Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 213

Assim que ele soltou aquela frase, Beatriz imediatamente cerrou os punhos, contendo a raiva. Lançou um olhar fulminante em direção a Eduardo.

Do lado dos executivos, a reação passou do choque inicial à perplexidade... E, agora, ao puro espanto.

O Sr. Eduardo estava flertando abertamente com Beatriz?

Foi essa a conclusão inevitável. Os olhares na sala mudaram de tom, agora cheios de malícia e curiosidade. A relação entre os dois definitivamente tinha algo de especial.

Do outro lado da mesa, Daniel franziu o cenho. A princípio, pensava que Beatriz já tivesse cruzado com Eduardo por causa de Letícia. Mas agora havia algo a mais. Algo que incomodava. Um certo cheiro de rivalidade no ar.

Beatriz, por sua vez, manteve a compostura. Respirou fundo, esboçou um sorriso profissional e respondeu:

— Preparei o café porque cheguei cedo e o pessoal da recepção estava com a equipe reduzida. Foi apenas uma gentileza espontânea.

Eduardo arqueou levemente os olhos. Estava claramente se divertindo com a forma como aquela “coelhinha nervosa” reagia às provocações.

Ele era provocador por natureza. Sempre com uma pontinha de crueldade irresistível. Estendeu o braço, pegou a xícara e disse com um tom fingidamente generoso:

— Normalmente, não bebo café preparado por outras pessoas. Mas... Considerando seu esforço, vou fazer uma exceção.

Beatriz sentiu o sangue subir. Fitou a xícara como se estivesse prestes a derramá-la diretamente na cara daquele homem insolente.

“Se soubesse que o cliente era esse narcisista arrogante, teria ido direto à copa dos funcionários e preparado um café instantâneo de nove reais com gosto de papelão.”

Eduardo levou a xícara ao rosto. Antes de provar, comentou com ar de quem faz questão de opinar:

— Bela arte no topo. Você tem talento.

O jantar da noite anterior tinha sido excelente. De certa forma, ele confiava nas mãos de Beatriz.

Deu um gole. E, como esperava, não se decepcionou.

A proporção do pó estava perfeita. O leite, vaporizado na medida certa. A espuma, densa e cremosa. Saboreou mais dois goles, satisfeito.

Beatriz o observava com desconfiança. Esperava a crítica, porque viria, com certeza.

Esse homem era insuportável. Mal-humorado, venenoso, impossível de agradar.

E, claro, ele não decepcionou:

— Nada mal. Mas... Uma pena que os grãos não sejam de melhor qualidade.

Os olhares se voltaram novamente para Beatriz. Coitada da moça... Que saída ele queria dar com isso?

Ela continuou em pé, com um sorriso polido e leve nos lábios. Por dentro, sentia uma vontade real de atirar aquele café, já bebido, de volta no rosto do sujeito.

Ponto positivo: havia uma próxima vez. As chances de fechar negócio aumentaram.

Ponto negativo: ele a tratava como uma serviçal. Mandava, comia e ainda cobrava performance.

Mesmo assim, Beatriz manteve a postura.

— Será uma honra. Ficarei no aguardo de sua próxima visita. — Respondeu com um sorriso que ela forçou ao máximo para parecer verdadeiro.

Fez uma breve reverência e voltou calmamente ao seu lugar.

Do lado do Grupo Martins: “Essa moça tem presença. Inteligente, equilibrada... Nada mal, nada mal.”

Do lado da Aurora: “Beatriz é realmente uma funcionária exemplar. Manteve a elegância, segurou o protocolo. Digna mesmo de ser a futura senhora da família Pereira.”

E, afinal, todos sabiam. Com o sobrenome Pereira, e considerando que o Grupo Pereira era ainda mais poderoso que o Grupo Martins, Beatriz estava, na verdade, dando um enorme prestígio à Aurora com sua presença ali. Mesmo sendo provocada daquele jeito.

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