Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 1014

O sangue tingiu os olhos de Mirella de vermelho. Mirella correu desesperada em direção a Antonio, mas percebeu que a faca não atingira o coração dele — em vez disso, apenas havia feito um corte em seu braço.

“Bonitão!”

Mirella só respirou aliviada ao ver que era apenas um ferimento no braço.

Danilo manteve o rosto impassível, o olhar gélido: “Com este corte, estamos quites.”

Os olhos de Antonio brilharam de surpresa. Danilo… ele realmente…

Antonio olhou incrédulo para Danilo, jamais imaginaria que a família Barbosa o perdoaria tão facilmente.

Eliana então falou: “Já compreendemos tudo. As famílias Monteiro e Barbosa têm uma rivalidade profunda, um ódio ancestral que não cabe a você resolver. E, de fato, quem tomou as atitudes mais graves foram Lucinda Monteiro e sua filha. Você errou, sim, mas salvou nossa filha e protegeu o pai dela. Além disso, agora vocês estão juntos. Se eu buscar vingança, só vou fazer Raissa sofrer, e desunir a nossa família. Prefiro abençoar vocês.”

“Mãe…” Mirella chorava copiosamente.

Eliana a acolheu em seus braços. “O importante é que você voltou. Ao longo desses anos, cometemos muitos erros. Já perdemos você e sua irmã uma vez — não suportaríamos outra perda. Além do mais, todos sabemos o quanto esse homem te ama. Dificilmente você encontrará alguém que te ame mais do que ele.”

“Muito obrigada por nos abençoar, mamãe.”

“Leve-o para cuidar do ferimento. Considere este corte como o fim de todas as dívidas da família Barbosa. A partir de agora, tudo está resolvido entre nós.”

No grande dia de felicidade de Marlene, Mirella finalmente teve um desfecho feliz com Antonio.

Ela cuidou do ferimento no braço dele, percebendo claramente que Danilo havia sido gentil — era apenas uma formalidade.

“Então, foi por você ter poupado a vida do meu pai, que hoje pudemos ficar juntos.”

Se Antonio realmente tivesse tirado a vida do próprio pai dela, Mirella jamais conseguiria esquecer esse ódio profundo.

Devemos aprender a deixar margem para a vida, pois isso pode trazer surpresas inesperadas.

Antonio abraçou Mirella. “Cátia, de agora em diante, nada mais nos separa.”

“Sim, Bonitão, aqui está tudo tão lindo.”

Na ponte próxima, Janaína, que acabava de voltar, presenciou a cena e rapidamente se afastou.

Ela recuou, encostando-se no peito de um homem.

Evaristo Torres a abraçou pela cintura por trás. “Amor, veio se jogar nos meus braços?”

“Vai sonhando, Evaristo. Não atrapalha eles.”

Janaína se afastou novamente, e Evaristo logo a acompanhou. As luzes discretas instaladas por todo o jardim tornavam o ambiente acolhedor e encantador.

Os dois voltaram para o chalé de madeira. Evaristo, insistente, entrou junto, segurando o dedo dela. “Amor, você viu como os filhos da Marlene já estão grandes? Não acha que está na hora de pensarmos nisso também?”

“Nem pensa nisso.”

Evaristo parou na frente de Janaína e, aproveitando o momento, abriu a camisa. “Amor, olha para meus abdominais, duvido que você fique indiferente.”