Ficar ou correr? romance Capítulo 1275

“Mas a Stella ainda não voltou. O que vamos fazer com essas pilhas de documentos?”, perguntei.

Erguendo as mãos, ela deu de ombros.

“

Deixe isso pra lá. Quando ela voltar, ela limpa essa bagunça. Parece que você ainda não aprendeu a arte de torturar os outros. Nunca seja bondosa com seu inimigo.”

Ela estava certa. Ter piedade de minha inimiga era como ser cruel comigo mesma e, além disso, Stella era muito ardilosa. Ela merecia isso.

Depois de refletir sobre suas palavras, me levantei, segurei as mãos dela e saímos da sala.

“

Você vai para o seu escritório. Quanto a mim, vou para casa, porque não passei muito tempo com Daniela e Gregório. Estou com saudades deles.”

Eliana fez um som de desdém.

“

As crianças têm mais chances de serem bem-sucedidas se você as ensinar a serem independentes. Elas vão se tornar crianças mimadas se você as paparicar demais.”

Eu não me importo. Estou tranquila, desde que meus filhos fiquem seguros e saudáveis.”

A casa dos Machados era bem distante da Corporação Carvalho. Fiquei olhando pela janela do carro em silêncio, com os filhos e minha doença terminal dominando meus pensamentos.

No cruzamento, o carro parou no sinal vermelho. Havia vários bares na área comercial ao lado da estrada. Enquanto esperávamos, notei uma confusão na entrada de um bar próximo. Parecia que uma mulher havia ofendido o chefe de um grupo de homens. Ela provavelmente iria pagar por isso.

A cena me fez lembrar de Ivone. Se a criança ainda estivesse por aqui, ela já saberia falar.

Após dois minutos, o sinal ficou verde. O motorista foi devagar e observei com indiferença enquanto o bar sumia de minha visão.

Meia hora depois, o carro entrou em uma área residencial onde moram os funcionários do governo de Nova Itália e fez uma curva. Vi de longe um carro esportivo azul chamativo na frente da casa dos Machados. Quando nosso carro se aproximou, vi Alexandre parado ao lado do carro esportivo.

“O quê?”, franzi a testa. O que ele está tentando fazer?

“Os Chanaeanos dizem que quem erra deve ser humilde e admitir a culpa. Refleti sobre o que aconteceu outro dia e percebi que não deveria ter sido tão teimoso e ter limitado você e sua família com a minha atitude. Espero que me perdoe”, Alexandre então tirou dois ingressos para um show de seu paletó. “Meu colega disse que as mulheres em Chanaea adoram esse grupo de ídolos do meu país, então pedi para alguém comprar esses ingressos em Nova Itália. Por favor, aceite isso como uma forma de pedido de desculpas.”

Por algum motivo, a maneira como ele falou na minha língua nativa era estranha, mas eu não conseguia identificar exatamente o porquê.

Olhei para os ingressos na mão dele. Era, de fato, uma oportunidade rara, mas eu não era fã de nenhum grupo de ídolos.

Estendi a mão para empurrar os ingressos de volta para ele. No entanto, antes que eu os tocasse, uma grande mão apareceu do nada e pegou os ingressos.

Olhei para cima e vi Pedro parado à minha esquerda, com uma expressão carrancuda. Seu olhar sinistro estava fixo em Alexandre.

“Lembro que você é o homem que acompanhou a Sra. Machado para fazer a prova. Prazer em revê-lo”, Alexandre parecia alheio à irritação dele. Com um sorriso amigável, ele estendeu a mão, como da primeira vez em que nos encontramos.

“Não”, Pedro respondeu secamente. “Vou falar na sua língua, já que você não entende a minha tão bem. Além de admitir seus erros, os Chanaeanos não cobiçam o que é dos outros. Scarlet é minha mulher. Mesmo que tenhamos nos divorciado, ela ainda é a mãe dos meus filhos. O que quer que esteja planejando, é melhor não fazer.”