POV AMÉLIA.
Quando percebi aqueles lobos rosnando e me mostrando os dentes, fiquei desesperada. Mas eu não podia entrar em desespero, precisava proteger meus filhos. Eu morreria lutando.
— Lobinhos bonzinhos. Eu não farei nenhum mal a vocês, só estou de passagem. Que tal eu seguir meu caminho e vocês os seus? — Falei tremendo e tentando ser firme com minha voz. Eles rosnaram para mim em resposta.
— Escutem aqui, eu não vou cair sem lutar. Não deixarei que devorem a mim e meus filhos. — Eu disse e dei um passo para trás. Os quatro se moveram devagar rosnando.
Droga, se eu ficar aqui parada, serei devorada facilmente. Tudo culpa daquele infeliz que tinha que me sequestrar. Eu não estaria nessa situação se não fosse por ele. Acho que tenho mais chance fugindo dessas bestas do que parada.
Sem pensar muito, comecei a correr e os quatro vieram atrás de mim. Eu nunca corri tão rápido em toda minha vida. Fui correndo entre as árvores para tentar dificultar que eles me pegassem. Meu coração batendo descontroladamente. A floresta era um labirinto verde que eu não conhecia, cada sombra e cada movimento me assustavam.
Galhos arranhavam meus braços enquanto eu tentava abrir caminho através da vegetação densa. Vi essa vegetação e achei que podia despistar os lobos e que ela dificultaria seus movimentos. Mas podia ouvi-los atrás de mim, os lobos raivosos não desistiam. A vegetação só os atrasou um pouco. Eles estavam se aproximando, seus rosnados ferozes cortavam o ar. Eu saí do meio daquela vegetação densa e continuei correndo, não sabia para onde eu estava indo, só sabia que precisava continuar correndo. Tropecei em uma raiz exposta, mas não cai, ignorando a dor que dispara pelo meu tornozelo, continuei fugindo.
O medo me impulsiona para frente, cada passo era uma luta pela sobrevivência. Posso até imaginar o hálito quente dos lobos nas minhas costas, posso quase tocar a urgência de sua fome. Clamo por ajuda, mas a floresta parece absorver meus gritos, deixando apenas o som da minha respiração ofegante e os passos dos lobos. Estou sozinha, perdida, e com medo, mas não posso desistir, não agora. Não quando cada fibra do meu corpo grita para eu continuar me movendo e vivendo.
A cada passo que dou, a terra macia da floresta amortece o impacto, mas não a urgência que me impulsiona para frente. Meu coração batia como um tambor, um ritmo frenético que parecia querer escapar do meu peito. As vidas dentro de mim pareciam se agitar, mas deveria ser coisa da minha cabeça, pois ainda era cedo para sentir os bebês mexendo. Mas eu podia jurar que senti eles mexendo.
Meus pequenos milagres me lembravam por que devia continuar. Um frio de terror percorria minha espinha. Os lobos estavam lá, mas eu não me atrevia a olhar para trás. Eu só podia imaginar suas formas poderosas, suas mandíbulas abertas em antecipação, seus olhos focados unicamente em mim. Mas eu podia ouvir suas patas batendo no chão, e o eco constante que indicava que estavam em meu encalço. Eles me seguiam a cada curva e declive.
Eu não conheço a floresta, mas ela é agora minha única aliada. As árvores passavam como um borrão verde e marrom. Minha respiração era ofegante, cada inalação era uma esperança, cada exalação era de determinação. Enquanto corro desesperadamente pela floresta, uma ideia surge em minha mente desesperada e amedrontada.
— Não se aproxime de mim. — Gritei para ele e me encolhi com muito medo. O lobo parecia pensar se aproximava, ou era uma tática de ataque para me enganar. Eu o olhava assustada e com muito medo, se esse lobo me atacar, não conseguirei escapar.
Começo a ouvir ossos se estalar. O lobo em minha frente começa a mudar. Seu pelo grosso recua como se fosse engolido pela pele, que agora se suaviza e clareia. Os músculos poderosos se retraem, e a estrutura óssea se reorganiza com estalos audíveis que ecoam pela floresta. O focinho se encurta, transformando-se em um nariz humano, e as orelhas pontudas se arredondam. Os olhos, que antes brilhavam com um vermelho selvagem, agora assumem um tom mais suave, mais humano. As garras encolhem, dando lugar a dedos finos e ágeis.
A transformação segue seu curso. O lobo, agora, era humano, eu estou em choque. A criatura que está diante de mim é um homem. Mas não qualquer homem, é aquele maldito infeliz do Magnos. Ele está nu, mas não parece se importar com esse detalhe, e seus olhos varrem meu rosto. Ele respirava fundo, e eu podia ver um certo alívio em seu rosto por um instante. Eu estava horrorizada e com muito medo. Minha boca e olhos estavam arregalados de choque.
— Mais que merda é essa? Você é um lobo? — Tive coragem em perguntar, gaguejando e tentando controlar meu medo. Magnos deu um passo em minha direção.
— Não se aproxime de mim, seu demônio. Morri e estou no inferno. — Gritei e comecei a tremer. Aqueles lobos devem ter me matado e devorado e vim parar no inferno. Minha respiração estava muito acelerada e comecei a ver tudo embaçado. Eu estava me sentindo com muita tontura, tudo escureceu em minha frente e apaguei.
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