Ficar ou correr? romance Capítulo 1199

Pedro me ajudou a tirar as pantufas e me sentar na cama. “A comida não tem gosto sem você.”

As palavras dele estavam vazias de emoção, mas me fizeram engolir em seco.

Eu também sentia o mesmo quando estava na residência dos Machado. Afinal, a pessoa que esteve ao meu lado por dez anos já fazia parte da minha vida, e sua ausência tornaria minha vida sem sentido.

Depois de me cobrir, Pedro se levantou e foi até o guarda-roupa, voltando em seguida com dois arquivos nas mãos.

Ele abriu um deles e me entregou.

Peguei o arquivo e, curiosa, retirei o conteúdo, franzi a testa ao ler. “Você não deu isso para os Menezes já?”

O contrato de subscrição de petróleo era a chance dos Menezes se reerguerem. Agora eu entendi por que Adriano havia voltado.

Pedro franziu a testa, baixou o olhar e não disse nada.

Eu sabia que ele estava escondendo algo de mim novamente.

Deixando o arquivo de lado, soltei um longo suspiro. “Me conte tudo o que você está escondendo de mim.”

“Isso é tudo”, Pedro respondeu sem hesitar.

“E isso, então?”, Perguntei, apontando para o outro arquivo.

Pedro ficou olhando para o arquivo em um estado de distração por algum tempo, aparentemente pensando em algo.

“O que foi?” Dei um leve empurrão nele.

Só então ele voltou a si. Forçou um sorriso. “O que você faria se eu te dissesse que é um acordo de divórcio?”

Isso era estranho. Quando eu assinei esse acordo? Seria o acordo anterior? Mas não pode ser. O conteúdo anterior é diferente desse, mas essa assinatura é minha...

“Eu pedi ao Júlio para arranjar alguém para assinar por nós”, Pedro disse em voz baixa. “Parece com a sua caligrafia?”

Ah, então ele pediu para um profissional imitar minha assinatura. Não é à toa que não consigo perceber que não é minha. Assenti com a cabeça. “Sim, parece. Nem eu mesma consigo perceber, mas por que você preparou um falso acordo de divórcio?”

Olhando para o arquivo, Pedro sorriu e estendeu a mão para pegar o papel, revelando um outro documento escondido atrás da página que eu pensava ser a última.

Comparado com a formalidade do acordo de divórcio, o documento escondido era um tanto informal. A palavra “Acordo” ainda podia ser vista facilmente. Depois de olhar por um tempo, percebi que era um contrato de transferência de bens que Pedro redigira. Ele estipulava que todos os bens dos Carvalho seriam automaticamente transferidos para mim caso algo acontecesse com ele dentro de dois anos.

Ou seja, assim que eu assinasse, eu me tornaria a única herdeira da fortuna de Pedro. Até nossos filhos não poderiam herdar nada.

Embora isso provasse o quanto eu era importante para Pedro, não era algo para se comemorar. Essa preparação dele só indicava que até ele mesmo não tinha certeza se sairia ileso no curso de sua vingança.

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