Depois de tomar o medicamento, a cor do rosto de Olavo começou a melhorar, o que trouxe um pouco de alívio para Nadia. Ao verificar o relógio, notou que já passava das nove e meia. Levantou-se do sofá com certa hesitação e perguntou: "Quer que eu o leve para casa? Ou prefere que eu peça para o João ajudá-lo?"
Com os lábios ainda pálidos e ressecados, Olavo balançou a cabeça, recusando: "Não incomode o João. Ele mencionou que tem um encontro com a namorada esta noite. Apenas chame um uber para mim, por favor. Posso ir sozinho."
Embora sempre demonstrasse cuidado com seus subordinados, a preocupação de Olavo parecia não se estender na mesma medida para Nadia.
Sem perder tempo, ela chamou um uber e, logo em seguida, ajudou Olavo a descer. Quando o veículo chegou, ela o acomodou no banco traseiro. Contudo, o espaço limitado parecia desconfortável para alguém da altura de Olavo, que precisou se encolher. Nadia se arrependeu de não ter solicitado um carro executivo.
A noite em Porto Celeste era encantadora, especialmente ao cruzar o agitado centro da cidade. Seguindo para o oeste, a paisagem mudava completamente, revelando a área mais abastada da cidade, com prédios imponentes e elegantes casas térreas, contrastando com as construções antigas e desgastadas da região leste.
A casa de Olavo estava no extremo oeste, localizada em um bairro de mansões luxuosas, quase um estereótipo de magnata. Sobre isso, sua doença também parecia um clichê de magnata. Nadia não sentiu nenhuma emoção especial, como se não fosse a primeira vez que estivesse ali. Ela pagou o uber, ajudou Olavo a sair e o acompanhou até a porta da mansão, mas ficou em dúvida sobre como entrar.
"É por reconhecimento facial. Deixe comigo." - Olavo disse, orientando-a. Nadia assentiu e o ajudou com o scanner facial.
Depois de entrarem, Nadia o acomodou no sofá e procurou o interruptor para acender a luz da sala. Só então ela pôde observar a decoração da casa.
A decoração era minimalista e fria, exatamente como Olavo. Não havia nada além do necessário, nenhuma planta ou detalhe que trouxesse calor ao espaço.
Nadia pensou na sua própria casa alugada, cuja varanda estava decorada com várias plantas.
Aproximando-se de Olavo, Nadia observou sua expressão. A dor parecia ter diminuído, mas ele ainda mostrava sinais de desconforto. O suor umedecia os cabelos em sua testa, e Nadia, com cuidado, pegou alguns lenços de papel sobre a mesa e os passou gentilmente em seu rosto.
Os olhos dele eram bonitos, longos mas não muito arredondados, o que lhe dava uma aparência severa quando não sorria.
Acomodado no sofá, Olavo ajustou sua posição e assentiu: "Está bem. Boa ideia."
A resposta dele fez Nadia revirar os olhos involuntariamente, lembrando-se do dia em que ele a chamou de burra.
Depois de terminar o preparo na cozinha, Nadia retornou à mesa de jantar. Com a refeição à sua frente, o aroma convidativo atiçou ainda mais sua fome, e ela começou a comer com entusiasmo.
O homem deitado no sofá a observava, levantando as sobrancelhas.
Nadia percebeu o olhar e sentiu-se desconfortável, como se estivesse em um programa de degustação ao vivo.
Reduziu o ritmo, mastigando devagar, e lançou uma pergunta para desviar o foco: "Você costuma comer tanto assim sozinho? Como consegue terminar tudo?" - Mesmo faminta, ela só conseguiu terminar dois pratos e beber meia jarra de suco, não conseguindo imaginar o quanto Olavo desperdiçava estando sozinho.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Encontros do Destino Após Longo Adeus
Estou adorando muito bom a história posta mais por favor...