Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 162

— Chega. Não quero ouvir mais desculpas e também não tenho tempo a perder com você. — Cortou o homem, de forma seca, sem o menor traço de gentileza. — Você até tem um pouco de charme, não vou negar. Mas quem se oferece desse jeito... É simplesmente vulgar. Não me interesso. — Acrescentou com frieza, virando as costas para ir embora.

Beatriz ficou parada ali, girou o rosto com indignação e lançou um olhar fulminante para as costas daquele sujeito. A raiva fez com que fechasse os punhos com força.

“Ele me tomou por o quê, exatamente? Uma garota tentando forçar um flerte barato? Sério mesmo?!”

E o pior, nem sequer perguntou nada antes de julgá-la daquela forma. Um desperdício total de um rosto bonito e aparência refinada.

Ela o viu se aproximar de um carro de luxo estacionado na calçada. A porta se abriu, e ele estava prestes a entrar quando Beatriz, já no limite da paciência, gritou:

— O dia nem escureceu ainda e você já tá sonhando acordado? Confiança é bom, mas excesso vira pura ilusão de superioridade!

Ao ouvir isso, o homem virou o rosto, instintivamente. Seus olhos pousaram rapidamente na garota no topo da escada, ela o encarava com fúria, os olhos brilhando de raiva, parecendo um coelhinho de pelos arrepiados.

Mas ele não respondeu. Simplesmente entrou no carro, que arrancou em seguida, desaparecendo pela avenida.

Beatriz permaneceu parada no mesmo lugar.

“Como assim?!”

— Nem um pedido de desculpa depois de me acusar à toa? Onde foi que ele aprendeu esse nível de educação? — Bufou, irritada.

Ainda assim, refletiu por um instante. Afinal, o homem ao menos a impediu de cair...

“Ok, vamos considerar que uma coisa compensou a outra.”

Dentro do carro, no banco traseiro espaçoso, o homem cruzava as pernas enquanto apoiava o queixo com a mão, pensativo.

Havia algo de familiar na garota do acidente, embora ele não conseguisse ligar aquele rosto a nenhuma das famílias tradicionais que conhecia.

Lembrou-se da forma como ela reagiu à provocação.

“A língua dela é afiada... Mas será que realmente não foi de propósito?”

Tinha acabado de voltar ao Brasil e, logo na chegada, se depara com uma mulher tropeçando do nada na porta de um restaurante? Não podia evitar que sua mente ficasse desconfiada.

O som de uma notificação interrompeu seus pensamentos. Pegou o celular e viu uma mensagem da irmã:

[Vou dormir na casa de uma amiga hoje. Dá um recado pros nossos pais.]

Ele revirou os olhos, sem paciência.

“Nem um ‘oi, mano’? É assim que se pede favor agora?”

“Gabriel estava jantando hoje no Restaurante Mistura também?”

Franziu levemente a testa, mas não enviou mensagem alguma ao sujeito.

Afinal, a aliança entre as duas famílias ainda estava apenas em negociação pelos pais. Pelo visto, Gabriel não tinha o menor interesse. Era mais uma tentativa unilateral do pai dele de empurrar o casamento com sua irmã.

Pegou o telefone e fez uma ligação. Assim que foi atendido, falou em tom direto:

— Mãe, esquece esse negócio da minha irmã com a família Pereira. Esse Gabriel aí… Divorciado e ainda por cima exibindo certidão de casamento como provocação? A gente não precisa disso. — A pausa foi breve, a voz, firme. — Ele claramente não quer nada com ela. Isso aí é só pra envergonhar a gente.

“Esse cara não presta. Pelo jeito como age, já dá pra ver que o caráter é podre.”

Na frente do Restaurante Mistura.

Beatriz finalmente avistou Letícia saindo pela porta. Assim que a viu, a amiga já veio puxando seu braço e desabafando, sem nem respirar:

— Ai, estou por aqui com eles! Você não faz ideia do que foi. Eu lá, sozinha contra todo mundo — meu pai, minha mãe e até meu irmão! Todos dizendo que eu devia tentar algo com o Gabriel!

Beatriz parou onde estava, surpresa. Virou-se levemente para a amiga.

— E você… Disse que sim?

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