Despedida de um amor silencioso romance Capítulo 1930

André fixou o olhar em Matheus, mas no fim optou por não aumentar o lance.

Virando-se para a prima Miranda, que estava por perto, perguntou: “Você sabe quem é esse cara?”

Ela franziu levemente a testa. “É o Matheus, irmão mais novo da Cecilia. Você não reconheceu?”

O nome soava familiar, mas André não conseguia associar de imediato. Ainda assim, lembrava de ter conhecido Cecilia e sabia que ela era a CEO do Grupo Jamieson. Comprar briga com alguém do círculo dela talvez não fosse a melhor ideia.

“Vamos mirar em outro item”, decidiu André. “Quarenta milhões por esse colar é demais.”

Miranda também achava um absurdo pagar tanto por uma única joia, mas ver André desistindo a deixava inquieta. Se recuassem agora, seria como entregar Catarina de bandeja para Matheus.

“André, você não pode desistir agora. A Catarina e os pais dela estão de olho”, pressionou Miranda, a voz carregada de urgência.

André franziu a testa. “Você sabe que eu nunca estive interessado nela.”

Ele não era do tipo que corria atrás de alguém só por aparência ou status. Mesmo que sua esposa não fosse admirada pela sociedade, ele não tinha a menor intenção de se divorciar.

“Isso não é sobre sentimentos”, insistiu Miranda. “A Catarina e a família dela podem impulsionar a sua carreira. E ela é uma boa moça. Educada, bem-comportada e com a saúde perfeita. Eu pesquisei. Ela faz exames regulares, está tudo em dia.”

Para Miranda, aquilo era uma aliança estratégica, não um romance. Ela não se importava em causar um rebuliço no casamento alheio, o que importava era estreitar os laços entre os Leighton e os Rainsworth.

Mesmo assim, André continuava inabalável.

Já ficando nervosa, Miranda puxou levemente a manga dele.

“Pensa nos seus pais. O que vou dizer a eles se você perder uma oportunidade como essa?”

Ao ouvir a menção aos pais, André suspirou. Relutante, ergueu a plaquinha.

“Quarenta e cinco milhões.”

“Quarenta e cinco milhões?” O valor arrancou um suspiro coletivo da plateia.

Um colar avaliado inicialmente em vinte milhões agora tinha o preço dobrado, resultado de uma guerra de lances entre dois homens decididos.

Carolina se inclinou em direção a Cecilia, falando baixo, a voz cheia de incredulidade.

“Chefe, o Matheus não tinha dito que estava sem grana? Como é que ele ainda está dando lance?”

Cecilia franziu a testa, igualmente surpresa. De onde ele tirou esse dinheiro de repente?

Miranda, que até pouco tempo incentivava André a impressionar os pais de Catarina, começou a sentir o peso das próprias palavras. Sabia muito bem que, por mais deslumbrante que fosse, um colar não valia mais de setenta milhões.

Seus tios nunca entenderiam. Iriam acusá-la de empurrar André rumo à imprudência, de tê-lo levado a um ato de puro orgulho.

Ela disse: “André, deixa pra lá. Isso não vale a pena.”

Mas ele já estava fundo demais pra voltar atrás. Não aceitava perder.

“Oitenta milhões.”

O coração de Miranda afundou.

Depois de fazer o lance, André se virou para ela e disse: “Não foi você que disse que eu tinha que vencer esse leilão? E agora quer que eu desista? Fique tranquila. Não vou contar pros meus pais que a ideia foi sua.”

Ele diz que não vai contar, mas aquilo era praticamente uma ameaça velada. O sorriso forçado de Miranda não disfarçava a tensão que tomava seu rosto.

“André, não brinca com isso”, disse ela com leveza. “Já foi mais que suficiente. Subir mais do que isso realmente não compensa. Guarde seu dinheiro pro próximo item. Vai que é algo que chame ainda mais a atenção da Catarina. Além do mais, comparado a você, o Matheus não passa de um moleque mimado. Ele não chega nem perto da sua trajetória ou do seu prestígio.”

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