas que Morgana comandava com tanta facilidade. Os gritos de Aurora tornavam-se mais altos, mais desesperados. Quando cheguei à sala ao fim da escada, fiquei momentaneamente paralisado pela visão à minha frente.

Aurora estava dependurada, suspensa no ar por correntes presas ao teto. Ela não estava fisicamente machucada, mas seu corpo suado e trêmulo mostrava o sofrimento que estava passando. Morgana movia a mão, e com cada movimento, o grito de Aurora se intensificava. Era torturante assistir.

— Seja forte e aguente. Vou extrair cada gota da poção de controle que Hera te deu — disse Morgana, sem sequer desviar o olhar de Aurora. — Sei que é doloroso, mas preciso extrair tudo para ter acesso à sua mente. Só assim descobrirei o que Hera viu e o que planeja. Que bom que chegou, lobinho! Veio me ajudar? — Perguntou. A ironia em sua voz me irritou, mas mantive o controle. Eu sabia que deveria ser estratégico.

— Não — disse friamente. — Na verdade, vim te pedir uma ajuda. Aurora está… incapacitada no momento. Preciso de uma bruxa, e você é a única por aqui. — Falei.

Morgana murmurou algo em um idioma que eu não reconhecia, e imediatamente, o corpo de Aurora ficou imóvel. Sua agonia cessou, mas ela permaneceu suspensa, inerte. Morgana finalmente se virou para mim, um sorriso satisfeito brincando em seus lábios.

— Em que posso te ajudar, alfa Magnos? — perguntou, claramente divertida com a situação.

— O que fez com Aurora? Por que ela não se mexe? — perguntei, mantendo minha voz firme, mas o desconforto crescia dentro de mim.

— Eu a coloquei em suspensão — respondeu Morgana, como se fosse a coisa mais trivial do mundo. — Assim, ela ficará exatamente como está, e não corro o risco de Hera tentar interferir. As duas estão ligadas mentalmente, e Hera está sentindo tudo que Aurora sente. Nesse momento, aposto que ela está inconsciente. Agora, me diga, o que você precisa? — Perguntou curiosa. Minha mente ainda processava o que ela havia feito com Aurora, mas eu precisava me concentrar.

— Meu informante infiltrado na alcateia de Héctor chegou à fronteira da alcateia, pedindo abrigo com sua família. Quero saber se é uma armadilha — comentei, sem rodeios. Morgana estreitou os olhos, pensativa, antes de responder.

— Posso lhe fazer duas perguntas? — perguntei, com cautela. Ela me olhou de lado, com um sorriso enigmático.

— Você está curioso hoje, lobinho. Vá em frente, pergunte. Só não garanto que responderei — disse.

— Por que não matou meu pai quando ele te abandonou? Sei que já era poderosa naquela época. Por que poupou meus pais? — perguntei, deixando minha voz mais suave. Morgana parou por um momento, seu olhar vagando para longe, como se relembrasse algo doloroso.

— Eu amava seu pai. Esse foi um dos motivos. Mas o outro… o mais importante, não vem ao caso agora. Um dia você saberá, e eu sinto que será em breve. — falou misteriosa. Havia algo em sua voz, algo que me dizia que o amor não era o único motivo. Mas sabia que Morgana não revelaria tudo.

— Qual é a segunda pergunta? — perguntou, curiosa.

— Fomos informados de que você estava no mundo humano porque se apaixonou. É verdade? — perguntei, observando sua reação. Ela parou de andar, seu olhar distante, quase melancólico.

— Sim, eu me apaixonei. E vivi a mais linda história de amor. Foi assim que superei o amor que sentia por seu pai. E descobri o que é amor de verdade — disse, com uma voz suave e cheia de lembranças. Quem diria… a rainha das bruxas, amando de verdade. Até mesmo os maus conhecem o amor.

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