Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 164

— Sim. — Murmurou Letícia, confirmando.

Eduardo logo comentou:

— Eu imaginei. Alguém do nosso círculo jamais moraria aqui.

Letícia virou o rosto, semicerrando os olhos com desconfiança:

— Como é que é? Tá desdenhando? Deixa eu te contar uma coisa: minha amiga é incrível, tá? Ganhou prêmio de excelência o ano inteiro na faculdade, levou prêmios estaduais e até nacionais. Liderou equipe em competição de design e sempre ficou entre os três primeiros!

Eduardo, ao ver a irmã se exaltar, retrucou com calma:

— Não foi isso que eu quis dizer. Qual a necessidade dessa reação?

— Foi sim! Escuta esse teu tom... Todo ácido e irônico. — Letícia fez bico, irritada.

— Eu falo assim com todo mundo. — Respondeu, com certa impaciência. — E, pra deixar claro, não estou menosprezando sua amiga. Ela te hospedou, ainda por cima é talentosa. Já tá em vantagem sobre você.

Letícia fechou o punho, pronta para mais uma rodada da eterna briga fraterna. Os dois começaram a trocar farpas como bons irmãos que são.

No caminho, ao passarem por uma estação de metrô, Letícia apontou pela janela e disse:

— Olha ali, vou te mostrar qual é minha amiga.

Eduardo olhou, curioso. Mas Letícia logo emendou:

— Ih, a Bia já tá longe. Anda tão rápido... Parece que já entrou na estação.

Eduardo assentiu, os olhos ainda voltados para a entrada do metrô.

— Fica pra próxima, então. Podemos marcar um almoço com ela, pra agradecer a hospitalidade.

Letícia ajeitou-se no banco, concordando com a cabeça. Mas logo lembrou de algo…

“Eu ainda falei de apresentar ele pra Bia… Mas, pensando bem…”

Ela lançou um olhar de soslaio ao irmão.

“Com esse jeito dele, duvido que alguma mulher consiga aguentar. Melhor deixar quieto.”

Na Aurora Tecnologia.

Naquela manhã, Beatriz trabalhou normalmente, seguindo sua rotina com eficiência. Tudo corria com tranquilidade até a hora do almoço.

Ao chegar ao refeitório da empresa, pegou sua bandeja e se sentou sozinha, como de costume.

— Se o Murilo não estiver conseguindo te orientar direito, pode vir pra nossa área de negócios. Eu mesmo te acompanho de perto.

Beatriz olhou para ele, visivelmente animado, mas a proposta era absurda. Ela era formada em design e mídias digitais, ir para o setor comercial não fazia sentido algum. Nem era sua área.

Nesse momento, uma voz familiar e ligeiramente sarcástica ecoou pelo refeitório:

— Rodrigo, tá querendo roubar talento e ainda pisa no meu trabalho? Que feio. Isso lá é atitude de gente decente?

Beatriz virou o rosto e viu que era Murilo, seu supervisor direto.

Ele se sentou à frente dela, e Beatriz ficou ainda mais confusa. Já os colegas das mesas ao redor pararam de comer e passaram a observar a cena com interesse. Era como se estivessem assistindo a um episódio ao vivo do maior drama corporativo do dia.

— Ei, só estou sendo atencioso. Nem pensei em pisar em ninguém. — Respondeu Rodrigo, rindo sem graça. — E outra, talento tem que ser aproveitado onde vai brilhar. Não quero que ela fique escondida na área errada.

— Brilhar? A Beatriz se formou em Mídias Digitais. Vai fazer o quê no seu departamento comercial? Vender PowerPoint? — Retrucou Murilo, seco.

— Ah, Murilo… Não seja tão limitado assim. Já ouviu o ditado? “Não se deve limitar o talento pelas caixinhas do diploma.” — Rebateu Rodrigo, tentando soar filosófico.

Nesse momento, foi o diretor de RH quem resolveu cortar o clima:

— Eu acho que o Rodrigo está de olho, mesmo, é no networking da Srta. Beatriz.

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