“Abigail Zapata Monterrey”
Eu nem queria sair daquele banho com o Martim, estava tão bom que eu poderia ter passado a noite naquele banheiro. Mas nós saímos e quando abrimos a porta do quarto tinha duas coisinhas fofas esperando por nós, Pavê e Matilda estavam de prontidão, sentadinhos em frente a porta.
- Oi, meus lindinhos! Vocês aprontaram com a bruxa hoje, hein?! A Abi está orgulhosa de vocês! – Eu me abaixei e brinquei com eles um pouquinho, fazendo festa em suas cabecinhas e eu podia jurar que a Matilda sorria.
- Minha insuportável, você é péssima influência para esses dois! – O Martim riu.
Nós olhamos em volta e parecia tudo limpo, também, pelo tempo que demoramos no banho dava para limpar tudo e ainda preparar o jantar. Nós descemos acompanhados pelos cachorros e eu achei estranho porque estavam todos ali, menos o filhinho da mamãe.
- Que estranho, golpista geriátrica, o pintinho amarelinho foi embora e deixou a mamãe galinha sozinha? – Eu perguntei só para provocar, não dava a mínima para aquele Pokémon baby.
- Você é tão desagradável, Abigail! – A cobra platinada reclamou. – O Enrico está estressado com a hostilidade dessa casa e foi dar uma volta para espairecer.
- Estressado? Ai, faz-me rir, perua desbotada! – Eu achei graça da situação. – E o ambiente aqui não é hostil não, vocês só não são bem vindos mesmo.
Eu fui até a cozinha e encontrei a Seraphina terminando o jantar, ela fazia o melhor macarrão a bolonhesa que eu já havia comido na vida e era justamente o que estava preparando e só o cheirinho já fez meu estômago roncar.
- Phina! – Eu chamei e caminhei ao seu encontro.
- Menina, como você suporta essa naja? Essa mulher é a pessoa mais detestável que eu já vi na vida. E aquele encostado do filho dela, o que é aquilo? – Aquela boa senhora de feições austeras, mas coração mole me envolveu em seu abraço.
- Ai, Phina, nem me diga. Olha, assim que ela for embora eu vou te dar uns dias de folga, porque imagino o que você está aguentando. – Eu garanti a ela.
- Até que tem sido divertido! Como vocês me deram liberdade para tratá-la como eu quiser, eu estou mantendo a serpente com pulso firme. – Ela fez o gesto de punho fechado e eu ri.
- Isso aí, Phina, não dá moleza não! – O Martim entrou e me abraçou.
- Ai, eu fico tão feliz de ver vocês dois assim, tão juntinhos, apaixonadinhos. – A Phina colocou a mão no rosto e nos olhou com um sorriso carinhoso.
- Ah, Phina, você é uma romântica. – O Martim riu. – Meus irmãos estão se comportando?
- Pessimamente! São como adolescentes no intervalo das aulas. Estão sempre armando confusão com a dupla de indesejados. – A Phina respondeu, mas não conseguiu conter o riso. – Vocês já viram as imagens das câmeras de segurança? – Nós fizemos que não. – Deveriam ver. Hoje eles inventaram de dar banho nos cachorros e levaram a serpente e o encostado para ajudar.
- Coitados dos cachorros. – Eu levei a mão à boca vendo a Phina rir.
- Tinha uma piscina de lama lá fora, só digo para vocês que a serpente foi derrubada nela. – A Phina não se aguentou e gargalhou.
- Ai, eu vou querer ver isso, vai ser o cineminha de fim de semana. – Eu brinquei e meu marido me deu um beijo no pescoço. – Phina, não precisa servir a mesa hoje não, nós vamos comer aqui na cozinha mesmo.
- Tem certeza, Abi? – Ela me encarou e eu fiz que sim.
- Mas eu quero que você tranque muito bem as portas e esconda as chaves assim que der o toque de recolher.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...