Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 307

— Não, fui eu não! Imagina! Eu nem tenho tanta moral assim. — Respondeu Leonardo, quase rindo. — Isso dá um trabalho danado. A gente até é amigo, mas fazia anos que não nos víamos nem trocávamos mensagem. Então, Srta. Beatriz, não precisa mais duvidar. Ele fez tudo isso especialmente por...

Leonardo queria dar aquela força pro amigo. Soltar logo um “foi tudo por você”, bem romântico e impactante.

Mas antes que ele pudesse completar a frase...

— Foi a Letícia, com certeza. — Disse Beatriz, cortando de forma precisa.

— Não...

Leonardo tentou negar, mesmo sabendo que Eduardo realmente tinha dito que foi a Letícia quem pediu.

Mas, poxa... Numa hora dessas, a irmã podia muito bem sair de cena e deixar o palco pro irmão brilhar, né? Só assim os dois iam se aproximar de verdade.

— Não. — A mesma palavra saiu da boca da Beatriz, firme e seca.

Ela tinha entendido. De repente, tudo fez sentido.

— Fui eu quem pediu ajuda à Letícia. No sábado, nós conversamos sobre isso, e ela sugeriu começar pelas câmeras do condomínio. Desculpa, não devia ter dito que foi você quem pediu. — Concluiu Beatriz, já consciente da confusão.

Antes, ela achava que Eduardo ajudara por causa do Leonardo. Afinal, ele foi quem entregou as provas.

Mas agora... Com Leonardo admitindo que nem teria como pedir esse tipo de favor a Eduardo... Só restava uma explicação: foi mesmo a Letícia.

Ou seja, não existia isso de Eduardo ter ajudado por vontade própria.

Ele só estava atendendo a um pedido da irmã. Simples assim.

A situação estava bem clara agora.

E Leonardo... Esse advogado, no fim das contas, era totalmente pouco confiável no que dizia.

Falava como se Eduardo tivesse feito tudo “especialmente por ela”.

E esse “especialmente” era carregado de outro significado.

Como se Eduardo tivesse se mobilizado por algum sentimento. Por algum interesse pessoal.

Exatamente como antes, quando Leonardo dissera que Eduardo tinha ido pessoalmente à loja escolher um presente pra ela.

Mas afinal... Por que Leonardo ficava tentando empurrar as coisas pra esse lado?

Por que insistia em fazer parecer que Eduardo tinha algum interesse nela?

Beatriz achava isso muito estranho.

Afinal de contas, ela mal tinha cruzado com Eduardo algumas vezes. E Leonardo, por sua vez, só estava na vida dela por uma questão profissional.

A vontade era se encolher no banco do carro.

A menina não só percebeu tudo... Como agora jogava limpo. Jogava sério. E jogava duro.

— Doutor Leonardo. — Disse ela, com a voz fria e impessoal. — Posso perguntar qual foi a sua motivação? E, aliás, no início dessa ligação, você também inventou que o Sr. Eduardo achava que eu ainda não o tinha perdoado. O que, claramente, era mentira. Qual era seu objetivo com isso? O que exatamente você queria atingir... Me enganando assim?

Foi uma rajada de perguntas.

Leonardo começou a suar, mesmo com o ar-condicionado ligado.

Por um momento, teve a nítida sensação de estar sentado no banco dos réus, sendo interrogado no tribunal.

E o pior: ele era o advogado.

“Muito difícil, meu Deus. Conquistar uma mulher como Beatriz é mais difícil que escalar o Everest...

Ajuda romântica? Emoção? Esquece. Com ela, não tem atalho.

Se ela não gosta de um homem, vai deixar isso claro. Claríssimo.

Sem dar margem pra esperança, sem deixar no ar.

Rejeição limpa, objetiva. E com distância segura.”

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