Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 372

— Boa tarde, senhoras. Desculpem interromper o café da tarde de vocês. — Disse a gerente da loja, com um sorriso gentil e uma leve reverência. — Esta jovem encantadora foi a ganhadora do nosso prêmio da sorte, e vim pessoalmente entregar o presente.

Ela olhou para Beatriz e colocou uma sacola branca elegante sobre a mesa.

Beatriz a encarou, depois olhou para a sacola. Só naquele momento começou a sentir que o prêmio era real. Mesmo assim, não estendeu a mão de imediato. Apenas perguntou, com cautela:

— Eu preciso pagar alguma diferença?

Impossível ser totalmente de graça, certo? Ainda mais considerando que ela nunca tinha feito uma compra sequer naquela loja, e que até o modelo mais simples das bolsas ali custava uma fortuna.

— Não é necessário pagar nada. — Respondeu a gerente, prontamente.

— Você é a estrela da sorte de hoje. Esperamos que essa bolsa traga muita sorte para você. — Ela sorriu calorosamente.

— Entregue o presente, vamos deixar vocês à vontade. Se tiver qualquer dúvida ou precisar de algo, pode entrar em contato comigo a qualquer momento. — Completou, mantendo a postura impecável, digna de atendimento VIP.

Ela se curvou discretamente ao entregar o cartão de visita, o que deixou Beatriz desconcertada. Ganhar uma bolsa de graça já era inesperado… Ser tratada com tanta deferência, então, nem se fala.

Beatriz se levantou para se despedir. As duas funcionárias saíram da cafeteria.

Do outro lado da mesa, Letícia permaneceu em silêncio o tempo todo, mas não tirou os olhos da cena.

Muito estranho. Estranhíssimo.

Se fosse um golpe, ao menos seria algo compreensível. Mas não, eram mesmo funcionárias da loja.

— Bia, deixa eu ver o cartão dela. — Pediu Letícia, estendendo a mão.

Beatriz entregou o cartão e voltou a se sentar.

Letícia examinou o nome e o cargo impressos. Seus olhos se estreitaram ao ler:

Nada menos que... A gerente da loja.

Justamente a gerente e ela nem tinha aparecido quando Letícia foi lá mais cedo. Agora, vinha pessoalmente entregar uma bolsa?

— Abre essa sacola aí. Quero ver. — Disse Letícia, desconfiada.

Beatriz já segurava a sacola e puxou de dentro uma caixa refinada.

Letícia analisou com atenção. As pérolas eram genuínas, com aquele toque gelado e o peso característico. O acabamento era impecável, a trama perfeita, o laço de fita autêntico e, por dentro, o logo da marca estava gravado exatamente como mandava o padrão.

— E aí? — Perguntou Beatriz, vendo a amiga com expressão cada vez mais séria. — Tá tudo certo?

Na verdade, mesmo que fosse um item com algum defeitinho, ela nem ligaria tanto. Era de graça, no fim das contas.

Letícia levantou o olhar e devolveu a bolsa.

— A bolsa tá perfeita.

Mas completou mentalmente, com convicção:

“Não tem a menor chance de isso ser apenas um prêmio aleatório de sorteio.”

Ela preferiu não dizer nada por enquanto. Uma desconfiança começava a se formar, e não queria estragar tudo se estivesse certa.

Uma entrega feita dessa forma, com toda a pompa, a gerente vindo pessoalmente, se curvando com respeito, deixando cartão de contato...

Era quase certo…