“Martim Monterrey”
Que dia longo! Eu estava louco para chegar em casa e tomar um banho, mas quando parei o carro em frente a minha casa, notei que tinha um carro a mais ali. Eu estava cansado demais para visitas.
- Conhece esse carro? – Perguntei para a Abigail que olhou bem e balançou a cabeça em negativa. Eu passei o braço em sua cintura e a puxei para um abraço.
- Está tudo bem? – Ela perguntou no meu ouvido.
- Só estou um pouco cansado, minha insuportável! E quando entrarmos nessa casa, provavelmente ela vai estar parecendo um asilo de loucos. – Eu suspirei e ela me apertou um pouco mais junto de si.
- Me desculpe por isso. Eu tirei a sua paz e... – Ela estava se desculpando, mas nada era culpa dela.
- Ei, ei! Não! Não é sua culpa se o seu pai se casou com uma interesseira que tem um filho acomodado e o seu pai deixou o testamento mais louco que eu já ouvi falar. – Eu segurei o seu rosto para que olhasse pra mim.
- Mas ela não estaria aqui se não fosse por mim. – Ela emendou.
- Ela não está aqui por você, ela está aqui pelo dinheiro. – Eu a corrigi. – Vamos pensar assim, cada dia a mais é um dia a menos, em no máximo três semanas ela irá embora.
- Talvez os meus cunhados não sejam tão eficientes assim. – Ela riu.
- Eu duvido muito! Vem, vamos entrar. – Eu chamei e nós entramos abraçados.
No momento em que entramos em casa e eu fechei a porta minhas palavras se concretizaram. Foi como passar por uma porta mágica que nos levou a um lugar desordenado e caótico. Os dois cachorros desceram correndo as escadas e se esconderam atrás de mim e da Abigail, a Magda desceu correndo atrás gritando e segurando um rodo, vestindo nada mais que um roupão e o Enrico desceu lentamente gritando com a mãe para ter calma.
Eu olhei para o Sofá e vi o Tom e a Pilar sentados tentando não rir, a Natália ao fundo encostada na porta que dava para a cozinha de braços cruzados olhando pra cima, e o Max que vinha do lavabo no lado oposto com um sorriso culpado no rosto. Só o Ignácio, que vinha do escritório parecia tão confuso quanto a Abigail e eu.
- Seus demônios de patas! Eu vou matar vocês! Vou entregar os seus corpos mutilados para a carrocinha fazer sabão! – A Magda gritava descontrolada e andava agitada em direção aos cachorros.
- Pode ir parando por aí, cobra platinada! – A Abigail deu um grito com ela que a fez se calar na hora.
- Esses demônios, Abigail, esses demônios! – A Magda parecia fora de si.
- Não chame os nossos cachorros assim! Eles têm nome! – Eu gritei e entrei na frente da Abigail para protegê-la do rodo que a Magda mantinha empunhado.
- Eu exijo que esses... essas... coisas, fiquem lá fora! É um ultraje que eu tenha que suportar essas criaturas! – A Magda gritou pra mim.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...