“Martim Monterrey”
No final das contas aquele jantar não tinha sido tão ruim. Melhor ainda foi levar a minha insuportável para a cama, ela estava divertida, cheia de energia e especialmente carinhosa, como se precisasse tocar todo o meu corpo. E essa manhã ela me convenceu a passar direto pela cozinha e tomar o café da manhã no escritório, ela não queria ver a Magda.
Eu estava virado para a tela do computador e um sorrisinho no canto da boca, mas eu não via o que tinha em minha frente, eu via a Abigail na minha memória, tal como esteve na noite anterior, nua em meus braços, seu rosto corado e a respiração entrecortada depois do orgasmo em que ela gritou o meu nome. Eu podia ver o desejo brilhando nos olhos dela e o meu coração batia desenfreado, ansioso. E foi assim que ela me pegou em minha sala.
- Ah, mas eu daria qualquer coisa pra saber o que te faz sorrir assim, ursinho. – Ela entrou e parou em minha frente estreitando os olhos.
- Qualquer coisa? – Eu perguntei e o meu sorriso ficou maior.
- Qualquer coisa! – Ela confirmou.
- Então vem cá e me dá um beijo que eu vou te contar. – Eu chamei e ela deu a volta na mesa e se sentou no meu colo.
Ela passou o braço pelo meu pescoço, chegando mais perto e colocou a sua boca na minha, me dando um beijo macio e calmo, tão doce que logo o que era um beijo virou outro e mais outro, um depois do outro, cada vez mais quentes e necessitados, cada um deles me inflamando, e enquanto minhas mãos acariciavam suas curvas, ela suspirava de prazer e contentamento em meus lábios.
- Sua vez! – Ela brincou ao separar as nossas bocas.
- Eu deveria ter pedido mais do que um beijo. – Eu brinquei e dei um beijo no canto da sua boca.
- Eu te dei mais de um. – Ela riu.
- E olha como me deixou. – Eu me remexi debaixo dela, para que ela sentisse como me deixava só com os seus beijos quentes e doces, e ela riu e me deu mais um, mas foi só um breve tocar de lábios. – Eu estava pensando em você, na noite passada, no que você anda fazendo comigo.
- E o que seria? – Ela ficou curiosa, mas eu não estava pronto para admitir a verdade.
- Você está me deixando dependente dos seus beijos, tentação! – Não era mentira, eu adorava beijá-la, mas eu estava pensando mais no sentimento que ela estava me despertando, ou que já havia me despertado, e eu estava começando a querer mais, mais do que um ano apenas com ela.
- Você pode ter quantos quiser! – Ela respondeu e eu queria perguntar até quando, mas eu também tinha medo da resposta que ela poderia me dar. Então eu apenas aproveitei para beijá-la outra vez.
- Abi, Abi, você está me corrompendo! – Ela riu, sua risada tinha uma sonoridade deliciosa, era quase como um tilintar suave de pequenos sinos.
- Foi você quem me corrompeu! Esqueceu que você foi o primeiro? – Ela sussurrou em meu ouvido e meus braços se apertaram ao redor dela. Eu queria ser o último, o único. Eu não consegui evitar o suspiro forte que dei. – Suspirando assim, começo a desconfiar que você me ama. – Ela estava brincando comigo? Ou ela estava querendo me dizer alguma coisa? Eu fiquei alarmado, não sabia o que dizer. Então ela deu mais uma risadinha antes de voltar a falar. – O Tony ligou, ele quer nos encontrar, mas tem que ser em segredo, por causa da Lanoy.
- Você já marcou com ele? – Eu perguntei tentando controlar a entonação da minha voz e não transparecer aquela confusão que estava em minha cabeça.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...