Ele já tinha notado que Olavo tratava Nadia de forma diferente. E, naquela noite, era quase impossível não perceber que Olavo realmente enxergava Nadia de um jeito especial. Apenas não estava claro se essa atenção era fruto de uma camaradagem entre colegas ou algo mais profundo. Ele ainda não tinha como afirmar.
"Não fomos exatamente isso."
O coração de Benício apertou de repente: "Então, o que foram?"
"Foi um tipo de relação que nem chega ao nível de colegas comuns. O senhor sabe, ele é intocável, como um príncipe, e eu... Bom, para ele, provavelmente sou menos do que nada."
Nadia fez uma careta e deu de ombros, simulando indiferença.
Benício esticou os braços, recostou-se na cadeira e soltou uma risada leve: "Olavo tem seus momentos insuportáveis, mas, entre os filhos da elite, ele é um dos poucos que presta. Alguns são, ah, simplesmente..." - Ele balançou a cabeça, optando por não terminar a frase.
Lembrando-se dos choques que sentia ao ouvir as novidades dos círculos de amigos, a proporção de degenerados entre os ricos o deixava estupefato. . Comparado à maioria, Olavo era mesmo um ponto fora da curva: educado, cortês e com influência, mas sempre recusando atalhos ilegais.
Nadia, porém, discordava: "A sociedade é muito permissiva com os ricos. Nós, pessoas comuns, somos sufocadas por exigências. Já os ricos... Se não fazem algo ruim, já são aplaudidos. É ridículo."
A indignação de Nadia fez Benício sorrir: "Pois é, nós, os comuns, temos nossas dificuldades."
O que? - Nadia arregalou os olhos: "Sr. Gomes, o senhor não é exatamente um dos 'comuns'."
Benício: ...
Ah… aquilo soou estranho, quase como uma crítica. Nadia coçou a cabeça, desconfortável, e fingiu que nada havia acontecido. Aproveitou para inventar uma desculpa e se afastar.
Quando chegou ao 23º andar, o ambiente estava carregado. Toda a equipe ficou em silêncio, simulando estar ocupada. Mariana lançou-lhe olhares sombrios, mas Nadia simplesmente ignorou, ligou o computador e mergulhou no trabalho.
"...Sr. Ramos? Olavo, o que aconteceu com você?"
O tom alarmado foi inevitável ao vê-lo tão pálido, com gotas de suor escorrendo pela testa. Ele parecia lutar para se manter em pé, apoiado na mesa.
"Vou ligar para 190 agora!" - Nadia, em pânico, tremeu tanto que errou o número. Deveria ter discado 192.
"Não, não precisa... não ligue para o 192, por favor... Apenas me ajude a comprar um remédio."
Apesar da insistência dele, Nadia hesitou, acreditando que ele podia estar resistindo à gravidade do problema.
Só quando Olavo explicou que era apenas uma crise de gastrite, ela, mesmo relutante, acabou cedendo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Encontros do Destino Após Longo Adeus
Estou adorando muito bom a história posta mais por favor...