Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 186

Seu corpo se moveu antes mesmo de pensar. Letícia puxou o celular da mão de Beatriz num gesto rápido, forçando um sorriso:

— Não liga de volta... Vai ver é só...

— É o Rafael. — Disse Beatriz, calma. — O assistente do Gabriel.

Letícia travou na hora. Seu rosto passou por uma sequência de expressões constrangidas até que virou de lado, desviando o olhar.

— Vocês não estão divorciados? Não vale a pena atender. Deve ter sido o Gabriel que te bloqueou e agora tá usando o número do assistente.

Beatriz apertou os lábios, sem responder. No fundo, pensava o mesmo e não tinha nenhuma intenção de retornar a ligação.

Letícia então passou para a ação. Primeiro bloqueou o número. Depois apagou o histórico de chamadas. Só então devolveu o aparelho, dizendo com naturalidade:

— Pronto, bloqueado. Nada de atender ligação de gente ligada ao Gabriel.

Beatriz concordou com a cabeça e voltou a prestar atenção no filme.

Letícia estava prestes a largar o celular também, quando, de repente, a tela começou a pipocar de notificações. O som das mensagens parecia um martelar frenético no silêncio da sala.

Era Gabriel.

E o conteúdo das mensagens... Era puro veneno.

Letícia havia colocado as notificações dele no modo silencioso, só pra não ser incomodada. Mas agora, com a tela aberta, observava em tempo real Gabriel completamente fora de si, despejando ofensas como um louco.

Ela não respondeu nenhuma. Apenas assistia em silêncio, como quem vê um palhaço espernear no picadeiro.

O celular estava largado de lado. Ela olhava para o projetor na parede, distraída. Devia ter passado uns quinze minutos quando, por curiosidade, lançou um olhar para o aparelho.

E lá estava: ele ainda estava mandando mensagem.

Letícia levantou uma sobrancelha, impressionada.

“Uau. Gabriel até que tem fôlego. Conseguiu ficar insultando por mais tempo que meu irmão conseguiria.”

Mesmo assim, ignorou tudo. Mais alguns minutos se passaram e, enfim, as notificações cessaram.

Paz. Finalmente.

Ela pegou o celular para sair da conversa. Mas então viu outra notificação. O feed de comentários da sua rede social havia explodido com novas mensagens.

Imaginou que fosse alguma publicação dela recebendo curtidas ou elogios de amigos.

Ledo engano.

Ao abrir, viu que todas as notificações vinham de Gabriel, em uma enxurrada de comentários absurdos:

[A comida que minha esposa fez, você acha que tem moral pra comer?!]

Gabriel, ao ver que Letícia o havia exposto publicamente, não deixou barato. Também postou sua versão da história, com o mesmo nível de agressividade e passou a chamá-la de falsa, manipuladora, desequilibrada e sem qualquer postura de uma verdadeira dama.

De ambos os lados, os seguidores assistiam à briga em silêncio, com os olhos arregalados.

Não comentavam, mas liam tudo.

Os grupos fechados das socialites e empresários começaram a ferver de mensagens:

[Eles eram quase parentes por casamento, agora parecem arqui-inimigos!]

[Que vexame público... Perderam completamente a compostura.]

Na sala...

— O filme tá quase no fim, não quer ver? — Perguntou Beatriz, virando o rosto curiosa ao notar que a amiga digitava sem parar.

— Pode assistir, estou resolvendo um negócio aqui. — Respondeu Letícia, sem nem olhar.

— É trabalho? A essa hora?

Letícia ergueu os olhos, estalou os dedos e respondeu com um sorriso travesso:

— Não... Estou é tretando com alguém.

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