POV AMÉLIA.
Meu coração deu um salto quando ouvi as palavras de Magnos. Punição? A alface, que já estava difícil de engolir, ficou presa na garganta e precisei de um gole d’água para descer. Ele estava brincando, certo? Só poderia estar.
— Magnos… — comecei, lançando-lhe um olhar esperançoso, mas ele apenas sorriu daquele jeito malvado e charmoso, que sempre me arrepiava.
— Termina sua refeição, querida — ele disse com a voz suave, mas havia um brilho nos olhos dele que me fez temer o que estava por vir.
Fiz o que ele pediu, mastigando lentamente, tentando ganhar tempo para pensar em uma maneira de escapar da punição. O que ele poderia estar planejando? Ele sabia que eu estava grávida, então qualquer coisa mais severa estava fora de questão… certo? Assim que terminei, ele se levantou e estendeu a mão para mim. Relutante, aceitei, sentindo uma mistura de apreensão e temor. Ele me conduziu pela sala de jantar, e cada passo que dava me deixava mais tensa.
— Magnos, amorzinho, querido… Não acha que você está exagerando? — perguntei, tentando suavizar a situação. Ele apenas riu.
— Não, minha querida. Uma lição precisa ser ensinada — respondeu, imperturbável. Droga, acho que não consegue escapar dessa enrascada.
Fomos até a sala de estar, onde ele se sentou no sofá com o ar mais relaxado do mundo, enquanto eu continuava em pé, olhando para ele como se ele tivesse perdido o juízo. Mas ele, claro, não tinha. Ele sabia exatamente o que estava fazendo, e isso me irritava ainda mais. Ele vai me punir aqui na sala?
— Magnos… — comecei novamente, cruzando meus braços. — Qual é exatamente essa punição? Porque, francamente, acho que já estou sofrendo o suficiente só com essa ansiedade! — Falei ansiosa e temerosa. Ele deu um sorriso de canto e apontou para os próprios pés, tirando calmamente os sapatos.
— Você vai me massagear os pés e as costas. Depois, penteará e massageará meu cabelo. — Falou tranquilamente, enquanto sorria. Meus olhos quase saltaram das órbitas. Como é?
— O quê? — exclamei, indignada. — Você está de brincadeira comigo! Sou sua esposa, não sua massagista pessoal! — Falei, não acreditando. Ele apenas inclinou a cabeça e me olhou com aquela expressão calma, o que só me irritava mais.
— Você se atrasou, me desobedeceu, e agora está reclamando da punição? — perguntou ele, com uma falsa inocência. — Achei que essa punição fosse leve, considerando que você está grávida e não posso fazer nada que a machuque. Mas se preferir algo mais severo… — Dizia Magnos me olhando esperando que eu discordasse.
— Não, não, não! — interrompi rapidamente, erguendo as mãos. — Nada de punição severa! Só… só acho isso um absurdo! — Falei rapidamente e gaguejei. Magnos deu de ombros.
— Não se preocupe, vai ser divertido. Além disso, minha querida, você está sempre dizendo que eu nunca relaxo. Pois bem, agora você vai me ajudar com isso. — Falou com deboche.
Bufei, indignada, mas acabei me sentando na mesinha de centro da sala de frente para ele. Magnos colocou seus pés no meu colo. Ajeitei minhas mãos nas solas dos pés dele, enquanto resmungava baixinho. Ele tinha sorte de que eu o amava, porque, sinceramente, isso era demais.
— Isso é ridículo — murmurei, começando a massagear os pés dele. — Sou sua esposa, não sua escrava. — Reclamei baixinho, sabendo que ele me escutava. Magnos ignorou completamente minhas queixas, se encostando relaxado, jogado no sofá, fechando os olhos e soltando um suspiro satisfeito.
— Você tem mãos maravilhosas, sabia? — ele disse, um sorriso de satisfação surgindo em seus lábios. Revirei os olhos.
— Se ao menos você fosse tão bom em me mimar assim quanto sou em te mimar — brinquei, cruzando meus braços quando terminei a massagem nas costas dele. — Agora o cabelo? — falei.
Ele assentiu e me entregou uma escova que estava ao lado do sofá, como se já tivesse tudo planejado. Que audácia! Comecei a pentear o cabelo dele, passando a escova devagar, aproveitando o tempo para desfazer alguns nós.
— Você sabe que está abusando do seu poder, não sabe? — perguntei.
— E você está reclamando demais para alguém que sempre disse adorar cuidar de mim — ele respondeu, sorrindo. Bufei de novo, mas sabia que ele estava certo. Mesmo com toda a minha reclamação, havia algo de gratificante em poder cuidar dele, mesmo que fosse por causa dessa punição ridícula.
— Só espero que, da próxima vez que você resolver me punir, seja algo que não envolva tanto trabalho — murmurei. Ele abriu os olhos e me puxou suavemente, me fazendo dar a volta e sentar em seu colo, me abraçando de um jeito que só ele sabia fazer, fazendo todas as minhas reclamações desaparecerem.
— Prometo que, da próxima vez, serei mais criativo — ele disse, beijando minha testa. Olhei para ele, tentando esconder o sorriso que ameaçava surgir em meus lábios. Eu podia reclamar o quanto quisesse, mas, no fundo, sabia que estava exatamente onde queria estar.
— Você é impossível — murmurei, encostando a cabeça em seu peito, enquanto ele me acariciava o cabelo.
— E você me ama assim mesmo — ele respondeu, e eu não pude deixar de concordar. Ao final, apesar da punição inusitada, ali nos braços dele, eu não trocaria aquilo por nada.
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