Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 371

— Que foi esse olhar? Tá me menosprezando? — Resmungou o homem, incomodado com os olhares desconfiados e avaliativos das funcionárias.

— Não é isso, o senhor entendeu errado. Só não sabíamos que tinha alguma relação com aquele patrão. — A moça do caixa respondeu com um sorriso diplomático.

Ele, claro, não podia revelar sua verdadeira identidade, então inventou na hora:

— Sou motorista dele. Anda logo, fecha essa conta que eu tenho que ir embora.

Ainda assim, a desculpa não parecia muito convincente. Afinal, aquele motorista tinha uma aparência bastante desleixada. Não era comum ver motorista de família rica sem terno e gravata.

Mas ninguém se atreveu a questionar. E, convenhamos, quando alguém se oferece para pagar a conta, quem recusaria?

Além disso, aquele sujeito suspeito realmente tinha aparecido antes, perguntando sobre aquelas duas clientes.

Naquele momento, numa cafeteria do shopping...

— Hã? Você tá dizendo que eu ganhei um prêmio? — Letícia falou ao telefone, com as sobrancelhas arqueadas.

Depois de ouvir a explicação do outro lado da linha, levantou os olhos e encarou a amiga à sua frente.

— Minha amiga ganhou um prêmio? — Repetiu, surpresa.

Beatriz ficou sem reação. Estava prestes a parabenizar Letícia, e agora a premiada era ela? Será que tinham entendido certo?

— Mas ela nem comprou nada na loja de vocês. Como é que isso vale prêmio? — Letícia insistiu, cada vez mais desconfiada.

Logo depois, seu tom mudou, mais alerta:

— Isso não é golpe, né? Como é que conseguiram meu número de celular, hein?

“Quem teria coragem de aplicar golpe logo na filha da família Martins?”

Será que foi aquela loja de luxo que vazou os dados das clientes? Não sabiam com quem estavam lidando? Se a família Martins se irritasse, aquela marca poderia muito bem ser banida de todas as lojas na Cidade A.

Do outro lado da linha, o gerente da loja se apressava em explicar tudo. Letícia ainda estava com um pé atrás, mas acabou cedendo. O sujeito disse que estava a caminho.

Ela passou a localização. Afinal, nenhum golpista se arriscaria a encontrar alguém pessoalmente, muito menos em plena luz do dia.

Beatriz, por sua vez, já tinha pegado o celular e começado a pesquisar. Não sentia nenhuma empolgação com o suposto prêmio, apenas uma sensação crescente de dúvida e irrealidade.

— Letícia, no site oficial da marca não existe esse tipo de campanha. — Avisou, lendo os resultados na tela.

— Ela disse que é uma ação exclusiva do ponto de venda, decidida pela loja em si. — Respondeu Letícia, dando de ombros.

Beatriz ficou sem palavras. Aquilo era mesmo possível?

Letícia, no entanto, não parecia nem um pouco preocupada com a veracidade do tal “Dia da Sorte”. Já que a pessoa estava vindo pessoalmente, ela mesma confirmaria tudo.

Foi então que a campainha automática da cafeteria tocou, com o tradicional “Seja bem-vindo”.

Letícia virou a cabeça e viu duas mulheres entrando. Usavam uniformes padronizados, os mesmos da loja de antes.

Principalmente a que vinha logo atrás. Letícia achou o rosto dela familiar.

Era mesmo uma funcionária da GS...

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