Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 217

Daniel continuava a apresentação, explicando as áreas da empresa com fluidez. Mas, ao virar o rosto ligeiramente, percebeu algo que o incomodou de imediato.

Sr. Eduardo não tirava os olhos de Beatriz.

Ele seguiu falando, mantendo a fala profissional e contínua, mas seu semblante foi escurecendo aos poucos.

A sede da Aurora não era muito grande. Ocupava apenas um andar inteiro e, como não chegaram a entrar nos departamentos, fizeram apenas um tour rápido pelos corredores.

Logo a visita terminou. O momento agora era de acompanhar os visitantes do Grupo Martins até os elevadores.

Como boa anfitriã, mesmo que involuntária, Beatriz não tinha como simplesmente se afastar. Acompanhou tudo até o final, com a mesma expressão neutra e contida de sempre.

Foi nesse momento que Eduardo, enfim, encontrou uma brecha para falar com ela.

Durante toda a visita, Daniel monopolizara a conversa com suas explicações detalhadas. Mas, sinceramente, Eduardo não estava interessado nos departamentos da Aurora.

Ele se virou um pouco, aproximando-se. Em voz baixa, mas firme o suficiente para ser ouvido claramente, soltou:

— Por que me encarou daquele jeito, mais cedo?

O tom baixo e rouco, somado ao silêncio do ambiente, fez com que a pergunta fosse ouvida por praticamente todos ali. Os olhares se voltaram, curiosos.

Mas, ao seguir a direção do olhar de Eduardo, todos logo entenderam de quem ele estava falando: Beatriz.

Ninguém disse uma palavra. O constrangimento pairou por um instante no ar.

Ao lado, Daniel fixou os olhos em Eduardo. Sua expressão endureceu.

“O que é isso? Ele está flertando? Está interessado na Beatriz?

Desde quando? Por que ela nunca comentou nada? Eles têm alguma relação mais próxima?”

O incômodo cresceu no peito. Um ciúme surdo começou a ferver.

Mesmo sabendo que Beatriz havia sido casada, ele sempre achou que teria uma chance agora que Gabriel estava fora do caminho. Mas... Se até o Sr. Eduardo se sentia atraído por ela...

E ele, Daniel, o que seria então? Um figurante?

Não. Ele não estava pronto para perder esse jogo.

No centro da atenção, Beatriz, no entanto, não parecia nem um pouco consciente de todos os olhares voltados para si.

Ela não respondeu. Ficou em silêncio absoluto.

Afinal... Ele nem tinha citado nomes.

“Não sou boba de cair nessa armadilha e dar trela à provocação.”

Mas, no segundo seguinte...

— Estou falando com você, Srta. Beatriz. — A voz dele voltou a soar, baixa e impositiva.

Beatriz ergueu o olhar, encarou-o por um instante e logo desviou. Negou com expressão impassível.

— Eu não fiz isso.

Os demais também pararam, pegos de surpresa.

Beatriz andou mais dois passos antes de notar que o grupo havia estagnado. Virou-se para trás, confusa.

Foi quando ouviu a voz dele outra vez. Agora com um sorriso cheio de malícia nos lábios:

— Já que ainda estamos dentro da empresa, que tal verificarmos as câmeras de segurança? Assim tiramos a dúvida. Veremos se eu estou caluniando você ou não.

Beatriz ficou sem palavras...

— Sr. Daniel. — Continuou Eduardo, voltando-se ao CEO da Aurora. — Poderia pedir a alguém da TI para puxar as imagens da sala de reunião? Eu disse que foram cinco minutos. Se tiver sido menos, mesmo que seja um segundo, eu peça desculpas à sua funcionária. Mas se estiver certo...

Daniel o encarava em silêncio. Os demais permaneceram calados, claramente desconfortáveis.

Aquilo era sério... Ia mesmo pedir as filmagens por causa de um olhar?

Se essa história caísse no mercado, não haveria como evitar as fofocas. A imagem que passaria seria: “Presidente do Grupo Martins viaja a trabalho e passa o tempo flertando descaradamente com funcionária da empresa parceira.”

Os funcionários do Grupo Martins estavam entre o constrangimento e a vergonha alheia.

Já os da Aurora, embora também estivessem desconcertados, não cogitavam de fato buscar as imagens. Seria absurdo demais.

O silêncio se alongou por alguns segundos, pesado.

Beatriz fechou a mão com força. Engoliu o orgulho, deu dois passos à frente e, com os dentes cerrados, murmurou:

— Cinco minutos, então foram cinco minutos. Eu admito. Não é necessário incomodar o pessoal da TI.

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