Jamais imaginei que acordar no meio da noite pudesse me proporcionar tal benefício.
Apertei o xale ao redor dos ombros enquanto descia as escadas calmamente, com os passos abafados pelos chinelos de pelúcia brancos.
"Vocês dois, que cena estão representando aqui no meio da noite?"
Ao ouvir minha voz, Mirella imediatamente soltou a mão.
"Eu quase caí agora, felizmente consegui me segurar no Nelson. Tia Janaína, por que você ainda está acordada a esta hora?"
Notei que Nelson não disse nada, seus olhos estavam fixos em mim.
Claro, eu estava com os cabelos soltos, vestindo um xale, bem ao meu estilo de antes.
Ele certamente me confundiu com Marlene, olhando fixamente sem piscar.
Com um sorriso suave nos lábios, respondi: "Nilton está com um pouco de dor de cabeça. Vim buscar vinho medicinal e agulhas de prata para fazer uma sessão de acupuntura."
Só então Nelson pareceu despertar de seu devaneio.
Ele me encarou com surpresa genuína, quase incrédulo: "Você sabe fazer acupuntura?"
Em uma sociedade como esta, espera-se que as mulheres dominem música, dança, arte ou finanças.
Embora tenha aprendido o resto, também aprendi um pouco de acupuntura.
Por mais que eu não fosse muito proficiente, conseguia lidar com problemas comuns.
Sua surpresa era compreensível.
Sorri levemente: "Sim, aprendi um pouco para passar o tempo."
Enquanto descia os degraus, observei a proximidade entre Nelson e Mirella: "A relação entre vocês dois parece realmente muito boa."
Os olhos de Mirella escureceram por um breve instante, mas seu sorriso habitual permaneceu intacto, doce e inofensivo: "A relação entre Tia Janaína e Tio Nilton é que é exemplar. Mesmo a esta hora, a senhora ainda se levantou para ajudá-lo."
"Sim, Nilton é o melhor homem que já conheci. Ele me trata bem, e é claro que eu retribuo da mesma forma."
Ao dizer isso, olhei diretamente para Nelson: "Nelson, por que despreza tanto sua esposa?"
Se Mirella amava tanto Nelson, vê-lo próximo a outra mulher a corroía por dentro.
Esta noite, eu sabia que ela não teria um sono tranquilo.
Quando chegamos ao quarto, Nilton parecia surpreso ao ver Nelson comigo. Seus olhos mantinham a habitual frieza, completamente impassíveis: "O que está fazendo aqui?"
Nelson ficou intimidado pela presença de Nilton: "Apenas ajudei Tia Janaína com a caixa de medicamentos."
Ajoelhei-me ao lado de Nilton, descansando a cabeça em suas pernas com um gesto quase infantil.
Ignorei a rigidez imediata de seu corpo, enquanto sorria para ele com doçura: "Nilton, está bravo comigo? Eu só desci por um momento."
A garganta dele se moveu, e seus olhos piscaram imperceptivelmente por um instante: "Não."
Envolvi sua cintura com os braços de forma despretensiosa, como se quisesse assegurar sua tranquilidade: "Então está tudo bem."
Quando olhei para Nelson novamente, vi algo que não esperava: um semblante desolado, misturado com um toque de ciúme que ele mal conseguia esconder.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene
Ameeeeei esse livro!!! Muito obrigada pelas atualizações, sei que é um trabalho árduo. Obrigada mesmo!!🙏🏻🥰...
Ameeeeei esse livro!!! Muito obrigada pelas atualizações, sei que é um trabalho árduo. Obrigada mesmo!!🙏🏻🥰...
Nossa eu nunca mas leio livro dessa autora Ângela Martins aff...
Não vão mais atualizar...
Por favor, atualiza esse livro. Estou amando, gostaria de saber o final....
Gente KD os capítulos por favor continua....
Nossa colocar 10 capítulos e some aff cadê?...
Onde estão os capítulos. Pelo menos poderiam dar um final, para que não fiquemos iguais a bobos todos os dias ....
Cadê o restante do livro não pare por favor...
Por mim está ótimo até aqui, não precisa mais esticar o livro, inventar novos desafios...