“Maurice Lanoy”
Eu ainda estava tentando entender o que estava acontecendo com a minha empresa. Nós estávamos muito bem estabelecidos no mercado, sólidos, nunca tivemos problemas com fiscalização e agora eu estava com quatro obras faraônicas prestes a serem embargadas. O pior é que todos eram clientes que eu havia tirado da Monterrey Quintana desde que a Mônica veio trabalhar comigo, se eles descobrissem iriam atrás dos clientes de novo.
Mas o problema é que eu estava descapitalizado, assumi muito mais obras do que poderia aguentar com meu próprio capital e isso significou um baque no caixa, afinal, para roubar os clientes da Monterrey Quintana eu havia oferecido receber o total do contrato na entrega das obras e eram contratos milionários. Eu pensei que seria fácil conseguir aporte financeiro dos bancos, mas um a um todos começaram a negar, disseram que eu tinha obras demais em andamento e que isso deixava a minha empresa em risco alto.
- Maurice, temos problema com mais uma obra. – A Mônica entrou em minha sala como um furacão.
- Outra? – Eu a olhei estarrecido.
- O último cliente que trouxemos da Monterrey Quintana. O fiscal esteve lá essa manhã. Nos deu quarenta e oito horas para regularizar tudo ou vai embargar a obra. – A Mônica estava me jogando mai um problema no colo.
- É muito pouco tempo, Mônica. – Eu reclamei.
- Eu sei, talvez você tenha que ir até lá e fazer um agrado ao fiscal, entendeu? – Ela se sentou em minha frente e cruzou a perna.
- Porra, Mônica, eu não tenho dinheiro suficiente para comprar a fiscalização agora! – Eu dei um tapa na mesa, estava furioso.
Eu não gostava do Emiliano e simplesmente odiava o Martim, eu queria muito acabar com aquela construtorazinha ridícula deles, mas eu estava fazendo isso devagar. No entanto, quando a Mônica bateu na minha porta ela me ofereceu algo muito tentador, roubar todos os clientes e os projetos deles. Eu não tinha idéia de como ela conseguia os projetos, nem os nomes dos clientes, mas ela conseguia.
Contudo, roubar os clientes não era fácil, pois o Martim e o Emiliano ofereciam um atendimento muito personalizado e uma construção de altíssimo padrão, além de estarem se consolidando como uma empresa ética e sólida, com construções bem planejadas e de qualidade.
Eu acabei indo na cabeça da Magda e oferecendo a cláusula de pagamento total na entrega das obras. Eu pensei que seria muito fácil conseguir os financiamentos e no início até foi, mas de uns tempos para cá os bancos estavam endurecendo as regras, especialmente no último mês, até que eles cortaram totalmente. Não há financiamento, não há prorrogação de vencimentos, não há acordo. Os compromissos estão vencendo e eu estou tendo muita dificuldade para continuar honrando.
- Você falou com aquele investidor? – Ela perguntou.
- Sim, tenho uma reunião com ele, já deve estar para chegar. – Eu contei.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
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