Ficar ou correr? romance Capítulo 1080

Em minha fúria, o encarei com raiva. No entanto, ele me ignorou e saiu sem lançar um único olhar para mim.

Na sala, só estavam Silvano e eu. Quando o homem se virou para me olhar, sorriu. “Sra. Machado, seu quarto fica no quarto andar. Você...”

“Leve-me para o terceiro andar”, eu o interrompi. Em seguida, saí da sala. A mansão de Adriano era tão imensa que levaria minutos apenas para atravessar um andar.

Silvano franziu a testa, parecendo hesitante em me conduzir até lá.

Então eu disse: “Leve-me até lá. Como ele quer me manter aqui, não pode me impedir de ir a lugar nenhum.”

Silvano pareceu surpreso com minhas palavras por um momento. Um instante depois, ele assentiu.

O layout do terceiro andar era diferente do segundo; o terceiro era trancado por uma porta de aço. Ao ver aquilo, eu torci o rosto. “Onde estão meus amigos? Você os trancou todos aí?”

Silvano sorriu antes de responder: “Claro que não. Seus amigos estão todos no quarto andar, Sra. Machado. Este andar é onde ele mantém seus animais de estimação. Eles costumavam sair de lá e assustar os outros, então ele os trancou todos aqui.”

Eu assenti. “São cobras? Ele tem mais alguma coisa?”

O sorriso permaneceu no rosto de Silvano enquanto ele respondia: “O Sr. Menezes gosta de colecionar animais raros, então ele tem quase todos os tipos de criaturas. Ele os possui há anos. Sra. Machado, gostaria de dar uma olhada?”

Como não conseguia ver nada atrás da porta de aço, hesitei em responder imediatamente. Seria tranquilo se as criaturas estivessem trancadas como os animais do zoológico, mas seria perigoso para mim entrar se estivessem soltas.

Após breve reflexão, respondi: “Não precisa. Silvano, leve-me ao quarto andar, por favor.”

Ele assentiu e me conduziu ao andar acima. A mansão era enorme, e sua estrutura lembrava um castelo nobre de tempos antigos. Era grandiosa, mas vazia.

As escadas eram complicadas. Não sabia se foram projetadas assim para mostrar a capacidade do designer.

Assim que entrei, vi uma sala de estar luxuosa decorada com estátuas de Vênus e santos. Fiquei chocada ao perceber que havia até uma estátua onde um dos santos estava amamentando um bebê.

Talvez fosse porque eu não sabia apreciar arte, mas não senti nada ao olhar para as estátuas.

“É porque o solo não é tão saudável no meio?”, perguntei.

Ele balançou a cabeça. “O solo aqui é o mesmo. O pátio é enorme e está longe da mansão. É improvável que a mansão tenha bloqueado a luz do sol que chega às plantas. Em outras palavras, ou não há solo suficiente no meio, ou algo está enterrado lá.”

“Um porão?” A mansão não tinha estacionamento subterrâneo, então a única coisa que consegui pensar foi em um porão.

Ele virou-se para me encarar em silêncio por um momento. “Não acho que uma mansão como essa precise de um porão. Deve ser um armazém, destinado a guardar algo.”

Quando pensei na relação entre Abel e Adriano em Venria, não pude deixar de dizer: “Por exemplo, cianina? Adriano estava bem próximo de Abel em Venria. No entanto, a Nova Itália tem regras rígidas sobre cianina. Como ele planeja vender?”

Humberto esfregou o nariz, parecendo sem palavras por um momento. “O que há nesse seu cérebro? Uma mansão enorme como essa geralmente tem porões construídos para refugiar-se de desastres. Até mansões normais têm; elas são apenas convertidas em estacionamentos subterrâneos.”

Depois que Humberto deu um tapinha na minha cabeça, eu franzi a testa. “Você estava tão sério sobre sua observação que pensei em cianina. O que mais achou que eu ia pensar quando vi essa expressão solene no seu rosto?”