“Maria Luiza Melo”
Enquanto eu lixava as unhas eu pensava, minha situação aqui na empresa andava muito delicada. Eu precisava ficar esperta, não podia perder o emprego. E não era por causa do salário que eu recebia aqui na Monterrey Quintana não, era por causa do extra que a Mônica me pagava para passar as informações pra ela. E ela tinha prometido me contratar como assistente dela na Lanoy assim que eles acabassem de vez com a Monterrey Quintana. Um salário muito melhor!
Mas desde que essa chata da Abigail chegou que tudo ficou mais difícil pra mim. Primeiro o Emiliano a defendia como se ela fosse uma santa, o Martim não gostava dela, mas também a defendia sempre que ela não estava por perto, o que eu nunca entendi. Aí, de repente, assim do nada, ela e o Martim aparecem juntos e se casam. O que essa mulher tinha? Eu não conseguia entender.
Mas agora, eu precisava tomar mais cuidado. A Mônica havia me garantido de que não iria demorar muito mais para que ela me tirasse daqui, mas se eu não conseguisse tudo o que ela precisava, ela não iria me contratar. E falando no diabo, tinha acabado de chegar uma mensagem dela dizendo para nos encontrarmos hoje depois do expediente. O que será que ela queria? Nós nos falávamos o mínimo possível para evitar suspeitas e agora ela me chamou na casa dela.
Mas, eu não andava questionando, desde que ela me pagasse e me arrumasse o tal emprego, eu a agradaria em tudo. Depois que eu estivesse dentro da Lanoy, daria um jeito de cair nas graças do chefe e me desvincularia da Mônica, que era uma chata. Tão autoritária e arrogante, era um nojo de criatura!
Assim que o relógio bateu dezoito horas eu peguei a minha bolsa e saí. Diferente dos outros dias, eu peguei um taxi, a casa da Mônica era longe demais para ir de ônibus, ela que pagasse o taxi.
- Oi, D. Teresa, a Mônica já chegou? – Eu perguntei quando a senhora abriu a porta.
- Já si, Malu, está na sala. Fica à vontade. – A mãe da Mônica me atendeu e depois desapareceu pelo corredor, eu me direcionei para a sala.
- Ah, até que enfim chegou! – A Mônica estava de péssimo humor, já havia dado pra notar.
- E você me deve sessenta do taxi. Você mora longe demais! – Eu reclamei e me sentei.
- Eu moro bem, Maria Luiza, bairro valorizado, diferente de você. – Ela jogou na minha cara e eu só engoli o desaforo.
- O que você quer, Mônica? – Perguntei, eu estava engolindo tudo porque estava interessada no que ela poderia fazer por mim, mas tudo tinha limite.
- Quero saber porque eu ainda não recebi a cópia da proposta que a Monterrey Quintana vai fazer para o Hotel SPA. – Claro que ela queria, não foi pra tomar chá com biscoitos que ela me chamou.
- O prazo foi dilatado, eu não sei porquê, e a proposta ainda não ficou pronta. – Eu respondi olhando a unha do meu dedo médio da mão esquerda que me pareceu ligeiramente menor do que as outras.
- Como assim não está pronta? Aqueles dois não deixam nada para a última hora! – Ela parou de andar de um lado para o outro e me encarou.
- É, não costumam deixar, mas o Martim se casou e ficou fora por uma semana, lua de mel. – Eu falei despreocupadamente, ainda olhando para a minha unha. Droga! Ela estava mesmo um pouco menor, eu teria que lixar todas!
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...