Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 184

— E, além de tudo, essa noite ele invadiu ilegalmente o condomínio, enganou os seguranças e ainda me ameaçou! — Completou Letícia, sem esconder a indignação.

A essa altura, a situação já estava clara. Os policiais detiveram Gabriel e o levaram sob custódia. Mesmo algemado, ele ainda gritava insultos para Letícia enquanto era levado.

Ela observou o homem sendo escoltado, soltou um suspiro frio e disse em tom firme aos seguranças:

— Gravem bem a cara dele. Se ele se aproximar do condomínio de novo, chamem a polícia na hora.

O segurança assentiu. Por sorte, a amiga da moradora havia percebido o problema a tempo. Se o sujeito tivesse conseguido subir e agredir a residente, eles certamente teriam problemas legais sérios.

O chefe da equipe de segurança se aproximou de Letícia, tentando apaziguar a situação, e pediu, com certo cuidado, que ela não fizesse uma denúncia formal contra a administração do condomínio por falha na segurança.

Letícia concordou. Não queria complicar ainda mais as coisas, mas impôs uma condição: que os seguranças não contassem nada para a moradora envolvida naquela noite. Ela mesma falaria com Beatriz quando fosse o momento certo.

O chefe entendeu e garantiu que, na mensagem que seria enviada ao grupo do condomínio, nada seria mencionado sobre a moradora ou qualquer dado pessoal.

Letícia ficou satisfeita com o acordo. Virou-se e voltou para dentro, ainda com o coração acelerado e uma sensação de pavor no peito.

Gabriel estava completamente descontrolado... Igual a um cão raivoso. Assustador.

E, apesar de tudo, Letícia ainda sentia um certo peso na consciência. No fundo, foi por causa dela que ele conseguiu entrar. Se os seguranças não tivessem agido a tempo, ele teria chegado até o apartamento.

Ela apertou o botão do elevador.

No andar de cima, Beatriz já havia terminado de lavar toda a louça. Tirou o avental, dobrou com cuidado e o deixou no canto. Estranhou que Letícia tivesse demorado tanto para voltar. Pegou o celular e mandou uma mensagem para a amiga.

Durante o tempo em que estava na cozinha, até tinha ouvido Letícia ao telefone, falando com alguém. Não entendeu muito bem o conteúdo, mas supôs que fosse com o irmão.

Após enviar a mensagem, Beatriz viu que havia uma nova notificação no grupo do condomínio, com uma @ para todos os moradores.

Clicou para abrir. Era um aviso sobre o reforço na segurança da portaria e uma recomendação para que os moradores ficassem atentos à própria segurança e, se necessário, chamassem a polícia.

Junto com o texto, havia uma imagem: uma viatura policial parada na entrada do condomínio.

Justo nesse momento, a campainha tocou.

Beatriz foi até a porta e a abriu.

Letícia entrou.

Letícia atendeu na varanda e, para não ser ouvida, fechou a porta de correr atrás de si.

Beatriz olhou discretamente para a varanda, mas logo desviou os olhos. Só pensou consigo mesma: “O irmão da Lê é muito protetor mesmo... Vive colado nela.”

Na varanda, Letícia ouvia Rafael se identificar e explicar a situação e foi impossível conter o riso.

— Tá bom. Passa o celular pro policial aí. Eu topo perdoar o tal do Sr. Gabriel. — Disse Letícia, com uma entonação que beirava a diversão.

Rafael, aliviado, agradeceu mil vezes e entregou o celular para o policial, que ativou o viva-voz da viatura.

Do outro lado da linha, a voz debochada de Letícia ecoou. Gabriel, enquanto assinava com uma caneta preta, ficou tão furioso que rasgou parte do papel ao apertar demais.

— Sua víbora maldita! Foi você quem começou espalhando mentira, e agora vem se fazer de boazinha?! — Gritou ele, fora de si.

A voz de Letícia veio logo em seguida, com uma provocação ainda mais ácida:

— Ai, senhor policial... Olha o jeitinho agressivo dele. Não seria melhor manter esse homem detido por uns dias, só pra garantir?