Ficar ou correr? romance Capítulo 921

“Ana!”, gritei. Fixei meu olhar no homem a quem ela estava agarrada. Ele era alto e vestia um casaco preto de plumas. Não era exatamente bonito, mas sua altura e confiança lhe conferiam uma aura magnética.

Nós cinco permanecemos em um impasse sem dizer uma palavra por um tempo. Lancei um olhar furtivo para Marcelo e notei que seu rosto se tornou sério e seus olhos selvagens. Depois de um longo silêncio, ele disse: “Há quanto tempo?”

Ana parecia indiferente enquanto respondia casualmente: “Alguns meses.”

Essas palavras, carregadas de todo o peso de seu significado, pairaram no ar entre nós.

Marcelo soltou um riso sarcástico. Lançando-lhe um olhar de desdém, perguntou: “Por quê?”

“Não há um porquê. Todos os relacionamentos chegam ao fim de alguma forma”, disse Ana, com leveza. Seu tom parecia completamente despreocupado.

Ao ouvir sua resposta, Marcelo abaixou a cabeça. Parecia rir da situação, enquanto seus ombros tremiam incontrolavelmente. Sem dúvida, ele não conseguia mais se conter, e suas emoções explodiram.

Sem hesitar, ele avançou e deu um soco no rosto do outro homem. No entanto, devido ao impulso repentino de seu movimento, o golpe não teve o efeito que ele provavelmente esperava.

Eu esperava que Ana protestasse ou pedisse clemência, mas ela permaneceu impassível. Apenas cruzou os braços e se afastou, como se fosse apenas uma espectadora da luta, e não sua motivação.

Enquanto isso, Pedro me puxou para trás dele, de forma protetora. Nós também observávamos, sem intervir.

Só quando parecia que Marcelo estava prestes a matar o outro homem de tanto bater, Ana finalmente falou.

“Deixe-o ir. Se ainda estiver com raiva, desconta em mim. Ele não sabe de nada”, ela disse, com uma calma irritante.

Marcelo parou e a olhou com ferocidade. Seus olhos estavam vermelhos de raiva. No entanto, ele se acalmou e lentamente se aproximou dela. “O que você quer?”, perguntou, com dificuldade.

Eu sempre soube que ele a amava. Ele tinha seus demônios, e para ele, Ana sempre foi um refúgio do mundo. Acho que Marcelo acreditava firmemente que ela nunca o deixaria nem o trairia. Na mente dele, ela era o farol que sempre estaria esperando pacientemente em terra firme para ele voltar.

Mas Marcelo esqueceu que as pessoas são terrivelmente inconstantes. Ele a fez esperar por tempo demais. Ela era uma mulher, afinal, e precisava de um homem que a amasse e cuidasse dela. Com o tempo, se cansou de ser deixada de lado.

Permaneci em silêncio, mesmo depois de termos voltado ao carro e saído de lá.

“Não se preocupe. Enviei alguém para seguir Marcelo. Ele vai ficar bem!”, Pedro disse ao meu lado, tentando me tranquilizar.

Olhei para ele e respondi brevemente: “Não estou preocupada com Marcelo. É Ana quem me preocupa. Ela claramente o amava. Por que de repente decidiu desistir do relacionamento?”

Pedro apoiou uma das mãos no volante e o cotovelo na porta do carro, com uma serenidade tranquila. Com um ar sábio, ele filosofou: “O outono não chega no meio da primavera. E quando chega, as folhas das árvores não caem de uma vez. Talvez Ana tenha esperado tempo demais e perdeu a esperança no relacionamento.”

Mordi o lábio e virei o rosto. Sem que Pedro soubesse, eu não era estranha a esse sentimento.

Adormeci durante o caminho de volta, e ele me pegou e me levou diretamente para o quarto. Abri os olhos sonolentos e o vi, que estava se despindo e se preparando para tomar banho. “Não sei o que está acontecendo comigo ultimamente”, murmurei. “Fico sonolenta muito rápido e me sinto meio fraca.”

Pedro congelou ao ouvir meu comentário despreocupado, suas mãos paradas no meio do caminho para tirar a camisa. Lentamente, ele abaixou as mãos e se virou para mim com um sorriso peculiar no rosto. Animado, proclamou: “Vamos fazer uma visita ao hospital amanhã!”

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