Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 163

— Imagina! Se eu tivesse aceitado, não estaria aqui brigada com todo mundo e sem nem querer voltar pra casa. — Letícia revirou os olhos, exasperada.

— Fica lá em casa por enquanto. — Disse Beatriz, com calma. — Do ponto de vista comercial, a união entre a família Pereira e os Martins até faria sentido. Seria força com força. Mas…

Ela olhou para a amiga, séria, completou:

— O Gabriel só tem olhos pra Vitória. Você não vai conseguir ocupar esse espaço. E, se casar com ele, vai ser infeliz a vida toda.

Dois anos de casamento... Beatriz sabia bem o que estava dizendo. Aquilo quase a destruiu, corpo e alma.

Letícia, por mais resiliente que fosse, se casasse apenas por obrigações familiares…

Seria condenada a uma vida de silêncio e sacrifício.

— Pode ficar tranquila. Eu jamais pularia no fogo por vontade própria. — Respondeu Letícia, dando uma tapinha reconfortante no ombro da amiga.

Beatriz assentiu, um pouco mais aliviada. Sua maior preocupação era que Letícia acabasse sendo forçada a esse casamento. Mas, com sorte, a família Martins ainda não tinha chegado ao ponto de vender a filha.

— Mas, vem cá… Como é que você sabe o nome daquela atriz de quinta que era amante dele? Eu só sabia que ela tinha o sobrenome Lima. — Comentou Letícia, distraída, enquanto olhava ao redor.

Na hora, Beatriz sentiu o coração apertar no peito, uma pontada de pânico silencioso.

Mas recuperou a compostura rapidamente e respondeu com naturalidade:

— Ué, você mesma me mandou aquele monte de fofocas… Acabei olhando por curiosidade. Tinha outros posts revelando o nome completo.

Letícia virou-se para ela, desconfiada, mas com um tom leve:

— Você foi procurar mesmo? Achei que nem se importava com essas coisas.

— Foi só uma olhadinha. — Disse Beatriz, sorrindo. — Vamos lá, vamos chamar um carro. — Emendou rapidamente, mudando de assunto.

Enquanto esperavam pelo veículo, Letícia continuava a olhar em volta.

Beatriz, notando o comportamento, perguntou:

— Tá procurando alguém?

— Meu irmão. Ele saiu antes de mim, mas até agora nada dele. — Letícia suspirou. — Falei pra ele avisar meus pais que eu ia dormir na sua casa. Ele nem me respondeu. Vai saber se vai dar o recado...

— Ah, se é seu irmão, ele vai dar sim. — Disse Beatriz, tentando tranquilizá-la.

Mas Letícia bufou, com cara de quem não acreditava muito:

Na verdade, o carro chegou antes do previsto. Um Bentley preto, de modelo executivo, parou diante da entrada do condomínio. Letícia caminhou até ele, abriu a porta traseira...

E levou um susto.

Arregalou os olhos ao ver quem estava no banco de trás.

— Ué?! Você?! O que tá fazendo aqui, irmão?! — Ela logo se recompôs e, cruzando os braços com ar de superioridade, disse num tom de falsa indignação. — Ah… Já sei. Ficou preocupado porque eu não voltei pra casa, né? Sabia que você ainda tinha um pouco de cora...

Mas nem teve tempo de terminar a frase. O irmão a interrompeu com um tom indiferente:

— Tá viajando. O motorista ia me levar pro escritório, e aproveitou pra passar aqui te pegar.

Letícia ficou sem palavras.

O carro deu partida e, logo na primeira curva, Eduardo Martins olhou para o lado de fora, observando o nome do condomínio e os detalhes simples da entrada. Era uma área residencial comum, mas com boa segurança.

— Quem é sua amiga que mora aqui? — Perguntou, olhando de relance para a irmã.

— Colega da faculdade. Moramos no mesmo dormitório. — Respondeu Letícia, sem dar muito papo.

— Não é do nosso meio, então? — Ele perguntou, naquele tom neutro típico dele.