Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 306

— Ele já me deu um presente, e ainda tem a Letícia no meio disso tudo. Não pretendo me vingar. — Disse Beatriz com firmeza.

Além do mais, pelo tom do Leonardo, dava pra perceber que ele queria mesmo era se divertir às custas do Eduardo. Aquela ajuda era só um pretexto.

Melhor deixar quieto.

Ela não queria virar bode expiatório depois, nem acabar sendo o alvo das provocações do Eduardo por ter entrado no joguinho.

— Poxa... Você é muito generosa. Tão fácil de agradar assim? Uma garrafinha de perfume e pronto, tudo resolvido? — Lamentou Leonardo, com um ar desapontado.

Não ver o amigo se enrolando seria uma tristeza profunda pra ele.

— O perfume era caro. Se não for por ele, que seja pelo dinheiro. — Respondeu Beatriz, sem rodeios.

— Pfff!

Leonardo caiu na risada. Aquela menina era mesmo diferente.

Depois de tantos anos circulando por todos os tipos de ambientes e conhecendo as mais variadas mulheres, ele achava que já tinha visto de tudo.

Mas Beatriz... Era outra coisa.

Racional, calma, direta. Nada de joguinhos. Uma mulher inteligente de verdade. O tipo que mexe com quem gosta de cérebro mais do que aparência.

E, claro, uma mulher assim nunca seria encontrada em bares ou baladas. Era do tipo que se destacava no escritório, no topo da carreira. Pura elite profissional.

— Bom... Então o Eduardo saiu ganhando nessa. Mexeu contigo e saiu ileso. É, parece que chutou um travesseiro. — Brincou Leonardo, rindo.

Beatriz pensou consigo mesma:

“A diferença de classe social entre eles estava ali, clara como o dia.

Gente comum como ela... Ia se vingar de um ricaço como Eduardo com que tipo de força?

Simplesmente não era realista.

Mas de todo modo, entre eles não devia haver muito contato desde o início.

Eduardo só a provocou porque achou que seria divertido, como quem cutuca um gato ou um cachorro pra ver a reação.”

— Olha, considerando que ele te ajudou agora, dá pra dizer que compensou os erros. — Acrescentou Leonardo, tentando defender o amigo. — Ele não é mau cara, só... Meio besta. Fica te provocando com essas palavras atravessadas, só de sacanagem mesmo.

Beatriz ficou paralisada por um segundo.

“Eduardo... Ajudou ela?”

— Ajudou com o quê? — Perguntou, a voz firme, mas os olhos desconcertados.

No outro lado da linha, Beatriz permaneceu em silêncio por longos segundos.

Ela e Eduardo mal tinham se falado. As poucas vezes que se encontraram, ele ainda a provocou e brincou com ela.

Ela era muito consciente de si mesma, jamais se iludiria achando que ele fez aquilo por gostar dela, ou algo do tipo.

E o mais estranho de tudo...

“Como é que ele sabia que ela estava se divorciando do Gabriel?

Eduardo era um homem ocupado, absurdamente ocupado. Não era o tipo que se importava com fofoca ou drama pessoal dos outros.

Mesmo que Gabriel tivesse algum status, isso não justificava tanto envolvimento. Não era um assunto diretamente ligado a ele.

E o que mais a deixava intrigada...

Por que ele fez tudo isso no domingo, às pressas, e entregou o material ao Leonardo?

Isso só podia significar uma coisa: ele sabia que o julgamento era iminente.

E se sabia disso... Alguém contou pra ele.”

— Foi você quem pediu ajuda ao Sr. Eduardo? — Perguntou Beatriz, com voz firme e um olhar fixo no vazio.

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