Ficar ou correr? romance Capítulo 962

De repente, senti minhas mãos esquentarem. Para minha surpresa, Ana tinha colocado um aquecedor de mãos na minha palma sem que eu percebesse. Ela riu e disse: “O Cássio estava preocupado que a gente sentisse frio, então ele comprou isso pra nós. Está frio lá fora, é melhor manter-se aquecida!”

Assenti e olhei para Cássio, que estava no banco do motorista. “Obrigada!”, disse a ele.

Ele sorriu com sinceridade e respondeu: “De nada. A Ana sempre tem as mãos e os pés gelados. Vocês, mulheres, parecem ter uma temperatura corporal mais baixa que os homens, então é melhor prestarem mais atenção em se manter aquecidas.”

Divertida, Ana disse: “Quantas namoradas você já teve pra chegar a essa conclusão? Devo agradecer a todas as suas ex?”

Ao ouvir isso, Cássio imediatamente estacionou o carro na beira da estrada e se virou para olhar Ana. Com uma expressão séria, ele disse: “Eu juro que você é minha primeira namorada. Sei que você sente frio porque, quando nos conhecemos. Mesmo com o clima já esquentando, você sempre andava com um aquecedor de mãos. Também mantinha um cobertor e luvas no carro. Sei que você sabe se cuidar, mas ainda assim espero poder cuidar de você do meu jeito. Quero que você saiba que pode sempre contar comigo. Presto atenção em cada detalhe da sua vida porque estou aprendendo a ser um parceiro melhor pra você. Não adquiri todo esse conhecimento por causa de outras mulheres!”

Que jeito de se declarar! Ana ficou momentaneamente atordoada com a fala dele. Pouco depois, caiu na risada, abraçando o aquecedor de mãos. Fixando o olhar em Cássio, ela respondeu: “O que foi isso? Não percebeu que minha amiga está aqui também? Você devia ter se controlado e me contado isso em particular.”

Sentindo-se envergonhado, Cássio coçou a cabeça. Com o rosto corado, ele disse: “Eu só não queria que você me entendesse errado, então me apressei em esclarecer!”

Segurando o riso, Ana olhou para ele e respondeu: “Só dirija. Estamos morrendo de fome!”

Observando a troca carinhosa entre os dois, de repente percebi que era verdade que cuidar de alguém significava demonstrar afeto e dar segurança, exatamente como Cássio fazia com Ana. Se um homem amava uma mulher, ele faria qualquer coisa por ela e a protegeria de todo mal. Sem desculpas.

Quando chegamos ao restaurante, Ana olhou para mim e disse: “O Pedro já deve estar saindo do trabalho. Quer ligar pra ver se ele quer jantar com a gente?”

Eu quase tinha esquecido que meu celular estava guardado na bolsa e no modo silencioso o tempo todo. Quando o peguei, vi algumas mensagens de Heloísa. Mas primeiro, liguei para Pedro.

A ligação foi atendida após alguns toques, mas foi Stella quem atendeu. Com um tom educado, ela disse: “Sra. Carvalho, o Sr. Carvalho está em uma reunião agora. Vai terminar em breve. Aviso a ele que você ligou. Ou prefere deixar uma mensagem?”

“Está bem. Só peça pra ele me retornar!”, respondi simplesmente e desliguei.

Ana me olhou curiosa e perguntou: “Ele ainda está ocupado com o trabalho?”

Com um leve sorriso, assenti e respondi: “Ainda está em reunião.”

Sorri e coloquei o celular de lado. Eu não era muito familiarizada com a culinária de Koandria, então escolhi um prato aleatório. Quando estava devolvendo o cardápio para Ana, notei que ela estava olhando na direção da entrada. “Scarlet, aquela não é a tia do Pedro, a Suzana?”, perguntou ela.

Segui a direção do olhar dela e congelei por um momento. Era Suzana, de fato. Talvez fizesse tanto tempo desde que eu a vi pela última vez que ela parecia ter mudado bastante. Ela estava usando um casaco rosa e tinha o cabelo preso em um rabo de cavalo, parecendo muito jovial.

Ana me olhou e perguntou curiosa: “Você conhece o homem que está com ela?”

Balancei a cabeça. Aquele homem parecia ter cerca de cinquenta anos e estava vestido com roupas de marca. Era alto e magro. Com os óculos de armação preta que usava, parecia alguém envolvido com artes.

“Acho que sei quem ele é!” Cássio, que estava olhando o cardápio até então, falou de repente. “Ele é Josué, professor da Universidade de Nova Itália. Também é autor e já escreveu vários livros. Foi até indicado ao Prêmio Nobel quando eu estava na escola. Porém, ele era conhecido por ser um nerd e desinteressado em romance. Nunca se casou e dizem que ele é bem rico. Se não me engano, jardinagem é o único hobby dele.”

Fiquei bastante surpresa. Lembrei que Carmen tinha me dito que, certa vez, encontrou Suzana no hospital e a viu com um homem. Na época, achei que ela tivesse se confundido. Mas, a julgar pela forma como estavam se comportando, eles realmente pareciam bem íntimos.

Quando entraram no restaurante, Ana perguntou: “Será que começaram a namorar nessa idade?”

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