Despedida de um amor silencioso romance Capítulo 1927

“Então você está admitindo que mentiu para a Sra. Zimmerman?”, perguntou Cecilia.

Miranda virou o rosto devagar, lançando um olhar cheio de rancor na direção dela.

Cecilia fingiu não perceber.

Miranda permaneceu em silêncio. Sua falta de negação dizia tudo.

Àquela altura, as damas da alta sociedade que estavam ao redor já haviam juntado as peças.

“Já conheci o Felix. Sempre foi difícil de lidar. Quando ouvi que ele tinha apanhado, achei estranho. Não combinava com ele ser a vítima. Agora tudo faz sentido. Ele só quis bancar o coitadinho.”

“Tal mãe, tal filho. Se a mãe é mentirosa, o que esperar da criança?”

“Lembro que o menino dela costumava intimidar outro colega na pré-escola. Se achava o dono do mundo, vivia dizendo que a mãe tinha garantido que ele herdaria todo o Grupo Rainsworth.”

Isso arrancou algumas risadas discretas.

“Que tipo de criação é essa? Os filhos do Nathaniel não existem pra ela?”

“Exatamente. Ela realmente acha que o Nathaniel vai entregar a empresa pro filho dela? É muita cara de pau.”

Miranda, com a audição sempre apurada, escutava cada comentário cruel ao seu redor. A cada frase, seu rosto se tingia ainda mais de vergonha, mas ela lutava para manter a compostura. Se demonstrasse fraqueza ali, a humilhação só aumentaria nos dias seguintes.

“Miranda, não acredito em você.” A ficha caiu para Isabelle. Cada palavra dita por sua amiga antes as acusações, os exageros não passavam de mentiras.

Tudo, desde o suposto domínio de Cecilia sobre a mansão Rainsworth até as histórias inventadas, fazia parte da teia de enganos dela.

Sem dizer mais nada, Isabelle deu meia-volta e saiu pisando firme, deixando sua colega sozinha.

O rosto de Miranda ardia de vergonha. Ela se afastou do grupo de mulheres da alta sociedade, cabisbaixa, com o orgulho em frangalhos.

Mas não saiu do evento. Apenas se refugiou num canto mais afastado, fervendo de raiva. “Pode esperar, Cecilia. Isso não vai ficar assim.”

Assim que Miranda se afastou, todas se reuniram ao redor de Cecilia e Elena, agora sorrindo e conversando de forma calorosa. Após algumas trocas amigáveis, a multidão foi aos poucos se dispersando.

Quando ficaram a sós, Elena se voltou para Cecilia.

“Você se saiu muito bem hoje. Diante dos outros, precisamos sempre manter a dignidade. Não podemos deixar que nos acusem injustamente sem reagir.”

O baile de gala beneficente estava prestes a começar. Os convidados começaram a tomar seus assentos, e o burburinho foi diminuindo até dar lugar ao silêncio de expectativa para o leilão que se iniciaria.

O primeiro item apresentado foi um colar deslumbrante, cravejado de joias um presente que Catarina havia recebido do pai em seu aniversário.

Dizia-se que a peça vinha de uma antiga família real e tinha um valor inestimável, tanto histórico quanto artesanal.

“Uau, que extravagância. Aposto que esse colar vale pelo menos uns dez milhões.”

“Mais que isso, ouvi dizer que já pertenceu a uma rainha.”

“Quem comprar, com certeza vai subir de status.”

Os convidados cochichavam entre si, os olhos fixos no colar cintilante que agora era exibido com todo o cuidado.

Até mesmo Carolina não conseguiu esconder a surpresa.

“Eles vão colocar algo tão valioso assim num evento beneficente?”

“Não é só caridade”, Cecilia respondeu suavemente. “Isso também pode ser uma espécie de triagem.”

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