POV MAGNOS.
Aurora me cumprimentou toda sorridente, eu tratei de tirar aquele sorriso do seu rosto, apresentando Amélia como a minha esposa. Quando ouvi que Amélia era minha esposa e mãe dos meus filhotes, o sorriso de Aurora sumiu do rosto.
Aurora imediatamente ficou séria, eu sabia que ela estava chocada assim como os anciões. Mas nenhum deles me perguntaria nada, pois sabiam que seriam repreendidos ou escutariam uma resposta nada agradável. Eu não admito que me questionem, nem se intrometam em minha vida. Amélia cumprimentou Aurora gentilmente, sem demonstrar seu descontentamento, assim como uma luna faria.
— Nossa Amélia já tem porte de uma luna. — Comentou Cosmo encantado em como nossa esposa estava lidando com a situação.
Aurora, após o choque, se recuperou rapidamente e cumprimentou Amélia como se nada tivesse acontecido. Apresentei os anciões para Amélia e ela os cumprimentou feliz e gentilmente. Petúnia demonstrou ter gostado muito de Amélia. Após as apresentações, conversamos o porquê de Aurora ter sido chamada aqui na alcateia. Ela me disse estar tudo preparado para o pequeno ritual que faríamos.
Fomos encaminhados para a sala que os anciões cederam para que Aurora utilizasse, até que uma casa fosse providenciada para ela. O lugar como sempre estava escurecido, bruxas gostavam de praticar magia em lugares assim com pouca iluminação. Assim que estávamos todos na sala, Aurora pediu que Amélia se sentasse na cadeira.
— Por favor, Amélia, se sente na cadeira no centro do círculo com os símbolos. — Pediu Aurora.
Eu senti o medo de Amélia. Segurei com mais firmeza sua mão, tentando acalmá-la. Mas Amélia parecia receosa em se sentar naquela cadeira em um círculo com símbolos estranhos.
Questionei, olhando sério para Aurora, se aquele feitiço feriria minha esposa e meus filhotes. Ela prontamente respondeu negando e me garantindo que eles ficariam bem.
— Não alfa, é perfeitamente seguro para eles. Eu nunca colocaria em risco a vida do seu herdeiro. Tenho amor à minha vida. — Falou Aurora, nervosa. Ela deve mesmo ficar nervosa, pois eu a matarei se Amélia se machucar.
Lembrei-a que era bom que nada de ruim acontecesse. Porque a mataria devagar e com muita dor, se minha esposa e meu filhote se machucarem. Ameacei sem me importar com quem estivesse por perto, e o fedor podre de medo chegou até as minhas narinas. Que cheiro repugnante. O medo de Amélia é tão doce e apetitoso.
Aurora garantiu, amedrontada, que nada aconteceria com Amélia e os filhotes, me dando sua palavra. Conduzi Amélia até a cadeira e a coloquei sentada. Lhe dei um beijo apaixonado e calmo, depois fiz carinho em sua cabeça, a fim de lhe acalmar. Amélia agarrou minha mão com força.
Prometi a ela que estaria logo ali do lado, lhe protegendo. E que não deixaria ninguém e nada lhe causar mal. Tive que soltar nossas mãos e sair do círculo, não posso ficar aqui e atrapalhar o feitiço de investigação. Eu podia sentir o medo da Aurora se alguma coisa desse errado. Me aproximei dos anciões que me olhavam curiosos e sorrindo.
— Parece que nosso alfa encontrou uma candidata perfeita para ocupar a cadeira de luna da nossa alcateia. — Falou a anciã Marta, sorrindo. Os outros anciões pareciam concordar com ela. Eu não comentei nada sobre aquele assunto. Não era hora de falar sobre esse assunto, eu no momento estava preocupado com algo dar errado nesse feitiço. Eu sabia que esses velhos estavam falando isso levianamente, pois tenho certeza que nunca aceitariam uma humana fraca como luna. Eles pensam que não sei que querem me agradar.
Aurora começou o feitiço e um vento forte invadiu a sala, surgindo do nada. As chamas das velas aumentaram e tudo tremeu. Os vidros se quebraram violentamente. Fiquei preocupado de que Amélia fosse atingida por algum caco de vidro. A escuridão tomou a sala, e me desesperei quando Amélia gritou. Eu não enxergava nada diante de mim, nem com a capacidade de enxergar no escuro, eu conseguia enxergar algo. Era uma escuridão sobrenatural. As velas se acenderam de repente e Amélia e Aurora estavam assustadas. Me aproximei rapidamente e comecei a examinar Amélia para saber se estava ferida.
— Estou bem, amor. — Falou Amélia para me acalmar e funcionou. Virei rapidamente na direção de Aurora, querendo explicações sobre o ocorrido.
— Como assim até agora? — Perguntou Amós preocupado.
— O que quer que seja parece ter acordado. — Informou Aurora, assustada.
— Magnos, é a voz que Amélia disse estar escutando. — Falou Cosmo alarmado em minha mente.
— Acho que você está certo. Precisamos descobrir mais sobre essa coisa e se vai machucar Amélia. — Comentei com Cosmo.
— Acho que não vai machucá-la, pois, de acordo com Aurora, nasceu com Amélia. E está se comunicando com ela e não fez nada para feri-la. Meu amigo, isso muda tudo. Amélia é um ser sobrenatural, não percebe. Eu disse que ela era especial. — Comentou Cosmo. Voltei minha atenção para a conversa na sala, precisava saber mais. Mas as palavras de Cosmo ecoavam na minha mente.
— Aurora tem certeza de que não consegue saber quem fez o feitiço? Sei que um feitiço deixa uma assinatura de quem o lançou. — Perguntei.
— Vocês não estão entendendo, quem lançou isso era usuário de magia muito antiga e poderosa, ensinada muito além do meu tempo. É um ensinamento morto, extinto, não existe quem ensine. Se eu fosse arriscar num palpite, diria que quem lançou foi a própria rainha das bruxas. Mas isso seria impossível, como uma humana conheceria nossa rainha. E Morgana não faz caridade. — Falou Aurora, confusa e apreensiva.
Eu entendia ela, se Morgana estava envolvida nisso, não era coisa boa. Até eu, sei que aquele ser não tem nada de bom e deve-se manter distância dela. É por isso que minha alcateia não se envolve em nada relacionado à Morgana. Em que confusão Amélia se meteu agora?
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