Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 185

O policial olhou para Gabriel e advertiu com seriedade:

— Sr. Gabriel, por favor, preste atenção ao seu tom e às palavras que usa. A outra parte já aceitou não levar o caso adiante.

Gabriel, tomado pela fúria, socou a mesa com força e rosnou entre os dentes:

— Eu nem fiz nada de errado! Desde quando preciso do perdão dessa Letícia?! Isso é o mundo de cabeça pra baixo!

— Tsc, tsc... Ganso morto que ainda quer nadar. Eu acho é pouco... — A voz de Letícia veio do outro lado da linha, cheia de deboche.

Rafael deu um passo rápido e encerrou a ligação de uma vez.

— Senhores, como já entregamos todos os documentos e a parte ofendida nos isentou verbalmente, acredito que podemos encerrar por aqui, certo? — Disse Rafael com um sorriso educado.

O policial lançou um olhar para Gabriel. A declaração de responsabilidade ainda não estava assinada. Gabriel afundou na cadeira, bufando de raiva, quase rasgando o papel de tanto apertar a caneta.

— Sr. Gabriel, assine logo, por favor. — Insistiu Rafael, tentando manter a compostura.

Gabriel assinou com raiva, como se estivesse sendo humilhado. Aquilo tudo era indigno pra ele, mas se não assinasse, não poderia sair. E envolver a família significaria que seu avô ficaria sabendo. Isso era ainda pior.

No fim, o nome “Gabriel Pereira” foi rabiscado no papel com toda a má vontade do mundo. Rafael entregou aos policiais e levou o cliente embora.

Fora da delegacia, já na calçada, Gabriel, ainda fervendo por dentro, deu um chute com toda a força no tronco de uma árvore. A árvore era tão grossa que precisaria de três pessoas para abraçá-la, mas mesmo assim chegou a tremer. O sapato de couro italiano de Gabriel ficou arruinado.

Rafael suspirou e tentou aliviar a tensão.

— Sr. Gabriel, o senhor entrou lá completamente despreparado. Era óbvio que ia ser expulso.

— Se não fosse a Letícia me atrapalhar, eu já teria encontrado a Beatriz! — Vociferou Gabriel, os olhos vermelhos de raiva.

— Mas o senhor sabia, de fato, o andar e o número do apartamento da Sra. Beatriz? — Perguntou Rafael, com cautela.

Gabriel fechou os lábios e respondeu, contrariado:

— Não sabia.

Rafael, internamente: “Pois é, então tá explicado...”

Ele nunca tinha visto o Sr. Gabriel agir com tanta impulsividade. Entrou feito um furacão, sem plano, sem pensar nas consequências. Estava claro: era desespero. Ele queria ver Beatriz a qualquer custo.

— Vamos com calma. Já sabemos o condomínio da Sra. Beatriz. Agora o próximo passo é descobrir o número do apartamento. Depois, a gente precisa de um bom motivo pra entrar. Algo convincente. — Rafael começou a traçar a estratégia, mantendo o tom analítico.

— Hah... Amanhã mesmo eu compro aquele condomínio caindo aos pedaços! — Rosnou Gabriel, cerrando os punhos.

Insuportável.

Gabriel cerrou os dentes. Se algum dia voltasse com Beatriz, jurava que aquela víbora nunca mais pisaria sequer no hall do prédio.

Só de pensar nela, já ficou com raiva. Pegou o celular e abriu a conversa com alguém que não prestava menos que ele. Começou a despejar mensagens como uma metralhadora.

Enquanto isso, no apartamento de Beatriz...

Letícia, ainda se sentindo vitoriosa depois do telefonema, afundou-se feliz no sofá. Mas logo notou que a amiga tinha pegado o celular e estava olhando para algo com um leve franzir de sobrancelha.

Na tela, um número desconhecido aparecia como chamada perdida de dez minutos atrás.

Aquele final... Parecia familiar.

Letícia discretamente espiou o próprio celular. Quando viu o número, seu corpo ficou tenso de repente.

Era o assistente do Gabriel.

Endireitou a postura na hora.

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