Talvez por termos convivido tantos anos juntos, mesmo sabendo que eu agora sou Janaína, e não Marlene, Nelson sempre parecia enxergar algo familiar em mim.
Era como se seu orgulho masculino fosse ferido ao me ver com outros homens.
Era irônico.
Antes, ele e Mirella demonstravam intimidade descaradamente na minha frente.
Sempre havia uma desculpa pronta: eram "como irmãos".
E, se eu ousasse demonstrar insatisfação, me acusavam de ter uma mente poluída, jogando a culpa inteiramente em mim.
Agora, Nilton e eu éramos oficialmente um casal, reconhecido e legítimo de uma forma que eles jamais foram.
Então, decidi provocar, usando um rosto parecido com o de Marlene para me aproximar de Nilton, fazendo-o experimentar um pouco do meu sofrimento passado!
Nilton não era tolo, ele ficou rígido mas não afastou meu toque, certamente suspeitando que algo não estivesse certo.
Eu já estava grata por ele não me repelir.
Nelson tentou disfarçar sua tristeza, mas não conseguiu esconder o tom acusador enquanto dizia: "Não sabia que Tio Nilton e Tia Janaína estavam tão próximos assim. Se não me engano, Tio Nilton já teve outra pessoa em seu coração, não é? Já esqueceu o passado tão rapidamente por causa de uma nova paixão?"
Foi então que percebi o quão descarado Nelson podia ser. Que direito ele tinha de criticar os outros?
Ao ver Nilton sendo injustamente atacado, ainda mais por Nelson, senti algo se acender dentro de mim.
Decidi tomar a dianteira.
Com ousadia, sentei-me no colo de Nilton, envolvendo seus ombros com meus braços.
Encostei a cabeça em seu pescoço, e esbocei um sorriso que misturava charme e desafio.
Nelson claramente não esperava por essa. Suas palavras, ao invés de me desestabilizar, foram ignoradas com naturalidade, enquanto eu agia de maneira ainda mais íntima e despreocupada.
Quando a porta finalmente se fechou atrás dele, senti uma satisfação indescritível.
Nenhuma de suas humilhações passadas poderia se comparar ao prazer daquele momento.
"Já terminou a encenação?" - A voz fria de Nilton soou ao meu ouvido, me arrancando da euforia momentânea.
Só então percebi que ainda estava sentada em seu colo.
"Desculpe, Sr. Lopes." - Imediatamente, saltei para longe.
Assim que Nelson se foi, eu me posicionei de pé, com as mãos ao lado do corpo e a cabeça baixa, parecendo uma criança que havia acabado de ser repreendida.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene
Ameeeeei esse livro!!! Muito obrigada pelas atualizações, sei que é um trabalho árduo. Obrigada mesmo!!🙏🏻🥰...
Ameeeeei esse livro!!! Muito obrigada pelas atualizações, sei que é um trabalho árduo. Obrigada mesmo!!🙏🏻🥰...
Nossa eu nunca mas leio livro dessa autora Ângela Martins aff...
Não vão mais atualizar...
Por favor, atualiza esse livro. Estou amando, gostaria de saber o final....
Gente KD os capítulos por favor continua....
Nossa colocar 10 capítulos e some aff cadê?...
Onde estão os capítulos. Pelo menos poderiam dar um final, para que não fiquemos iguais a bobos todos os dias ....
Cadê o restante do livro não pare por favor...
Por mim está ótimo até aqui, não precisa mais esticar o livro, inventar novos desafios...